Cardozo garante aos Terena que reintegração foi suspensa

Jornal GGN – Em reuniãonesta quarta-feira (5) com as lideranças Terena, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou aos indígenas que a reintegração de posse da fazenda Buriti foi suspensa integralmente. Segundo as lideranças Terena, o ministro garantiu que a presença da Força Nacional na região é apenas para manter a paz, e não para atuar em reintegrações.

Em entrevista telefônica ao Jornal GGN, o educador social, e representante Terena, Dionedson Cândido, afirmou que o governo foi avisado durante a reunião que: “se houver outra reintegração de posse, pode haver outra tragédia, pois os indígenas tem o direito constitucional de resistir, e o farão”.

“O assassinato do Oziel Gabriel (morto durante uma reintegração de posse na semana passada) machucou muito os povos indígenas, mas servirá como fortalecimento da luta Terena”, afirmou Cândido. Os índios também comentaram com Cardozo que ainda não sabem se o tiro veio da Polícia Federal, da Polícia Militar ou do SIC/GOE, mas já não se sentem mais seguros na região de Sidrolândia: “O medo é muito grande, nós não temos armas como as usadas para matar os índios, nós carregamos arco e flecha”.

Segundo o representante Terena, em uma reunião na noite desta terça-feira (4) com os pais de Oziel Gabriel eles afirmaram que “O Brasil matou o próprio filho, quem mandou fazer essa reintegração de posse é desumana”.

A participação de Dionedson na reunião se deveu a ele ser um dos responsáveis pela manutenção da página Resistência do Povo Terena no Facebook, e ele gravou em vídeo a reunião com o ministro da justiça: “para garantir e ter provas das palavras de Cardozo”.

Suspensão da reintegração de posse

A suspensão da reintegração de posse da fazenda Buriti ocorreu por ocasião da decisão do Juiz Federal que substitui o Juiz Federal Substituto Dr. Ronaldo José dos Santos que está em férias.

Na decisão, o magistrado Jânio Roberto dos Santos suspendeu a eficácia da decisão dada em caráter de urgência pela Dra Raquel do Amaral. Ou seja, a reintegração de posse e a multa de R$ 1 milhão de reais por dia. A fundamentação para a decisão do magistrado teve como base decisão já proferida pelo Tribunal Regional da 3a Região que em processo correlato manifestou-se por uma solução pacífica outro caso que envolvia comunidades indígenas.

A decisão será transmitida mais tarde a toda a imprensa.

Redação

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