Março, mês das mulheres trabalhadoras tomarem as ruas, por Andreia Barbosa

Não podemos esquecer que na região do ABC nós mulheres trabalhadoras estamos sempre em risco. Em 2019 foram 530 mulheres estupradas, um aumento de 6%

Foto: Agência SkyNews

Março, mês das mulheres trabalhadoras tomarem as ruas no mundo e também no ABC

Por Andreia Barbosa

No dia 8 de março em todo o mundo é celebrado o Dia Internacional de Luta das Mulheres. Uma data em que muitos entregam flores e prestam homenagens às figuras femininas em suas famílias, às suas amigas e colegas. Mais do que um dia de homenagens, essa data foi unificada e escolhida como um dia de mobilização das mulheres trabalhadoras de todo o mundo na luta por igualdade de direitos. Somos mulheres, negras, LGBTQIA+ e mães, mas somos também trabalhadoras. Por isso, este é um dia em que vamos às ruas celebrar e também lutar por igualdade de direitos!

Em 2020, mais do que nunca é necessário relembrar o propósito desta data. Jair Bolsonaro é um presidente machista, LGBT-fóbico e racista, que vem promovendo a ascensão do fascismo e tentando articular o fechamento do Congresso para impor uma ditadura. Seu governo tem como prioridade a política de cortes e austeridade que atinge e precariza ainda mais a vida das mulheres trabalhadoras, como nós. Por isso, neste mês também vamos às ruas contra Jair Bolsonaro.

Março também é o mês em que nos tiraram Marielle e Anderson! Até hoje não houve solução do crime e não sabemos quem mandou matar uma de nós. Também não podemos esquecer das mulheres aqui do ABC, principalmente, da mãe do menino Lucas, que perdeu o filho e agora está sofrendo represálias, enquanto os assassinos ficam na impunidade.

Não podemos esquecer que na região do ABC nós mulheres trabalhadoras estamos sempre em risco. Em 2019 foram 530 mulheres estupradas, um aumento de 6% em comparação com o ano anterior. No mesmo período, os casos de feminicídio aumentaram em 57% na região, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado. Foram 11 casos, dos quais 5 foram cometidos por homens com histórico de violência. Portanto, são mortes que poderiam ter sido evitadas!

Estamos em risco porque, mesmo com o aumento considerável do índice de violência contra a mulher, o Consórcio Intermunicipal cortou 25% do orçamento destinado às duas casas abrigo da região que acolhem mulheres e crianças vítimas de violência doméstica e sob risco de morte.

Estamos em risco porque não temos com quem deixar nossos filhos quando vamos trabalhar. Aqui no ABC são mais de 15 mil crianças na fila da creche, que é um direito básico. Estamos em risco porque não temos igualdade salarial, nem emprego e moradia digna para todas.

Por isso nós, mulheres trabalhadoras do ABCDMRR, vamos às ruas lutar por igualdade de direitos, por nossas vidas e também contra os retrocessos e a ascensão do fascismo. O nosso grande ato unificado “Mulheres em Marcha pela Vida de Todas, contra o Fascismo e a Retirada de Direitos”, organizado pela Frente Regional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, será realizado neste sábado, dia 7 de março, às 13h, na Praça 22 de Novembro, centro de Mauá.

Mulheres de luta, venham conosco! A luta vale a pena!

*Andreia Barbosa, integrante da comissão organizadora do ato Mulheres em Marcha pela Vida de Todas e coordenadora estadual do MTST

Redação

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