Funcionários dos Correios entram em greve contra retirada de direitos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Funcionários em passeata em Brasília denunciam desmonte pelo governo Temer da empresa que chegou a ser a estatal mais bem avaliada pelos brasileiros (FENTECT/FACEBOOK/REPRODUÇÃO)

correios greve

da Rede Brasil Atual

Funcionários dos Correios entram em greve contra retirada de direitos

Empresa quer que trabalhadores retirem dependentes do plano de saúde e que mensalidades sejam reajustadas. Movimento também quer o fim das terceirizações e condições para prestar bons serviços à população

por Redação RBA

São Paulo – Servidores dos Correios entraram em greve nacional por tempo indeterminado. Oficialmente, o movimento começou no domingo (11) a partir das 22h, com a paralisação do trabalho pelos funcionários do turno da noite. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), os trabalhadores são contra mudanças no plano de saúde da empresa, que preveem o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de dependentes dos contratos. 
“Além disso, o benefício poderá ser reajustado conforme a idade, chegando a mensalidades acima de R$ 900”, informou a Fentect, em nota, ressaltando que o salário médio dos trabalhadores dos Correios é de R$ 1,6 mil – “o pior salário entre empresas públicas e estatais”.

O início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde dos trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), nesta segunda (12).

A greve é motivada também por alterações propostas pelo governo de Michel Temer no Plano de Cargos, Carreiras e Salários; a terceirização na área de tratamento; a suspensão das férias dos trabalhadores; a extinção do diferencial de mercado e a redução do salário da área administrativa; medidas unilaterais que indicam que o governo mira a privatização da estatal.

Além disso, entre as demandas da categoria estão a contratação de novos funcionários por meio de concurso público, a segurança dos trabalhadores e o fim dos planos de demissão.

A federação também é contra a extinção e terceirização do cargo de operador de triagem e transbordo, “importante para o movimento do fluxo postal interno”. “Para piorar a situação, a empresa também anunciou o fechamento de mais de 2.500 agências próprias por todo o Brasil”, diz a nota da Fentect.

Para a categoria, o “desmonte” promovido pela gestão dos Correios tende a prejudicar ainda mais os serviços à população. “A Fentect esclarece que alguns argumentos repassados transmitem uma visão enganosa da realidade na estatal. Por exemplo, quanto ao monopólio dos Correios, que, hoje, corresponde apenas a cartas, malote e telegrama. O segmento de encomendas, como o Sedex, entretanto, sempre foi concorrencial”, informou.

Quanto ao reajuste dos preços dos serviços da estatal, a federação discorda de que houve aumentos abusivos nos valores. 

No dia 6 deste mês, os Correios começaram a cobrar uma taxa extra de R$ 3 para encomendas com destino ao Rio de Janeiro. O motivo seria a elevação dos custos da entrega por causa da violência no município. A federação alega que o aumento não beneficiou os trabalhadores.  “Já em relação ao argumento da ECT para esse reajuste a respeito da segurança dos trabalhadores, a Fentect esclarece que não há nenhum benefício pago ao trabalhador por esse motivo, bem como nenhum adicional”. No dia 9, após decisão da Justiça Federal, a estatal suspendeu a cobrança.

Para a Fentect, a empresa não onera o governo federal ou o bolso do cidadão com arrecadação de impostos. “Ao contrário, é o governo quem tem retirado verbas da empresa, sem retorno, nos últimos anos, da ordem de R$ 6 bilhões”, informou. “Com todos os erros e ingerências políticas na administração dos Correios, a direção da estatal promove essas e outras retiradas de direitos dos próprios trabalhadores, responsabilizando-os pelos danos da ECT.”

A assessoria dos Correios não respondeu aos chamados da reportagem durante o fim de semana.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

10 Comentários

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  1. Funcionários dos Correios, futuros escravos legalizados.

    ELES QUEIMARAM A BANDEIRA DO PT, POSTARAM NA INTERNET E PEDIRAAM FORA DILMA.

