Dentro da Força, sindicalistas divergem de apoio a Cunha

Enviado por João Sabóia Jr.

Do Brasil 247

Manter a unidade e a pluralidade da Central

Por João Carlos Gonçalves (*)

O ato de sexta-feira, dia 21 de agosto de 2015, no Palácio do Trabalhador, sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, quando a Força Sindical recebeu o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, descambou para uma cena lamentável: o que era para ser uma atividade institucional e imparcial, para conversar sobre as leis e medidas que estão em tramitação ou que já foram votadas, transformou-se num ato partidarizado, de apoio a um político que está sendo denunciado pelo Ministério Público.

Os gritos de guerra a favor de Cunha, ouvidos no ato, configuraram uma ação deslocada e sem sentido no atual contexto. Isso porque a democracia deve funcionar para todos. Ninguém está acima da justiça e, neste sentido, precisamos aguardar as conclusões do judiciário no processo que envolve o político em questão.

Repito: o que era para ser uma atividade sindical, meramente institucional, com pauta definida pelo presidente Miguel Torres, transformou-se em um ato de apoio político, e isso não estava na pauta.

Nossa central tem tentado buscar o equilibro. O presidente Miguel Torres tem conversado com os principais atores sociais, como os presidentes de centrais sindicais, encontrou-se com o ex-presidente Lula, marcou para conversar também com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o vice-presidente da República, Michel Temer. Visitou os jornais “Folha de S. Paulo”, “O Globo”, e “O Estado de S. Paulo”. Tem publicado artigos em páginas nobres dos principais jornais sempre na defesa dos interesses dos trabalhadores.

O que aconteceu na última sexta-feira, dia 21, com a transformação de uma atividade sindical em uma ação partidária, não condiz com o caminho que temos tomado. Milhares de sindicalistas filiados à Força Sindical em todo Brasil foram pegos de surpresa pelo noticiário gerando um grande constrangimento para a central.

Esse tipo de envolvimento pode levar à desqualificação e vulgarização de nosso presidente, que nunca pode perder de vista que representa uma entidade grandiosa em números quantitativos, mas sujeita a “testes de qualidade” diariamente.

A Força Sindical para ser levada em conta cada vez com mais seriedade pelos atores que decidem no país –representações de trabalhadores, empresários, intelectuais, universidades, grandes entidades da sociedade civil, Igrejas dignas, Congresso Nacional, Poder Judiciário e Governos–, deve se dar o respeito como entidade sindical multipartidária, como está colocado desde a fundação, e não joguete e instrumento de partidos ou pessoas, como tem se caracterizado os companheiros da CUT ao longo de sua história.

Nós somos diferentes deles desde a nossa fundação.

Talvez tenha chegado o momento de falarmos com muita franqueza e sempre com lealdade, se já não é a hora de o companheiro Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que por sua própria vontade e decisão optou exclusivamente pela atividade partidária, seguir o seu caminho e a exemplo do companheiro Luiz Antônio de Medeiros, no passado, continuar ao nosso lado, nos apoiando, nos ajudando com a sua experiência e bagagem, mas deixando que a central siga o seu próprio caminho, tenha a sua posição permanente em defesa de políticas democráticas, do respeito a institucionalização do Estado de Direito Democrático a duras penas conquistado e, sobretudo, de uma coerente e combativa política sindical em defesa dos trabalhadores e suas famílias, que é o nosso objetivo maior.
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(*) João Carlos Gonçalves, o Juruna, é secretário-geral da Força Sindical.

Redação

12 Comentários

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  1. Força Sindical.

    Paulo Pereira da Silva, Paulino da Força é um dos maiores pelegos existentes no meio sindical.

    Puxou o tapete do Medeiros, usou e usa a Força Sindical como trampolim para suas ambições políticas e particulares.

    Espero que essa rebeldia aos seus desmandos marque o início da ruptura com esse deputado.

