Gravação de Jucá comprova real natureza do golpe, diz presidente da Apeoesp

 
Jornal GGN – Por meio de nota, Maria Izabel Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOSP) afirma que os diálogos de Romero Jucá, ministro do Planejamento do governo Temer, revelam a real natureza do golpe que afastou a presidente Dilma Rousseff.
 
Noronha salienta que as gravações mostram a preocupação de Jucá em interromper a Operação Lava Jato. “Os diálogos são vergonhosamente claros neste sentido”, afirma. Ainda diz que o governo do presidente interino pretende cortar benefícios sociais, encerrar a política de valorização do salário-mínimo e desvincular as aposentadorias do salário-mínimo, além de atacar direitos trabalhistas, tornando “letra morta a CLT”. Leia mais abaixo: 

DIÁLOGOS DE JUCÁ CONFIRMAM: O GOLPE FOI DADO PARA PROTEGER OS CORRUPTOS

A divulgação de gravações telefônicas envolvendo o Senador Romero Jucá, Ministro do Planejamento do interino e ilegítimo Governo de Michel Temer, demonstra a real natureza do golpe aplicado contra a democracia brasileira, que afastou temporariamente a Presidenta eleita Dilma Rousseff do Palácio do Planalto.
Os diálogos revelam que a grande preocupação de Jucá, seus interlocutores e os que conspiraram para derrubar a Presidenta da República é a de interromper definitivamente as investigações em curso na Operação Lava-jato, tendo em vista o grande risco de novas delações levarem à condenação e consequente prisão do próprio Jucá e tantos outros integrantes do Governo e de sua base aliada. Os diálogos são vergonhosamente claros neste sentido. Em todas as frases está claramente expresso: é preciso que Dilma caia e Temer assuma o governo para “acabar com essa sangria”, como Jucá se refere às investigações.

Para nós, desde o início esteve clara esta motivação, além de outras ainda mais desastrosas, como a virtual entrega de todo o nosso patrimônio a mãos estrangeiras, a começar da Petrobras, passando por outras áreas e serviços estratégicos para o futuro do nosso país. Para tanto, não basta apenas entregar o patrimônio, mas é preciso “baratear” a mão de obra, cortando direitos adquiridos,

conquistados em anos de lutas da classe trabalhadora. Por isso, Temer vai acabar com a política de valorização do salário-mínimo e vai desvincular as aposentadorias do salário-mínimo, para que seus reajustes fiquem ao bel-prazer do Governo. Vai ainda promover a reforma da Previdência, aumentando a idade mínima e as alíquotas e, também, vai tornar letra morta a CLT, fazendo prevalecer o negociado sobre o legislado. Tudo isto está previsto em seu programa, denominado “Uma ponte para o futuro”.
Mais que isso, é preciso cortar direitos sociais (começando pelo Bolsa-família, Minha casa, minha vida, FIES, PROUNI, REUNI e outros). Querem aplicar de forma contundente a política de “Estado mínimo”, privatizando, se possível, todos os serviços públicos (com exceção da segurança pública). Por isso quer promover a desvinculação dos recursos da educação e da saúde, deixando esses dois setores sem orçamento, dependentes das decisões do Congresso Nacional a cada ano.

Para aplicar todas essas medidas, o Governo golpista precisa conter os protestos que inevitavelmente ocorrem diariamente desde que Dilma foi afastada, pois o povo rejeita o Presidente interino. Por isso as polícias militares estão sempre a postos, reprimindo com violência as manifestações, como a que ocorreu ontem nas proximidades da casa de Temer, em São Paulo.

Trata-se, como o mundo todo já sabe, graças à extensa cobertura dos meios de comunicação internacionais, de um governo de ladrões, ainda fortemente controlado pela figura de Eduardo Cunha, que permanece solto e à vontade para continuar mandando. Agora, isto fica mais patente nas palavras de um dos mais importantes ministros. Até quando a Justiça vai se omitir diante de tanta desfaçatez? Até quando uma parte da população mais abastada vai fazer de conta que tudo está resolvido com o afastamento da Presidenta Dilma?

Nós, que compreendemos o que está ocorrendo no nosso país, temos a obrigação de não nos calar, de nos mantermos nas ruas, de conversamos muito com nossos colegas nas escolas, com os estudantes, com seus pais, com as nossas comunidades, com toda a sociedade. Não podemos deixar que uma gangue destrua o nosso país e nos faça retroceder. Vamos continuar nossa luta para que o Brasil retome o caminho do desenvolvimento, com distribuição de renda e justiça social.

 
 

 

Redação

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