“A cada 25 minutos morre um negro neste país”

Jornal GGN – Ontem (22), cerca de mil pessoas se reuniram em São Paulo, no vão do Masp, para dar início à 2ª Marcha Internacional contra o Genocídio do Povo Negro. A passeata então seguiu pela Avenida Paulista e Rua da Consolação, em direção ao Theatro Municipal. O ato foi realizado em 18 estados brasileiros. No Rio de Janeiro, manifestantes se reuniram em Manguinhos e marcharam até a entrada da Favela da Grota, no Complexo do Alemão. Além do Brasil, 14 países participaram da manifestação.

Marcha contra genocídio do povo negro se reúne no Masp, em São Paulo

Por Daniel Mello

Da Agência Brasil

A 2ª Marcha Internacional contra o Genocídio do Povo Negro reuniu cerca de mil pessoas na capital paulista, segundo estimativa da Polícia Militar (PM). Os manifestantes se concentraram no início da noite de hoje (22), no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e seguiu em passeata pela Avenida Paulista. Motivados por um carro de som, os participantes desceram a Rua da Consolação em direção ao Theatro Municipal, no centro da cidade. O ato foi programado para ocorrer em 18 estados brasileiros e em 15 países.

Com faixas e gritos de guerra, o protesto pediu a redução da violência contra os negros e as mortes causadas pela ação policial. “A morte negra hoje, no Brasil, já atingiu números de uma guerra civil. A cada 25 minutos morre um negro neste país”, enfatizou a coordenadora nacional do Movimento Quilombo, Raça e Classe, Tamires Rizzo.

Segundo o Mapa da Violência 2014, a vitimização de negros é bem maior que a de brancos. Morreram, proporcionalmente, 146,5% mais negros do que brancos no Brasil, em 2012, em situações como homicídios, acidentes de trânsito ou suicídio. Entre 2002 e 2012, essa vitimização mais que duplicou, segundo o estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com apoio da  Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Nacional de Juventude e da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Além de protestar contra a violência, o ato também pediu melhores condições de vida para os pretos e pardos brasileiros. “Na nossa opinião, os fatores que geram o genocídio são a miséria e a falta de condições de vida”, ressaltou Tamires. O acesso à educação é, segundo ela, um exemplo claro disso. “Só 18% dos negros chegam às universidades. Isso faz com que a juventude negra não tenha perspectiva de futuro”, disse, ao defender a adoção de uma política de cotas raciais pelas universidades.

Em seu projeto de mestrado, Natália Neves estuda a atuação do movimento negro no processo de elaboração da Constituição de 1988. Natália se diz impressionada com os poucos avanços feitos para reduzir a violência contra os negros no país. “A história é a mesma [da década de 1970]. Estávamos em um contexto de ditadura, passamos para uma democracia, mas as mortes não cessam, apesar de ser a principal bandeira do movimento negro desde que ele existe”, analisou.

Cantor de rap e estudante de geografia, Tiago Onidaru disse que vê de perto as consequências da violência. “A gente perde vários irmãos na comunidade. Se não é um amigo nosso, é amigo de um amigo”, contou o jovem de 27 anos, que também reclamou da representação do negro nos meios de comunicação. “É uma ausência de representação”, disse ele, “e quando tem é para ridicularizar”.

 

Redação

18 Comentários

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  1. A polícia é extremamente racista

    Dias atrás fiquei observando isso, só não filmei com o celular pq aqui em Gyn fazer isso é morte na certa. Goiânia é uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes, sendo basicante cortada por duas grandes avenidas de ponta a ponta, sendo uma no sentido norte-sul e outra leste-oeste. No sentido leste-oeste temos a Avenida Anhanguera, onde há um corredor exclusivo para o ônibus coletivo, conhecido por “Eixão”. É muito bom o sistema, adora passear pelo eixão, posso descer numa plataforma e voltar, posso chegar num terminal e pegar ônibus prá tudo quanto é lugar sem pagar nova passagem, caso eu queira ir em cidades do interior que ficam próximas, pago mais R$ 1,40, uma  beleza. Foi no terminal da Praça da Bíblia, por volta de 19:00 horas, quando todos vem do trabalho, quando vi uma cena que me chocou. Vários policiais da PM, à medida em que os ônibus iam parando, mandavam uns rapazes descer. Os policiais do lado de fora do ônibus, apontavam para alguém no seu interior e o “suspeito” descia. O “suspeito”, constrangido, deixava para trás os amigos, familiares, uns a namorada, pois o PM não permitia que outros que lhe acompanhavam descecem também, e ali, a sós, os jovens eram humilhados, seus pertences eram vasculhados, verificavam no sistema da PM se eles tinham alguma passagem pela polícia, etc etc. Um detalhe: Os “suspeitos” não tiveram a sorte de terem nascido com a pele branca feito neve, o excesso de melanina no corpo lhes causou esse dissabor na vida. 

