Sidney Rezende e o projeto para a rádio Nacional

“Trabalhar no serviço público não significa estar envolvido em maracutaias. Não é da minha índole e nem é o que queremos para o Brasil”
 
Jornal GGN – O jornalista Sidney Rezende divulgou carta pública sobre sua contratação pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), rebatendo uma matéria da revista Veja que diz que seu contrato com a empresa pública gerou “desconforto entre os funcionários”. 
 
A partir desse mês de maio, Rezende passou a dirigir na “Rádio Nacional” o programa “Nacional Brasil”, com os principais fatos políticos do momento. Na carta o jornalista afirma que os objetivos da EBC de “fortalecer os princípios de uma empresa pública” e um “jornalismo isento” que não “prioriza partidos políticos em detrimento de outros, grupos individuais de pressão ou segmentos ideológicos”, estão sendo alcançados, pontuando que o slogan criado para os ouvintes da rádio “Respeito à sua forma de pensar”, é aplicado no relacionamento interno da empresa.
 
Sidney Rezende
 
A verdade sobre a EBC
 
O que você lerá aqui é um esclarecimento sobre os detalhes da minha contratação pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Antes, registro um agradecimento afetuoso a todos os que aceitaram nosso convite para ouvir na “Rádio Nacional” do Rio, 1130 AM, o programa “Nacional Brasil”, de segunda a sexta, de 7h às 10h da manhã. 
 
O jornal é transmitido ao vivo para toda a rede de rádios da EBC, “Brasil Atual”, de São Paulo, e apenas na sua primeira hora pela “Roquette Pinto”, FM 94.1, no Rio de Janeiro.
 
Temos conhecimento que desde a estreia, dia 4 de maio, várias rádios do país, entusiasmadas com nossa forma de fazer jornalismo, aderiram e também estão retransmitindo nossas edições.
 
O engajamento das equipes que trabalham no programa nas praças Rio, São Paulo, Brasília e núcleo da “Nacional” da Amazônia foi emocionante. 
 
Nossa motivação não mudou desde o início, ao contrário, hoje está mais robustecida, pois estamos convictos que nosso objetivo editorial de fortalecer os princípios de uma empresa pública está sendo alcançado. O jornalismo isento que perseguimos não prioriza partidos políticos em detrimento de outros, grupos individuais de pressão ou segmentos ideológicos. Nossa visão é o todo do Brasil com máxima isenção. Temos calma e respeito. Não somos afeitos à histeria.
 
Nosso slogan voltado para o ouvinte vale também para nossos relacionamentos internos: “Respeito à sua forma de pensar”. Só o diálogo nos interessa. 
 
Em tempo, registro algo raro nas relações entre redação e gestores: o absoluto respeito da direção da empresa a princípios de não interferência indevida na escolha do conteúdo. Nossa estrela-guia é a notícia. É importante, interessa ao brasileiro, é novidade, interfere na vida do cidadão? Então, estará no “Nacional Brasil”.
 
O resultado dos primeiros 10 dias foi estupendo. O ouvinte nos ajudou a dignificar a comemoração dos 80 anos da “Rádio Nacional” do Rio de Janeiro. 
 
Sem medo de errar, estamos diante de um caso de sucesso, pelo menos por enquanto. O que atesta a afirmação é o número expressivo de contatos por meio de nossas várias plataformas.
 
O crescente número de acessos via web para ouvir pela internet e aplicativos colocaram “Nacional Brasil” no topo do ranking da “Nacional”. Perguntas, comentários, desabafos e elogios nos chamaram a atenção.
 
As críticas mais contundentes e saudações favoráveis que foram registradas pela Ouvidoria, sempre isenta e competente, nos serviram para ajustar os passos das duas primeiras semanas. Admitir os erros, e corrigir. Ao mesmo tempo, sem nos deixar contagiar pelo registro mais agradável.
 
A recepção interna dos funcionários da EBC ao que estamos construindo juntos foi acima da média. Como tem que ser. Todos queremos o melhor para a empresa que trabalhamos. Não podemos deixar morrer a chama da qualidade. Ouvir ideias novas é um bom primeiro passo. 
 
E isto tem repercussão na sociedade.
 
