Em Brasília, grupo organiza protesto por maior participação política

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Nesta segunda-feira (23), grupos prometem ir às ruas na capital do país para pedir uma maior participação política. O protesto, chamado evento Copa pra quem?, ocorre no dia em que Brasília recebe o jogo do Brasil e Camarões com a expectativa de lotar os 70 mil lugares do Estádio Nacional Brasília Mané Garrincha. Convocado pelo Facebook, 2,4 mil confirmaram presença na manifestação.

“Os olhos do mundo estarão sobre nós”, diz o integrante do Comitê Popular da Copa-DF, Thiago Ávila. A manifestação será por participação política e pela construção do poder popular. “O poder popular fica restrito a conselhos, a conferências e a orçamentos participativos, que são consultivos, não têm poder para deliberar políticas públicas”, explica Ávila. Segundo ele, é necessário que a população tenha o poder de decidir a implementação de ações e não apenas dar opinião sobre elas.

Uma maior participação popular na tomada de decisões foi uma das reivindicações dasmanifestações de junho do ano passado, que não chegou a ser atendida, de acordo com o grupo.

A concentração ocorrerá às 14h na Rodoviária de Brasília, na região central da cidade. O grupo caminhará, às 16h, para o estádio. Entre as reivindicações estão educação e saúde públicas, gratuitas e de qualidade; passe livre e transporte público de qualidade fucionando 24h; e desmilitarização da polícia e da política. 

O protesto também será contra o gasto com a Copa do Mundo, a exploração sexual de jovens e adolescentes e o tráfico internacional e as prisões arbitrárias durante as últimas manifestações.

Será a quarta manifestação em Brasília. A primeira ocorreu na abertura da Copa do Mundo e segundo a Secretaria de Segurança do DF, acabou com três detenções. O protesto foi por saúde, educação e serviços públicos. A segunda, foi no dia 15, durante o jogo da Suíça e Equador, o primeiro sediado pela capital.

terceira ocorreu no dia 19, dia do jogo da Colômbia e Costa do Marfima. A manifestação foi pela desmilitarização da Polícia Militar e contra o extermínio da juventude negra. 

Em São Paulo, onde haverá jogo às 13h, da Holanda e Chile, um ato está previsto para as 15h na Praça do Ciclista, localizada na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação. Além dos gastos para a realização do Mundial, os manifestantes protestam contra a repressão policial, pelo direito de livre manifestação, de greve e pela readmissão dos metroviários demitidos após a última paralisação da categoria.

No Recife, a questão da ocupação do espaço público, que envolve também as desapropriações feitas para a preparação do Mundial, é assunto permanente do Ocupe Estelita, grupo que defende um outro projeto para o Cais José Estelita. A área faz parte do projeto Novo Recife que prevê a derrubada de vestígios de edificações históricas e a construção de 12 prédios de 40 andares. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas acampa no local e faz diariamente atividades culturais nas proximidades do cais. Mexicanos e croatas se enfrentam na Arena Pernambuco.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

14 Comentários

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  1. Xiiii, parece que o movimento

    Xiiii, parece que o movimento quer mais do que Dilma abriu com o Decreto 8243/14

    “O poder popular fica restrito a conselhos, a conferências e a orçamentos participativos, que são consultivos, não têm poder para deliberar políticas públicas”,

    Decreto que foi duramente criticado por Eduardo Campos e Aécio Neves que querem menos participação popular

    Coxinhas, prestem atenção no foco.

    Não sejam burros, nem ajam pelo efeito manada.

    1. Eles não tem pauta, Assis.

      Eles não tem pauta, Assis. Nunca tiveram. O objetivo sempre foi o mesmo, criar o clima de caos para que a mídia venda o caos como real. Não há proposta ou projeto que vá ser aceito como legítimo. Não falam por grupo algum; falam por eles. Maior evidência disso que a frase que vc destacou, é impossível.  Não é tão complicado se olharmos o que acontece nos outros países. É o último suspiro do neoliberalismo; simular uma luta contra ele mesmo.

        1. Não é, A.A., isso é uma

          Não é, A.A., isso é uma simulação. Quem está por trás desses movimentos não tem nada de esquerda menos ainda de ultra esquerda. Vc pode imaginar a mídia nativa empolgada  e investindo alto  na esquerda?

  2. kkkkk…

    quem esses babacas acham que estão enganando? ” maior participação potíica” ; até parece que esses babacas não estão sendo financiado por  partidos politicos, fala sério, pequenos desprovidos de cérebros! seu tempo acabou com a internet.

  3. Decepção !

    Como tem gente querendo aparecer.O Paulinho dou  Forca Aécio Farinha Royal vai estar junto. O Cerra vai estar também!!

     O César Maia e o Eduardo Paes e cabral estão no mesmo time – depois, traíra é só o Campos !

    Políticos: ” o povo não é bobo”, sejam coerentes e honestos.

