Sem provas, Lava Jato usou retórica contra Lula, diz editorial da Folha

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Dos três principais jornais impressos do País, a Folha de S. Paulo foi o único veículo a dedicar editorial apontando a fragilidade da denúncia que o Ministério Público Federal apresentou contra o ex-presidente Lula na quarta (14).

“Verdade que não se sabe que outras surpresas os procuradores trazem no bolso, mas, ao menos por ora, fica a impressão de que, sem conseguir apresentar evidências mais robustas contra Lula, o Ministério Público Federal tenta suprimir a lacuna com retórica”, apontou o jornal.

No texto, o jornal questiona como o “comandante máximo” da propinocracia na última década só levou uns trocados dos desvios praticados numa estatal do porte da Petrobras. “Não que seja pouco ou perdoável, mas causa estranheza que, num esquema descrito com tantas hipérboles, a parte do comandante máximo se resuma a valores inferiores aos obtidos por figuras sem expressão política [pouco mais de R$ 3 milhões].”

Em outra passagem, o editorial diz que “a ninguém escapa, afinal, que Lula era o chefe político; daí a ser o chefe criminoso há uma distância que precisa ser superada com provas.”

Na mesma página, um artigo de Bernardo Mello Franco também critica a Lava Jato por falta de solidez na denúncia contra Lula. “(…) a força-tarefa parece não ter provas suficientes para sustentar que o ex-presidente era o líder de uma organização criminosa que usava as horas vagas para governar o País. Para bancar essa acusação, Dallagnol e seus colegas precisariam apresentar menos frases de efeito e mais evidências.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

23 Comentários

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  1. Vindo da folha é apenas a
    Vindo da folha é apenas a dica pra eles arrancarem à fórceps dos empresários que ainda vão depor, inclusive Léo Pinheiro. Já sabemos que os métodos de lá de Curitiba são parecidos com os do Cunha.

  2. Foi Deus, em um sonho, quem

    Foi Deus, em um sonho, quem disse ao procurador da Lava Jato que Lula é culpado. Ele não pode provar, mas tem toda a convicção.

  3. Pera aí….

     

    “Não temos provars mas temos convicção.”

     

    Onde eu ouvi isso antes… Ah sim, foi com uma Ministra do Supremo não foi??, então esta tudo caminhando normalmente, pois hoje no Brazil a literatura jurídica lhes permite condenar algums (PPP…) réus sem estas coisas insignificantes chamadas de provas.

     

     

  4. O que eu acho disso tudo? Bem…

    >> Denúncia? Atentado ao pudor: ejaculação precoce de adolescente masturbador, por Romulus

     

    ROMULUS

     QUI, 15/09/2016 – 08:07

     ATUALIZADO EM 15/09/2016 – 09:36

    Denúncia de “corrupção” em Curitiba? Na verdade, atentado ao pudor: Brasil obrigado a assistir à ejaculação precoce de um adolescente afeito à masturbação

    Por Romulus

    – “Denúncia” em Curitiba foi, na verdade, um atentado ao pudor: Brasil foi obrigado a testemunhar a ejaculação precoce do adolescente. E num sexo solitário: era apenas masturbação do jovem.

    – O perfeito casamento entre ignorância, “limitação intelectual” e má-fé. E ainda: inglês “the book is on the table” + PowerPoint nível corrente chata de email + conhecimentos de Ciência Política, Geopolítica e Economia – e até de Lógica! – dignos de um secundarista de província.

    – Ultrajado? Dando nomes aos bois: saiba quem são “os culpados” por “isso tudo que está aí”.

    – E para fechar: Ciro d’Araújo, sem dó nem piedade, desnuda (!) o tal do adolescente afeito à masturbação. Ciro é fera: conta até por que Moro saiu correndo para devolver o passaporte da mulher do Cunha.

    LEIA MAIS »

    Vídeos

    Veja o vídeoVeja o vídeoVídeos aleatórios de hoje: “Por que masturbação é pecado” (rs) e “Requiem” (pelo Brasil mesmo…) 

     

  5. Mau caratismo e fanatismo

    Com certeza, ali não estava um agente público, vimos um torcedor fanático fazendo politicagem. Os termos não são apropriados e parecem terem sido extraídos de algum tabloide semanal tucano. “Vértice único”, “governabilidade corrompida” e “perpetuação criminosa no poder” é coisa de um idiota completo. Um mau carater e fanático cego pelas suas convicções. Absurdo!

