“Não somos gays, e essa não é uma briga de minoria”, diz jovem que dançou hit para Feliciano

Jornal GGN – Os dois passageiros que dançaram o hit “Robocop Gay” para o deputado federal Marco Feliciano (PSC) e viraram notícia nos principais portais do país neste sábado (10) são heterossexuais, ao contrário do que afirmou o pastor em seu perfil no Twitter. Segundo o Bhaz,  que conversou com os editores de vídeo Eric Corazza e Conrado Ribeiro, ambos de 26 anos, eles decidiram fazer o protesto após perceberem que muitas pessoas que estavam no voo criticavam, ainda que de maneira contida, o político.
 
A publicação do vídeo, feita no perfil de Ribeiro, alcançou mais de 50 mil compartilhamentos em menos de 24 horas. Na gravação, ele aparece com o amigo, que já conhece há mais de 15 anos, dançando o hit dos Mamonas Assassinas no corredor do avião. Eles chegam a cantar: “Abra sua mente, gay também é gente”. Feliciano permanece em sua cadeira lendo um livro.
 
Por meio de seu perfil no Twitter, o deputado afirmou ter sido atacado durante o voo na manhã de sexta-feira (9). Ele postou várias mensagens logo após desembarcar às 11h50 no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. “Ao decolarmos em Brasília cerca de 10 gays me constrangeram, 2 vieram a minha poltrona gritando, cantando música bizarra”, escreveu.
 
Em entrevista ao jornal mineiro Corazza rebate as acusações do deputado. Ele fez questão de ressaltar que não houve excessos no protesto. “Ninguém usou palavras de baixo calão ou o xingou em nenhum momento. Não somos gays, e essa não é uma briga de minoria. Queríamos demonstrar que o preconceito se encontra na cabeça do Feliciano”, disse.
 
Ideologia fundamentalista

A ideia de cantar o sucesso dos Mamonas Assassinas surgiu após vários passageiros do voo gritarem “Fora Feliciano!”. Para Ribeiro, o voo foi uma oportunidade de ter certeza que o deputado ouviria que muitos discordam de suas “ideologias fundamentalistas”. ”A nossa atitude foi respaldada por muitos recém-amigos gays que estavam no avião, mas, infelizmente, não tiveram a coragem de levantar e se manifestar criativamente. Inclusive a única violência que ocorreu no ato veio por parte de um defensor do político que tentou me agredir e tomar a minha câmera”, completou Conrado.

 
Os editores negaram que agentes da Polícia Federal (PF) tenham feito alguma intervenção no desembarque. O pastor Roberto Marinho, que estava ao lado de Feliciano no voo, disse, por meio de seu perfil no Twitter, que as autoridades foram acionadas quando o avião pousou, e os jovens só não acabaram presos porque o deputado não quis prestar queixa. 
 
Ainda segundo a publicação, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias ainda não esclareceu o suposto motivo que o levou a não registrar o fato, apesar de se dizer vítima de um ataque. Uma empresa de comunicação que trabalha para o deputado postou no YouTube uma versão editada do vídeo com o seguinte título: “Marco Feliciano | Agredido em Voo por Ativistas Gays”. O link foi compartilhado pelo pastor em seu perfil no Twitter.
 
Para Corazza, o deputado está distorcendo os fatos ao se posicionar como vítima de uma agressão. Os amigos garantem que apenas manifestaram o anseio de muitos diante dos embates criados pelas declarações polêmicas dadas por Feliciano nos últimos anos. “Acredito que o mundo está carente de amor e compaixão, devemos esquecer diferenças, pois são com elas que aprendemos e evoluímos”, concluiu Eric.
Veja o vídeo:

Com informações do Bhaz

Redação

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