        1. O racismo é internalizado desde a infância

          O racismo é internalizado também nos negros, isso vem da infância, há no Youtube um vídeo chocante: Crianças sendo submetidas a um teste em que consiste mostrar para elas bonecos brancos e pretos e, em seguida, lhes é perguntado quem são os bons? Imagina a resposta! A cor da pele faz milagres, não é mesmo. 

          1. O racismo se transmite e se reproduz culturalmente

            [video:http://www.youtube.com/watch?v=-hDCCaKPFZk%5D

            “Viral Racismo en México” é um vídeo que mostra um teste realizado com crianças no México. Essas crianças foram submetidas à algumas perguntas que relacionam a cor da pele dos bonecos às práticas e concepções que possuem sobre raça, cor e valores. 

            É possível perceber como as imagens criadas e reproduzidas pela mídia e pelo senso comum influenciam na construção do pensamento infantil e na naturalização dessas práticas. Essas imagens retorcidas da realidade, segundo à raça, cor, etnia, vão sendo introjetadas na vida dessas crianças e internalizadas.

      1. Como você são idiotas…

        Você e este Aliança Liberal não tem vergonha de serem tão burros assim e demonstrarem sua idiotice ?? Que importa se os policiais são brancos ou negros? No momento que estão praticando violências contra os megros eles estão seguindo instruções e tentando demonstrar que são “alunos aplicados” no quesito racismo e preconceito que lhes é ensinado diariamente dentro da corporação pelos seus chefes que tem horror a pele negra!! Portanto vocês levantarem estes argumentos espúrios sobre a cor da pele de quem pratica os atos de  violência só comprova o racismo latente de suas mentes e a falta de argumento produtivos. Toda questão que se coloca tem a ver com o doutrinamento que a mídia e as corporações conservadoras fazem contra os pobres e negros, no Brasil e no mundo, e mentes pouco afeitas a reflexão e dominadas por preconceitos e ideias rígidas como são a sua mente e a deste Aliança Liberal (que nome ridículo né>?) não conseguem nem perceber o quanto são racistas e se orgulham disso, demonstrando na verdade uma fraqueza imensa pois precisam se apoiar no racismo para que consigam enxergar alguma coisa de valoroso em si mesmo,

        Triste ver como uma pessoa sucumbe ao idiotismo total e ainda se orgulha disso!!

  2. Tamos na TV mano!

    Bastou uma sequência noticiosa de rebeliões (justas por sinal) de população negra nos EUA para detonar a “moda” aqui no Brasil.

    Abstinência?

    Tem gente que não consegue viver sem a dose habitual de 15 minutos de glória, na TV ou até mesmo num selfie no celular para o face. Daqui a pouco aparece Carlinhos Brown, a timbalada e o pacote completo por trás.

    Naturalmente o José Júnior do “Aécio-Reggae” irá faturar alguma coisa em breve, em favor do “seu boneco”

  3. “A cada 25 minutos morre um

    “A cada 25 minutos morre um negro neste país” mortos na maioria das vezes por outros negros.

    Colocar tudo na conta de ativismo não resolve nada, mesmo pq ativista nenhum quer resolver nada só criar fato pulitico para faturar politicamente sobre as vitimas que jura defender, tem gente que depende de uma causa para viver.

     

    1. Lá vem você com essas ideias idiotas…

      “A cada 25 minutos morre um negro neste país” mortos na maioria das vezes por outros negros.

      Morto por outros negros a mando de brancos, educados, e treinados por brancos no ódio ao negro. Além de um completo idiota defendendo esta m.. de liberalismo você ainda posa de racista?? Devia ficar com esta matraca de papagaio imitando rede globo fechada ou então ir para um comício a favor do mauricinho filihinho de papai cheirador do Aécio pois fica claro que sua inteligência é reduzida como a do Luciano Huck ou Aranldo Jabor!!