  6. Fernando OutraPessoa…

    O procurador que fala no WiFi de Deus, se fosse Temer, assim seria cantado por Fernando OutraPessoa;

     

    Há um poeta em mim que Deus me disse…
    Com PowerPoint, aos trancos e barrancos,
    Fraudo a verdade aos solavancos
    Com minha autêntica estultice.

    Eu lavo a jato ou cubro só de piche
    os que não têm os bicos brancos…
    Quebro empreiteiras, livro os bancos
    Obrando ratos como quem parisse…

    Aos crimes tucanos nego a luz…
    Violento,sibilino, um só partido…
    Ululo que Lula quero ver na cruz…

    Minha alma há muito se alugou…
    Lambo pés ianques, dou latidos

    E Serra, Temer e  Aécio voam…

     

    (Obs.: o original de Fernando Pessoa é este:

     

    Há um poeta em mim que Deus me disse…
    A Primavera esquece nos barrancos
    As grinaldas que trouxe dos arrancos
    Da sua efêmera e espectral ledice…

    Pelo prado orvalhado a meninice
    Faz soar a alegria os seus tamancos…
    Pobre de anseios teu ficar nos bancos
    Olhando a hora como quem sorrisse…

    Florir do dia a capitéis de Luz…
    Violinos do silêncio enternecidos…
    Tédio onde o só ter tédio nos seduz…

    Minha alma beija o quadro que pintou…
    Sento-me ao pé dos séculos perdidos
    E cismo o seu perfil de inércia e vôo…)

  7. até tu Brutus

    AI,ai,ai…

    Até a folha viu o tamanho da babaquice…

    As vezes acho que a folha esta num constante surto esquizofrenico……(sem desmerecer os esquizofrenicos).

  8. O sujeito que fez este

    O sujeito que fez este powerpoint tosco ainda deve ter ficado se achando o máximo. Devia ter colocado umas florezinhas nos cantinhos pra enfeitar.

  9. Tudo lindinho

    Os Chargistas tupiniquins tem agora um concorrente revelação. Cuidado Laerte!

    Só faltou uma música de fundo no power point do promotor Xarope, tipo “Barbie Girl” ou “It’s Raining Men”.

    Fico pensando, que tipo de seleção é realizada pelo judiciário para “adquirir” essas “peças”, que torram milhares de reais num powerpoint inútil.

  10. Esse xadrez está cada vez

    Esse xadrez está cada vez mais difícil de jogar, simplesmente porque não sabemos quem é o adversário. Não sabemos contra quem estamos lutando, esse é o problema. Estamos todos. esquerda e direita, sendo usados. Isso está parecendo vingança, mas não uma vingança patética de Aécio porque perdeu as eleições. É vingança traçada por pessoa de dentro, que se sentiu “abandonada” ou “preterida” pelo PT num dado momento, talvez no episódio da ação penal 470.

    Seja lá você quem for, pare com isso! Retome sua luta ideológica! Não deixe o país mergulhar no caos! Você é muito esperto, mas não rasgue sua biografia!

    1. Xadrez

      Lucienne

      Você está se referindo ao José Dirceu? Se for isto, pode tirá~lo da sua cabeça, ele jamais faria isto. Foi o único até agora que não delatou ninguém e por esta razão foi penalizado com uma pena de 23 anos.

  11. Humildade também é sinal de grandeza

    A pergunta que muitos se fazem depois desse episódio deplorável e que vem se arrastando por anos é a seguinte: O que levou o Ministério Público Federal a se arriscar tanto? Por que acreditar que poderia convencer pessoas sem apresentar provas?

    Do meu humilde ponto de vista acho que alguns membros do Ministério Público se utilizaram dos mesmos procedimentos adotados pela velha e carcomida imprensa brasileira, ou seja, do show midiático. Acusações repetitivas e barulhentas num palco iluminado pelos flashes das câmeras amigas, de modo a alcançar o imbecil, o tolo, o desinformado. Coma Baton! Coma Baton! Coma Baton!

    O intuito se mostrou evidente. Colocara-se como salvadores da pátria. Derrubar Lula seria o ápice. Algo de repercussão internacional. Em outras palavras seria a GLÓRIA.