A revista “Veja”, antes da estreia, noticiou que minha contratação havia gerado “desconforto entre os funcionários” e eles teriam se incomodado com “a comemoração da nomeação de Rezende com champanhe nas dependências da empresa”. Não foi o que percebemos como espírito da nossa chegada. 
 
A realidade do dia do anúncio de boas-vindas em São Paulo foi outra. Estávamos em área reduzida onde cabiam umas 60 pessoas ou um pouco mais, e foi uma “cerimônia” aberta a todos os empregados que quisessem ali permanecer – como de fato aconteceu -, ao lado da redação, e sem qualquer caráter sigiloso. 
 
Há registro de imagem. Veja aqui mesmo no SRZD a solenidade. Numa mesa modesta, num dos cantos do ambiente, havia água, café e 6 garrafas de espumante nacional Salton. Nada além disso. Melhor assim. Até porque não sou chegado a ostentação. 
 
Dias depois, o “Estadão” publicou numa de suas reportagens que “empregados da EBC fazem um protesto de repúdio à contratação do jornalista Sidney Rezende para âncora de programa de notícias da emissora. E o contrato está orçado em R$ 1 milhão por ano.”
 
Quando se verifica a publicação no Diário Oficial, se observa que a informação do jornal estava imprecisa.
 
Passados alguns dias, é o jornal “O Globo” que retorna o assunto nas suas versões impressa e digital e também no jornal “Extra”. Presumivelmente, com a intenção que mais gente leia o conteúdo. 
 
Lá, em destaque, o título sugestivo: “Com dívida de R$ 22 milhões, EBC pagará a jornalista R$ 507 mil”. Sem surpresa, no rodapé da notícia, há comentários indignados dos leitores. Recomendo que você entre também no Twitter e leia a opinião dos internautas.
 
A versão da EBC enviada ao jornal carioca não foi publicada. Talvez por falta de espaço. Resumirei alguns pontos: 
 
1) O orçamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é de R$ 538,5 milhões/ano. A empresa está atendendo ao fluxo de pagamentos, sem comprometer o cumprimento dos contratos e o seu funcionamento.
 
2) Sobre o contrato com o jornalista Sidney Rezende, este foi sacramentado dentro dos recursos orçamentários da EBC e respeitando as normas gerais estabelecidas na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. O jornalista possui reconhecida competência profissional e seu trabalho será remunerado de acordo com os salários de mercado. A contratação do mesmo também atende aos objetivos da EBC e está contribuindo para fazer a comunicação pública mais ampla, plural e isenta.
 
Como o hábito de falarmos em vencimentos anuais é americano, utilizarei o linguajar brasileiro que é mais fácil de entender. O contrato é pessoa jurídica com recebimentos parcelados em doze meses. Sem nenhum tipo de benefício como plano de saúde, vale-refeição, vale-transporte e outros. Se fosse relação pessoa física, receberia mensalmente 13 vencimentos de R$ 36 mil. 
 
Por ser entendimento jurídico, é preciso provisionar valores para a hipótese de viagens e eventualidades de deslocamentos, locomoção, alimentação, quando necessário. Não é incomum um apresentador viajar para locais externos ao estúdio e tocar seu programa deste local. Isto pode implicar algum custo. Caso não seja usado, o dinheiro sequer é retirado dos cofres da empresa. 
 
Um detalhe importante: não há multa contratual e, por ser assim, não há perda ao erário. O dia que a EBC não julgar mais importante minha presença, ela pode me dispensar. O contratado não usufrui de vantagens. E ainda tem uma cláusula de que tudo o que eu criar não me pertence. O nome e o slogan foram criados por mim. E a grade inicial tem a minha assinatura e a do brilhante jornalista Marco Antonio Monteiro.
 
Além de apresentar o “Nacional Brasil”, terei a incumbência de ajudar a “editorializar a faixa que ora” trabalhamos de 6h às 10h e disponibilizar minha força de trabalho, quando convocado pela direção, para outros desafios de programação que, por enquanto, não estou autorizado a anunciar.
 
Fazer uma programação de qualidade, aumentar a audiência, ampliar o caráter educativo e cultural do nosso povo através dos instrumentos de comunicação da EBC não é um desafio pessoal, mas coletivo, e é um orgulho para qualquer jornalista sério se envolver num projeto dessa dimensão.
 