  2. Vergonha alheia

    Eu fizesse parte deste sindicato, teria me desfiliado na hora. Uma situação constrangedora e ridícula; ainda que fosse uma denúncia de jornal, sem muita base, teria alguma justificativa, mesmo assim insuficiente.

    Agora uma denúncia do Ministério Público, com provas claras e robustas… Lamentável. Sindicato fica com imagem de conivente com a corrupção.

  3. Verdade! Desde o início

    Verdade! Desde o início diferenciou-se da cut. Sempre pelega, sempre em favor do capital e em desfavor da classe trabalhadora. O que dizer de uma entidade representativa dos trabalhadores que apoia a terceirização?

    1. Exatamente! O que dizer de

      Exatamente! O que dizer de uma central sindical que apóia um político como Eduardo Cunha, denunciado por crime de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e se opõe a um governo popular? Eduardo Cunha, como presidente da Câmara, colocou em votação o PL-4330, da terceirização. Como é que pode uma central sindical, que se diz representante dos trabalhadores, apoiar um político que encaminha para votação e trabalha para a provação de um projeto de lei dessa natureza?

      O que o secretário da Força Sindical tenta fazer é o mesmo que o jornalista Alberto Dines fez em relação ao jornal espnho El País, que anunciou a morte de Hugo Chávez, meses antes dele vir a falecer, ou seja: defender o indefensável. Para coroar a falsidade, o secretário da central sindical tece loas a Paulo Pereira da Silva, que se livrou de condenação no STF, mas que tem pesadíssimas acusações a responder.

  4. Caraca !!!!
    Não consigo

    Caraca !!!!

    Não consigo entender esses empregados que são filiados à Força Sindical.

    Os caras apoiam o Aécio, ou seja, o modo PSDB de governar.

    São contra o PT, e de quebra,  contra o governo.

    Por tabela, para serem coerentes, tem que serem contra e proibir seus familiares de participarem do Enem, Prouni, Pronatec, Sisu, Ciência sem Fronteira, Minha casa Minha vida,Luz para todos, e todas as outras ações sociais do governo federal

    Afinal, isso são coisas do governo dos petralhas, e nós abominamos esse govermo.

    Temos que ser coerentes com o nosso líder maior, Paulinho da Força

    1. Tudo começou com os shows com

      Tudo começou com os shows com artistas caros e distribuição de prêmios milionários. Juntem-se algumas benesses tipo missangas dos pattrões. Depois, foi o efeito torcida de futebol.

  5. A Força Sindical é a central sindical que mais perde…

    A Força Sindical é a central sindical que mais perde representatividade. Na última divulgação do índice de representatividade das centrais sindicais divulgada pelo Ministério do trabalho a Força Sindical aparece com 10,82% de representatividade.

    Ou seja, praticamente empatada com a CTB, ligada ao PCdoB, com 10,36% e a UGT com 10,30%. Pelo andar da carruagem, no ano que vem a Força Sindical deixará de ser a segunda maior central sindical do país para se tornar a quarta ou a quinta. 

    Fonte:

    http://portal.mte.gov.br/imprensa/mte-divulga-representatividade-das-centrais-sindicais-1.htm

  6. Parece que o futuro do vosso

    Parece que o futuro do vosso companheiro Paulinho não é muito brilhante. Acusações tenebrosas o cercam por todos os lados. Talvez a saída para ele tivesse sido através do triunfo máximo do Cunha, mas essa saída se fechou quando a senhora Desgraça veio pegar o Cunha pelo braço para dançarem. Daí o desespero paulinhistico, em nome do qual não teve dúvidas em lançar ao incinerador o sagrado nome de sua própria organização sindical..

  7. Vejam a loucura!!!!!!!

    Vejam a loucura!!!!!!! Travbalhador apoiando  um defensor da terceirização! Merecem ter salários de escravidão! Peloamordedeuses!

  8. Juruna sempre contra o

    Juruna sempre contra o peleguismo do Paulinho e apesar das críticas à CUT,  grande parte das vezes fecha com ela nos pleitos dos trabalhadores.

    Apoiou a Dilma nas eleições.

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