    O perigo está em que, derrotados em seus intentos, os procuradores busquem virar o jogo com novas e mirabolantes investigações. Por essa razão os alertas do Procurador Eugênio Aragão têm sido de fundamental importância para a Instituição Ministério Público Federal.

    Talvez o momento seja o de recolher as panelinhas.

  12. Com tanta manipulação e ainda não acharam provas…

    O MPF fez de tudo… Eles coagiram testemunhas, torturaram delatores, quebraram sigilos telefônicos, aramaram arapucas. fizeram ameaças…

    E a imprensa fez o que pode… contrataram comentaristas, blogueiros, fizeram infográficos explicativos, omitiram, mentiram, manipularam…

    … e mesmo assim não acharam provas???????????????????????

    Como é possível? Se sem investigar Serra e Aécio as provas já pularam no colo da PF.

  13. In dubio pro publicum

    A commedia dell’arte brasileira supera-se a cada dia. Lentamente, todos os personagens do famoso estilo italiano de teatro popular vão deixando cair suas máscaras e se revelando ao público.

    Um dos primeiros a mostrar a face foi  o Brighella de Diamantino, sendo seguido, é claro, por Dottore JB, Il Capitano de Maringá, Pulcinella de BH (também conhecido como Il Procuratore Generale) e Scaramuccia (sobre este último, aliás, não se sabe ao certo se é realmente conterrâneo de Pulcinella, uma vez que sempre foi mais facilmente avistado nas baladas do RJ).

    No entanto, é importante lembrar que a versão tupiniquim traz inovações. Aqui, o in dubio pro reo, um princípio fundamental que decorre da presunção da inocência, foi substituído pelo in dubio pro publicum. Ou seja, na interpretação brasileira, em casos de insuficiência de provas, o roteiro determina que se jogue pra plateia.

    Foi assim no espetáculo comandado pelo Dottore JB, quando a Ministra Colombina sentenciou que não tinha prova cabal contra um certo Pierrot, mas que mesmo assim iria condená-lo porque a literatura jurídica assim permitia.

    E ontem não poderia ter sido diferente. Ao declarar “não temos provas, mas temos convicções”, o Arlequim deixou mais do que claro e transparente o enredo do espetáculo burlesco que somos obrigados a assistir.

    Pena que aqui no Brasil esse gênero teatral não tenha graça nenhuma…

    http://simiussapiens.wordpress.com

  14. Até o Reynada Azedo desqualificou a “denúncia” dos messiânicos

    Além da Folha, um giro pelos tele-jornais flagrou o colonista de revista dizendo que o MPF deu a melhor chance de Lula se livrar das (grotescas, bizarras) acusações que lhe fazem. Sem deixar de ressaltar que foi o “inventor do termo petralhas”.

    Para infeliz surpresa na madrugada, o giro apontou para as “meninas do Jô”, cujo acompanhamento não consegui suportar por mais que alguns minutos, esfregando os olhos arregalados e a boca aberta com o que (ou)via.

    As “garotas” discutiam a “contundência” das denúncias e das provas (!!!) apresentadas pelo desequilibrado concurseiro”. Talvez nem tenham visto (ou compreendido) a parte em que se confessa que “não há provas cabais”, 

    Este tentava balbuciar alguma coisa melhor do que o que elas diziam, mas confessou-se convencido (por elas?) em entrevista que Dallagnol tem um “carisma do bem” (?) enão conseguia dizer nada além de concordar com as “meninas” (ou seria veneninas?). Que fim de carreira hein Jô?

    Fico me perguntando se o enrêdo “Power Point ” foi feito pelo mixêzinho, pelo Sarnenberg ou por um autor de novelas do Projac. Um MP AUTO-AVACALHADO, i- na- cre- di- tá- vel

    Não sei mais o que rolou, posto que impossibilitado por dirigi-me à privada para vomitar o que assistira.

    Felizmente não tenho TV no banheiro

  15. o ônus da prova

    Lembro-me sempre de um colega advogado que, em tom de galhofa, sempre quer era acusado de algo, recorria à seguinte máxima jurídica: O ônus da prova é de quem acusa.

    Diante do que foi dito pelos procuradores da Lava jato, parece que a antiga máxima perdeu sua validade e foi substituída por outra: O ônus da prova é desnecessário, para acusar me basta a convicção.

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