Trabalhar no serviço público não significa estar envolvido em maracutaias. Não é da minha índole e nem é o que queremos para o Brasil. Por isso, a minha indignação com insinuações baratas. Compreendo que alguns prefiram para si agir como vestais da moral alheia. Até para ser fiel à minha folha de serviços, respeito a todos, mas exijo que tenham a mesma conduta para comigo.

11 Comentários

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  1. Vingancinha!

    Quem conhece o Sidney sabe que tratar-se de um profissional íntegro. Mas, Veja e o Globo não perderam tempo de tentar denegrir a imagem do jornalista que OUSOU escrever um texto, colocando o “dedo na ferida” da “grande” mídia.

  2. Perfeito. Sucinto, objetivo,

    Perfeito. Sucinto, objetivo, transparente e direto. Diferentemente do sistema golpista de comunicação. Não assistam e mem leiam esta grande imprensa golpista, não vale apena. Parabéns grande Sidney.

  3. Se é assim como diz o artigo, e eu não tenho nada para

    desconfiar que não seja, a EBC fez alguma coisa de bom.  Um contrato enxuto sem os penduricalhos que os brasileiros tanto gostam, em particular o pessoal da “Justicia”,  e sem cláusula que impõe multas no caso de rescisão de contrato.

    Alguém sabe informar se é possível baixar o áudio para ouvir em outro momento?  

  4. Informações

    Excelente a contratação de Sidney Rezende. Acredito conveniente que se esclareça e nos direcione com dados concretos a forma como acessar a programação, se somente pela internet então trazer o endereço, se também por rádio aqui em SP em AM ou FM em que faixa. Coisas boas merecem ampla e completa divulgação.

     

  5. Moralistas sem moral e sem ética, uma máfia

    Engraçado que esses FDP da Veja não tem uma critica aos rolabostas Augusto Nunes, Marco Antonio Villa e outros do mesmo naipe que trabalham na TV Cultura e outros meios de comunicação da Fundação Padre Anchieta, a qual recebe verbas do Governo do Estado de SP (oh, coincidência! comandado pelo tucano Alckmin). Tampouco vemos seus holerites a serem vazados alegremente na rede mundial. Na argentina, EUA e Europa, lugares aonde realmente se pratica JORNALISMO, esse tipo de colega é chamado de “vigilante” ou “caguete” e, é sumariamente condenado pelos colegas do Sindicato de Jornalistas. Já aqui…

    Rezende agora virou desafeto da alcatéia por ousar ser uma voz discordante e será atacado pela matilha. A EBC e a TV Brasil, ultimo refúgio que ofereceu trabalho a vários profissionais que foram censurados pelas empresas dominantes, agora será desmontada pelo pessoal do pensamento único, como ja fizeram com a TV Camara dos evangélicos e TV Senado do PMDB. Rezende é só o começo se esse governo golpista e ilegitimo vier a vingar.

    Censura Velada. Eu não assisto mais Tv, perdeu a graça e o Blogue do Planalto, a credibilidade.Sempre achei o jornalismo brasileiro em relação ao mundo, fraco. Mas nunca pensei chegasse a esse nível indigente, partidário, manipulador e canalha. Parei!

  6. concorrencia leal

    ouço desde a estréia e finalmente temos uma radio voltada ao noticiario sem ser tendenciosa e ficar martelando as mesmas noticias a cada meia hora , CBN , Band news e radio estadao sao coisas do passado para quem procura noticiarios radiofonicos de qualidade.

     

  7. se a direção mista da ebc

    se a direção mista da ebc segurar as ponts, creio que esse é um bom exemplo

     para comemorar pepo menos a possbilidade de um jonralismo de

    melhor qualidade como sevriço púiblico e não como

    piuxa-saquismo ao governo de plantão – o golpista…

    e contrapor-se às infamias de veja e piutris fa grande mídia sempre

    golpista e canalha como vimos aí nessa nova incursão de

    invenções e mentiras e calunias da veja…

  8. Construindo uma Imprensa Realmente Livre

    Tive a oportunidade de ouvir duas edições deste programa e achei muito, muito bom. Espero que continue.

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