    NÃO VEJO NENHUM DELES PEDINDO FORA TEMER.

    NÃO VEJO NENHUM DELES QUEIMANDO BANDEIRAS DOS PARTIDOS QUE FORMAM A QUADRILHA DO TEMER.

    DEVERIAM ENTÃO ESTAR M UITO FELIZES COM A AJUDA QUE DERAM AO GOLPE.

    É MUITO TRISTE VER ESSA SITUAÇÃO DE ANALFABETOS POLÍTICOS QUE SÓ SEGUIRAM O SOM DO BERRANTE DA MÍDIA E DO PATO AMARELO DA FIESP.

    MAS, AGORA É TARDE PARA EVITAR O QUE JÁ ACONTECEU. 

    Adeus Correios. Você é mais uma empresa federal que os bandidos da política, aliados aos bandidos de togas, destruiram em troca de caixa dois e de propina, muita propina dos concorrentes.

    PRIVATIZAÇÃO DE EMPRESA PÚBLICA SIGNIFICA A VOLTA DA ESCRAVIDÃO AOS EMOREGADOS,

    MUITO LUCRO AO EMPRESÁRIO E MUITA PROPINA AOS POLITICOS E TOGADOS QUE APROVAM

    A DOAÇÃO DA EMPRESA.

    1. Ao ver essa imagem eu também fico com raiva

      Ao ver essa imagem eu também fico com raiva.

      Lembra-me que muitos dos empregados dos Correios são responsáveis pelo atual descalabro que vivemos e dá vontade de mandá-los à merda. Afinal de contas eles são responsáveis por muitos dos meus problemas que vieram com esse desgoverno golpista e seus ataquesaos trabalhadores e eu não sou responsável por isso.

      Sei que não foram todos os empregados que agiram dessa forma, talvez tenhasido uma ínfima minoria, mas o fato é que os demais não desautorizaram essa atitude raivosa e antidemocrática de alguns empregados, nem criticaram o fato deles terem protagonizado essa cena fascista com o uniforma da empresa.

      Agora vai ser muito difícil eles conseguirem a solidariedade que precisam em sua greve. Estou muito mais com raiva que com solidariedade. Sei que a luta dos trabalhadores é uma só, mas como é que eu vou ter soliedariedade com eles se eles não tem comigo?

      Antes de mais nada eles precisa fazer uma autocrítica e assumir publicamente o erro e o absurdo de sua atitude. Não prdicsam aderir ao PT, mas precisam admitir que quiar a bandeirade um partido é um ato fascista, que fizeramd discurso de ódio e alimentaram a histeria golpista e que se deixaram ser usados como fantoches do mesmo sistema que os está ameaçando agora.

      Sem isso não terão a minha solidariedade nem a das demais categorias trabalhistas e ficarão sozinhos com a pecha de traidores do movimento operário. Não dá simplesmente para desconversar e fingir que isso nunca aconteceu. Boa parte do problema estarmos em uma nova ditadura, fruto de um novo golpe de Estado é termos deixado de lado o que aconteceu na ditadura anterior. Pode ser até que dê para perdoar, mas não dá para simplesmente esquecer. A soliedariedade ao seu movimento está nas mãos deles mesmos, de fazerem a necessária autocrítica porque se não fizerem saberemos que eles não retribuirão qualquer soliedariedade recebida agora.

  2. Caro Nassif
    Apoiaram tudo

    Caro Nassif

    Apoiaram tudo isso, quando apoiaram o fora Dilma e que venha o Temer.

    Ainda é pouco, nada que uma demissão coletiva não resolva o problema.

    Um novo concurso, mas eles ficam de fora.

    Temer e o governo golpista é o líder deles. 

    Escolheram a guilhotina e agora reclamam do pescoço?!

    De um tempo pra cá, recebo minhas contas atrasadas.

    Lembranças temer.

    Saudações

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