Militante do MST preso em ato da PEC 55 denuncia tortura

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O protesto organizado contra a aprovação da PEC dos Gastos Públicos, nesta terça-feira (29), em Brasília, gerou grande repressão policial contra os manifestantes. Durante o ato, 21 pessoas foram detidas, segundo informações da União Nacional dos Estudantes (UNE). Todas foram liberadas em seguida, menos Bruno Leandro de Oliveira Maciel, coordenador regional do MST.
 
Bruno é estudante de Gestão Ambiental, do campus Planaltina da Universidade de Brasília (UnB), tem 36 anos e é acampado da Reforma Agrária no Acampamento Roseli Nunes. Quando detido, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou que ele não teve direito a acesso a advogado.
 
O contato do militante só foi permitido no final da manhã desta quarta-feira (30), quando o Setor de Direitos Humanos do MST no Distrito Federal e Entorno pôde contatar Bruno. A denúncia é de que o coordenador do MST foi encapuzado e torturado.
 
Mantido preso por suposta “incitação à violência” e por ter se recusado a assinar o TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), Bruno relatou que foi detido quando retirava algumas pessoas machucadas do meio da confusão, momento em que o aparato repressivo começou a jogar bombas contra os manifestantes.
 
 
“Capturado pela Polícia Legislativa do Senado, ele relatou que foi encapuzado, levado para algum lugar que não sabe onde, agredido fisicamente e psicologicamente. Afirmou também que não se recusou a assinar o TCO, até mesmo, porque a polícia não pediu para que assinasse”, diz o MST em nota.
 
Diante do cenário relatado por Bruno, uma comissão formada pelo bispo da CNBB Dom Leonardo, representantes de movimentos populares, entidades de direitos humanos, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz e parlamentares federais e distritais resolveu visitar o militante às 16h de hoje. A audiência de custódia está marcada para às 19h30.
 
“Repudiamos a prisão do militante da Reforma Agrária Bruno, a violência do aparato policial contra a manifestação contra a PEC 55, a operação de guerra montada pela parceria PMDF/Polícia Legislativa/Ministério da Justiça e a escalada repressiva que avança no nosso país contra a luta popular”, divulgou o Movimento.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Foi só uma ilusão

    O pesadelo neste País não tem fim, não tem meio, talvez tenha tido um início; Não; o início já era o próprio! 

    O horror eterno em meio a tanta riqueza e beleza!

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