Não conquistamos a vitória, mas apontamos o caminho para alcançá-la!, por Valéria Martins

Não conquistamos a vitória, mas apontamos o caminho para alcançá-la!

por Valéria Martins

Algumas pessoas, como eu, saíram da segunda assembleia realizada extraordinariamente as 18h30 do dia 27/03/2018  em frente à Câmara Municipal de São Paulo, com uma sensação de desânimo, pois não conseguimos a retirada definitiva do PL 621. Porém ao ler o texto da Oposição de Luta recobrei a fé, a crença de que um movimento forte pode barrar as decisões arbitrárias dos políticos que lá estão e que deveriam nos representar.

Tivemos muitas perdas nesses últimos anos e a união dos servidores municipais mostrou que é possível alterar os resultados. Nós não podemos permitir que nada desarticule os movimentos daqui para frente, precisamos nos encontrar enquanto classe trabalhadora e entender que quando retiram direitos de uns estão tirando de todos. Não podemos aceitar qualquer barganha que venham a oferecer para uma determinada categoria. Isso, dentro do funcionalismo público municipal, já vem ocorrendo há alguns anos, enquanto parte, depois de muita luta, consegue reajuste salarial a maioria fica com o insignificante reajuste de 0,01 por cento. Precisamos unificar a luta e não sair dela enquanto os ganhos não forem para todos.

Essa luta foi linda! Fiquei a pensar, porque não conseguimos nos articular dessa forma para barrar a Reforma Trabalhista e tantos outros direitos que nos foram roubados? Aqui no âmbito municipal as crianças perderam muito! Perderam o leite, tiveram redução no transporte (TEG e Bilhete único), limitação na merenda escolar. Pouco fizemos. Os educadores que trabalham nas regiões mais carentes da capital paulista sabem o quanto isso está sendo prejudicial às crianças, e, infelizmente, sabemos que as condições de vida tende a piorar.

Não ter arrego é não permitir que nenhuma injustiça aconteça! Espero mesmo que esse movimento nos faça compreender que nada está determinado e que podemos mudar o rumo da nossa história.

 

NÃO CONQUISTAMOS A VITÓRIA, MAS APONTAMOS O CAMINHO PARA ALCANÇÁ-LA!

Em 08 de março, os professores e demais servidores municipais de SP construíram uma greve histórica na defesa de seus salários, de sua previdência e do serviço público. O projeto de Reforma da Previdência, apresentado pelo governo Haddad e piorado pelo governo Dória, representava um confisco salarial e um plano de privatização da previdência municipal para beneficiar banqueiros e investidores privados.

Em 20 dias de greve com fortíssima adesão e unidade de luta, os servidores municipais, mesmo sob repressão do governo, conseguiram a retirada do projeto da Câmara Municipal por 120 dias.

Sabemos que foi uma estratégia do governo de acabar com a mobilização. Mas também sabemos que demonstra o enfraquecimento do governo em não conseguir, mesmo tendo a maioria dos vereadores aliados, aprovar a reforma. Dessa forma, não foi ainda uma vitória dos trabalhadores do município, mas foi, com toda  certeza, uma derrota para o governo que afirmou o tempo todo que não haveria recuo.

O governo se utilizou da repressão, da produção de relatórios de déficit da previdência financiados pela Febraban, de propaganda em horário nobre da TV e do terrorismo da possível quebra da prefeitura para convencer a população da necessidade da reforma. Porém, a greve foi amplamente apoiada pelos munícipes que convivem cotidianamente com os efeitos dos cortes nos serviços públicos promovidos pelo governo.

A greve possibilitou que muitos servidores fizessem sua experiência de luta com a burocracia sindical, que teve que aumentar a centralização para não perder o controle em diversos momentos que se buscavam estratégias de radicalização das lutas e atos regionais organizados com independência pelas escolas.

Enfim, essa conquista parcial pode servir de referência para a luta dos trabalhadores contra os ataques que se intensificarão nos próximos períodos de acirramento da crise do capitalismo, das disputas interburguesas e da decomposição dos estados. Também demonstrou a necessidade e importância da unidade de luta.

Em um período no qual se acumulam tantos ataques e derrotas sob uma política traidora das direções, a luta dos servidores municipais representa um fôlego importante.

NÃO TEM E NÃO TERÁ ARREGO!

OPOSIÇÃO DE LUTA – SINPEEM – 27/03/2018

 

A Câmara Municipal de São Paulo retirou da pauta o Projeto de Lei (PL) 621/2016 – conhecido como Sampaprev – por 120 dias. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27/3), em Sessão Extraordinária no Plenário, pelo presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM).

Fonte: http://www.camara.sp.gov.br/blog/camara-prorroga-por-120-dias-votacao-do-projeto-de-reforma-da-previdencia-municipal/

 

Redação

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