       

  4. ah, sim… e eles morrem por

    ah, sim… e eles morrem por serem negros, né? see fosse brancos, fazendo que estivessem fazendo, seiam convidados apenas a se retirarem… os tarficantes negros que matam outros traficantes negos devem fazê-lo não por causa de algum acerto de contas, mas porque os outrs são negos… que porcos racistas!

  5. Rebolla e Aliança Liberal, agora respondendo ao questionamento

    Rebolla e Aliança Liberal, agora respondendo ao questionamento de vocês: Haviam sim, policiais negros fazendo as abordagens claramente racistas, assista a este vídeo e saiba o motivo, aproveite e preste atenção tmbm na foto, um registro histórico da ditadura militar, quando não se sabia o que eram direitos humanos, cuja negação, no momento, virou plataforma de campanha eleitoral de muitos candidatos a deputado estadual, federal, senador….nesta época iluminda por Barbosas, Datenas e Sheherazades, espécies de faróis a iluminar mentes que acham correto linchar, isso(a negação dos drieitos humanos) dá voto, não é mesmo.

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=s0_MmN2D5tY%5D

    Direitos Humanos Negros amarrados

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=W-V6HLhBd0c%5D

     

    1. Avatar as criticas não são

      Avatar as criticas não são contra os negros ou negar o rascismo, se critica é o uso de massa de manobra para fatura politica em cima deles.

      A estratégia já é bem antiga hoje, vitimizar para colher dividendos politicos em cima da tragédia humana.

      Claro que você sabe disso mas prefere usar o falso entendimento para dar suporte ao argumento.

      A solução real é o estado cumprir as suas obrigações básicas, dar educação de qualidade, saúde, segurança.

  6. O Governo do PT foi incompetente para diminuir as estatísticas

    Dura verdade. Não adianta dizer que teria que ser também um esforço das outras esferas de Governo, Estadual e Municipal.

    Isso não muda o fato do Governo Federal comandado pelo PT não ter conseguido interceder favoravelmente, num sentido de diminuir essa estatística nitidamente discriminatória. Todos falharam, Estados e Municípios, o Governo Federal do PT incluído.

    Alguns podem argumentar que a maior mortandade violenta dos negros tem relações com a mudança nas classificações étnico-raciais implementadas pelos decretos editados pelo Governo Federal do PT. Mais pessoas passaram a ser classificadas como “pretas”, logo, mais pretos entram nas estatísticas dos mortos violentamente.

    De novo, isso não muda o fato do Governo Federal do PT ter sido incompetente para criar políticas públicas que fossem capazes de estancar a mortandade dos negros ou afro-brasileiros.

    O PT falhou nisso. Seu Governo Federal nada tem a mostrar sobre isso em termos concretos e produtivos. Eventuais políticas de inclusão racial não mudaram a triste realidade consistente nos pretos serem as vítimas preferenciais dos homicídios, por exemplo. A sociedade brasileira ainda é brutalmente racista e as políticas públicas capitaneadas pelo Governo Federal do PT resultaram em nada contra essa triste realidade.

  7. Que coisa ridicula
    Só há

    Que coisa ridicula

    Só há mortos, nao importa a cor.

    Dizer que exista um genocidio é algo digno de levar para a cadeia quem ouse afirmar isso em publico.

    Pessoas de cor com niveis sociais baixos obviamente estao expostas a toda uma serie de violencia inerentes a sua condiçao de vida

    Classificar essas mortes como genocidio e uma loucura , mas que tem tudo a ver com o modo insano desses ” racialistas “

    Cada coisa que a gente tem que ler…

  8. Retórica mistificadora

    Há muito tempo eu não ouvia um bordão retórico tão mistificador quanto este que chama a matéria. Só pode ter sido de propósito para desvelar a idiotia do argumento desse “objeto”, o tal “povo negro”… e seu respectivo “genocídio”.

    Caraca, bicho! A coisa tá realmente delirante!

    Creio que é igualmente legítimo reivindicar então a afirmação de um “povo sarará”, de um “povo orelhudo”, de um “povo atarracado”… sem falar nos “povos alvinegros”, nos “povos tricolores”. Todos podem ser vítimas de algum modo.

    O chauvinismo da vitimização pode fabricar qualquer categoria “identitária”. É só gritar. Rsrsrsrs.

    Haja mistificação!!!

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