Luiza Erundina debate criminalização da política e golpe no Brasil

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A deputada federal pelo PSOL e ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, e o professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser, promovem, nesta segunda-feira (16), um debate sobre a criminalização da política e o golpe no Brasil.
 
“Na atual conjuntura brasileira, estamos presenciando um processo de golpe institucional que tem trazido à tona diversas consequências terríveis: o levante de movimentos organizados de caráter fascista, agressões gratuitas em praça pública contra seguidores de ideologias de esquerda, ódio social contra aqueles historicamente oprimidos e forte repressão policial”, introduziu o movimento Conexões em Luta, organizador do evento.
 
Para o grupo, além de que o avanço das pautas conservadoras seja algo novo, desde a redemocratização do Brasil, “a verdade é que não estamos isolados no mundo – o que pode ser constatado pelo preocupante crescimento das forças de extrema-direita tanto na Europa quanto nos Estados Unidos”. “Como entender e, mais importante, combater esse fenômeno?”, questiona o movimento.
 
Para buscar soluções, abrir caminhos e debater o avanço da intolerância política e da criminalização do tema como possibilidade para o golpe, o Conexões em Luta traz a deputada Erundina e o professor de Relações Internacionais, às 19h, no Teatro Tucarena, na Rua Monte Alegre, 1024, no bairro de Perdizes, em São Paulo.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. A república dos Juízes

    O que vivemos hoje é, em parte, o climax de um fenômeno que há muito vem se desenvolvendo na sociedade brasileira. O fênomeno a que me referio é a consolidação do judiciário como o poder máximo da república, a qual todos os demais segmentos da sociedade tem que respondeder e que, por sua vez, só responde a si mesmo e, indiretamente, à plutocracia.

    No meu entender, as elites plutocráticas, ao perder os outros dois poderes para as forças democráticas, principalmente o executivo, começou a estimular a idéia de um poder judiciário, composto quase que exclusivamente por oriundos da classe média e alta, com controle sobre os outros poderes, e também a idéia de que os outros poderes eram inerentemente corruptos, utilizando-se, neste último caso, da mídia como vetor desta filosofia. Este fenômeno começou aos poucos e foi crescendo paulatinamente, primeiro nas cidades periféricas, com a criminalização de prefeitos, vereadores e secretários municipais, alguns realmente criminosos, mas grande parte criminalizada por faltas administrativas menores, inerentes da tarefa de administrar orçamentos complexos em regiões desorganizadas e com problemas crônicos e insolúveis a medio prazo. Com o tempo, e percebendo a receptividade crescente da população a esta ideia de que seus lideres eleitos são criminosos costumazes e os poderosos não eleitos: juízes, promotores e policiais, são paladinos da justiça, estenderam este “modus operandi” para niveis cada vez mais alto da estrutura adminstrativa pública, agora de maneira seletiva e conduzida pela grande imprensa, até chegarem à presidência da república.

    No entanto, como todo fênomeno, este também tende a ter um clímax e posteriormente refluir, se transformar ou mesmo desaparecer. Tenho a impressão que daqui para frente, com o golpe, a classe política e os cidadãos estarão muito mais atentos aos abusos do Judiciário, do MP e da PF. Além disso, estes poderes não estarão mais tão blindados pelo discurso ingênuo do republicanismo institucional consolidado nos governos petistas.

    1. Concordo. Mas acho que tem

      Concordo. Mas acho que tem mais um componente que foi fundamental para a deflagração do golpe: a MAÇONARIA.

      Se eu tivesse que definir maçon em uma palavra, essa palavra seria SOBERBA. Inobstante seus modos finos e elegantes, se julgam superiores, a nata da sociedade. Entretanto, ao menos os brasileiros, são seres humanos medíocres, pobres de espírito, totalmente diferentes do que, em tese, deveria caracterizar um maçon.

      Maçons em teoria (Fonte Wikipedia):

      “De caráter universal, cujos membros cultivam o aclassismohumanidade, os princípios da liberdadedemocracia, igualdadefraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciáticafilosófica, progressista e filantrópica.

      A maçonaria é, portanto, uma sociedade fraternal, que admite todo homem livre e de bons costumes, sem distinção de raçareligião, ideário político ou posição social. Suas principais exigências são que o candidato acredite em um princípio criador, tenha boa índole, respeite a família, possua um espírito filantrópico e o firme propósito de tratar sempre de ir em busca da perfeição, aniquilando seus vícios e trabalhando para a constante evolução de suas virtudes”.

      Maçons na realidade brasileira:

      Com raríssimas exceções, têm as mesmas características:

      – provêm de famílias abastadas e/ou com nível de escolaridade alto;

      – ocupam posições profissionais de destaque;

      – não são democráticos, são assumidamente partidários, têm índole autoritária e desprezam todos que não compactuam com suas ideologias;

      – não são fraternos, são preconceituosos, intolerantes e só respeitam quem pensa como eles;    

      – não são progressistas, são conservadores de direita;

      – não são aclassistas, são elitistas e lutam pela manutenção do sistema meritocrático de casta que vigora no Brasil desde 1500;

      – filantropia, para eles, se limita a esmolas, uma vez que são contra todas as políticas sociais de combate à desigualdade e a miséria, bem como são contrários às políticas que promovem a inclusão;

      – são extremamente corporativistas. Diante da tomada de decisões envolvendo benefícios a terceiros, notadamente promoções e indicações, os maçons favorecem seus correligionários ou, na ausência destes, pessoas com perfis submissos, que jamais questionam os posicionamentos impostos pelos grupos maçônicos. Estes critérios se sobrepõem a fatores que deveriam de fato prevalecer para cada situação específica, como por exemplo competência, conhecimento e experiência.

      Foi por meio desse CORPORATIVISMO que aparelharam os órgãos públicos, notadamente os da justiça, de forma a criar as condições para deflagrar o golpe e tentar destruir os partidos de esquerda.

      Odeiam Lula porque, a despeito de seu perfil totalmente diverso do padrão maçônico brasileiro (não é fino e elegante, não é conservador, não é estudado, não é submisso aos interesses das elites etc), alcançou, graças ao sucesso dos seus governos, um destaque mundial positivo que nenhum maçon brasileiro chegou nem perto. 

      Veja o tanto de falácias nesta mesagem de maçons a Temer:

      http://www.alertatotal.net/2016/05/mensagem-dos-macons-ao-macom-michel.html

       

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