    Campos, Aécios, Cabrais ( o Paes também quer ir pelo mesmo caminho), Romários, Maias, Marinas, ……perto destes o Malafaia é anjo !

  4. decreto presidencial

    Acho que esse grupo quer aparecerou ter interesses ocultos. Se quer maior participação popular então é só apoiar o decreto presidencial que cria a Política Nacional de Participação Social.

  5. Caro Nassif e demais
    Proponho

    Caro Nassif e demais

    Proponho esse grupo que quer mais participação popular, que acampem no Cogresso, junto aos nobres deputados e seandores e que cobrem deles mais medidas em prol do povo,  que vejam quem as quer e fiquem postando 24 horas por dia na internet.

    Muitos deles verão que, seu patrões,são os que mais não querem o povo participando, eles irão dizer, xereteando, por lá. 

    Acampem já, nos gabinetes dos “nobres”.

     Saudações

  6. A PORTA DA PARTICIPAÇÃO É ATRAVÉS DO PARTIDOS POLÍTICOS

    Querer participar é fácil.

    Basta ingressar em partido políticos. Temos aqui, no Brasil, mais de trinta. Escolham um deles. Filiem-se. Decidam que irá representá-los. Na democracia, a vontade de alguns não pode superar a do povo.

    Meu sonho é ver que este espírito – a participação popular – seja exercido pelo povo. Porém,, não há outra porta de entrada, a não ser os partidos.

    Não podemos deixar, é verdade, que alguns “donos” de partidos façam a sua vontade, aliando-se aqui ou ali, como o fez, agora de pouco, o PTB, por vontade de alguns dos proprietários deste partido.

    Temos, é verdade, que participar. Mas não há outra maneira.

    Poder-se-ia também alterar legislações, de forma a proporcionar consultas ao povo, em plebiscito, como ocorre, v. gratia, nos EEUU, onde, na eleição, muitas questões são resolvidas por votação popular.

    Porém, atualmente, o mais fácil é ingressar em partidos políticos.

    Agora, promover arruaças na rua, protestos sem quaisquer fundamentos, é tudo um papo furado.

    Quando jovem participei da política ativamente e exerci minha cidadania. Consegui influir em muitas realizações na cidade que resido. Assim, é que devemos nos comportar.

    Será mais um protesto por nada, pois não há como o povo decidir diretamente, a não ser por plebiscito, reitero. Parcipando e escolhendo melhor seus representantes, iremos obter maior influência nos caminhos do País, participando-se bastante de seu desenolvimento.

    Não há outra porta.

     

    1. Dude, mais um pacato cidadão.

      “Basta ingressar em partido políticos.”

      KKKKKKKKKKKKKKKKK: quando a piada é boa, só nos resta gargalhar.

      “Não há outra porta.”

      As manifestações de junho/julho do ano passado , não obstante confusas, foram o único  episódio político efetivamente relevante desde há muito em Pindorama. As campanhas eleitorais de 2014 – mesmo que se limitem ao enfadonho sabido e consabido – tem que , ao menos espetacularmente, levá-las em consideração.

      Não obstante confusas, a grande marca foi exatamente a hostilidade a partidos.

      Será que você se deu ao trabalho de dar um chegadinha na rua, ou limitou-se a ficar aí sentado lendo o blog do Nassif?

      Você confunde portas com falsas saídas.

       

      1. Qual a saida? Protestar e protestar e protestar….

        Ora, Agincort, sempre fui e sempre serei um pacato cidadão. E posso lhe dizer que fiz muito, mas muito mesmo para a melhoria de vida de meus semelhantes. Não estou aqui para lhe contar minhas realizações na vida, mas posso lhe afiançar que, eu como “pacato cidadão” fiz muito em sua cidade.

        E como?

        Entrando, juntamente com vários jovens na época, em partido político. Lá fizemos parte da história do município em que eu nasci.

        Não entendo como protestar, protestar, protestar irá levar a algum lugar, a não ser, pois não vi nenhum protesto alterar a política.

        Podem fazer um grande barulho. Repercutir em um dado momento. Mas acabam sendo esquecidos, com o tempo.

        Não sei se você é um jovem. Mas se o for, o que está esperando?

        Hostilidade a partidos?

        Ora, não há, pelo menos ao que consta, condições de prática democrática a não ser através de partidos. Os partidos são posicionamentos. Se eles estão desanimando o povo, não fazendo o trabalho que deveriam, indicando candidatos sem condições de melhorar a vida do povo, cabe a todos nós invadi-los, pois a lei garante a todos a participação democrática.

        Gosto de ler e, quando acho importante, contribuir com minha visão de vida.

        Na democracia, é importante que os partidos sejam autênticos e nos representem corretamente. Para isto,  não há como impedir a participação do povo neles.

        A outra saída, como já disse, e aí até que protestos podem ajudar,  é estabelecer consultas ao povo, sejam nas eleições, alterando a legislação, e nos plebicistos.

        Tenha a certeza, Agincord, protestar nem adiante em Cartórios!

         

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