Frente Povo Sem Medo apoia novas eleições e promete resistência ao “golpe” em julho

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Após semanas de negociação, os movimentos sociais que formam a frente Povo Sem Medo decidiram apoiar a proposta de plebiscito para convocação de novas eleições como alternativa à continuidade do mandato do presidente interino Michel Temer (PMDB) em prejuízo da presidente eleita e afastada pelo processo de impeachment, Dilma Rousseff (PT).

Em nota pública, o Povo Sem Medo reconhece que “a grande tarefa das forças populares é derrotar este governo e, com ele, o golpe” e, para isso, “o povo deve ser chamado a decidir”. “Neste sentido, a proposta de um plebiscito sobre a antecipação ou não das eleições, defendido mais de uma vez pela própria presidenta Dilma, pode ser uma bandeira aglutinadora para somar mais forças na luta contra o golpismo.”

Em entrevista publicada pelo jornalista Kennedy Alencar, na semana passada, Dilma diz que concordaria com a proposta de novas eleições caso movimentos sociais e senadores contrários ao impeachment encampem a bandeira, pois ela sozinha não pode levar a proposta adiante. Dilma ressaltou, contudo, que qualquer ideia deve passar, antes, por sua volta ao poder.

Segundo a frente Povo Sem Medo, a proposta de novas eleições “evidentemente tem seus limites”. “Não há saída mágica numa conjuntura tão complexa como esta. É preciso associar esta bandeira a outras duas fundamentais”, a reforma política e manutenção de direitos sociais conquistados nos últimos anos e revogados, em parte, pelo presidente interino.

“Estamos diante da ameaça de uma regressão social grave, com desmonte dos direitos trabalhistas e dos programas sociais conquistados pelo povo brasileiro, além da entrega do património público. O golpe é duplo: um presidente que não foi eleito, aplicando um programa que também não o foi e jamais seria.”

Ainda de acordo com a nota, o Povo Sem Medo “estará nas ruas no mês de julho, em grandes mobilizações de norte a sul, para resistir ao golpe e defender as saídas populares. Buscaremos dialogar com outras articulações, como a Frente Brasil Popular, para ter o máximo de unidade neste enfrentamento. Não tem arrego!”

Leia o comunicado na íntegra clicando aqui.

O MST não faz parte da Frente Povo Sem Medo. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra está ligado à Frente Brasil Popular e soltou nota informando os motivos para que sejam contra novas eleições agora. Leia a nota clicando aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Posição dúbia. Apoiam ou não

    Posição dúbia. Apoiam ou não a volta de Dilma? Tem que ser claro. Mesmo porque não existe essa proposta de eleições sem a volta de Dilma. Mesmo ele voltando e se dispondo a convocar o plebiscito pode não acontecer, pois depende de outros fatores. Portanto a questão central é exigir a volta de Dilma.

  2. Desculpa aí, companheiros,

    Desculpa aí, companheiros, mas considero essa posição extremamente equivocada: ninguém conseguirá governar com aquele congresso PODRE e renovar o congresso não está em cogitação, né???

    Se os malditos não respeitaram meu voto antes, porque vocês acham que respeitarão agora???

    Com a mídia e a justiça fascistas e despudoradamente parciais que temos quem vocês acham que será eleito???

    A única coisa que se vai conseguir com novas eleições é LEGITIMAR o GOLPE e o FASCISMO!

  3. Trotskando.

    Foi golpe?

    Foi.

    Dito isso, vamos à vaca fria.

    “Povo Sem Medo, formado por CUT, UNE e MST” e “Frente Brasil Popular” devem ser entendidas como paráfrases de “O PT Morrendo de Medo”.

    “Dilma diz que concordaria com a proposta de novas eleições caso movimentos sociais e senadores contrários ao impeachment encampem a bandeira.”

    É a velha Dilma sem rumo e ao dissabor dos ventos…

    Dilma tá igualzinho Lev Davidovich Bronstein depois de marcar uma bobeira histórica e perder o poder. Agora só lhe resta sair por aí dando receita do que deve ser feito e contar com a sorte.

    “Estamos diante da ameaça de uma regressão social grave, com desmonte dos direitos trabalhistas e dos programas sociais conquistados pelo povo brasileiro, além da entrega do património público. O golpe é duplo: um presidente que não foi eleito, aplicando um programa que também não o foi e jamais seria.”

    Sem dúvida o quadro acima é bem diferente de “Uma presidenta eleita, aplicando um programa que não o foi e jamais o seria.”

    “Não tem arrego!”

    É claro que tem: em Pindorama, no mês que vem, tem Olimpíada. Carece de preservar essa magnífica conquista das “forças populares”.

    Cá pra nós: alguém pode imaginar as hordas lulopetistas indo pra rua encimadas por faixas lambuzadas com dizeres do tipo “NÃO VAI TER OLIMPÍADA”?

    Não teria peto-intelectual suficiente pra desfiar dialética que desse conta de tanta contradição.

  4. Vão indo nessa, que eu não vou.

    O tal Impeachment é GOLPE PURO. Se alguém tivesse que conduzir o país a um patamar superior, esse alguém seria a Presidente eleita Dilma Roussef, contra todos os canalhas que se acostumaram a roubar o país.

    Esse temer, com a fuça de pau que tem, foi incubido de desempenhar o papel de condutor pelo bem de todos, só se for pelo bem de LADRÕES como ele.

    Novas eleições, sei… E velhos, ladrões e vadias!!! 

     

  5. PRODUÇÃO!! Ô, PRODUÇÃO!!

    PRODUÇÃO!! Ô, PRODUÇÃO!!

    Até o Temer já falou que é golpe. GOLPE. G-O-L-P-E!!

    Assim sendo, que tal tirar as aspas em “golpe”?

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