manifestar (do latim manifestare) significa tornar evidente, claro, público.
o que se tornou evidente, claro e público, com os levantes de junho de 2013 – a princípio, bem a princípio – a Desconexão entre o Povo e a Política Partidária, a Não-Representatividade que o modelo Democrático Liberal legitima. uns mais, outros mais ainda, somos todos (a totalidade da população brasileira) vitimados por esses sintomas.
avançamos nos últimos 12 anos. diminuímos a miséria, a fome, o analfabetismo, a mortalidade infantil, mas ainda não foram alcançadas fundamentais melhorias e garantias de acesso qualificado à saúde, educação, quanto à transparência e bom uso do dinheiro público, qualidade de vida, transporte de qualidade para todos, acessibilidade, acesso aos meios e bens de produção cultural, direito de se apropriar do que produzimos na cidade, direito a divertimento e ludicidade, direito ao trabalho sem sofrimento e tantos outros. a lista é grande, devido às sucessivas décadas e décadas de ruptura entre o que realmente precisamos e o que fazem aqueles que ocupam as cadeiras legislativas, executivas e judiciárias do Brasil.
assim a Violência não é o modo como agimos ao nos manifestarmos, ao Ocuparmos as Ruas – gritando, estampando frases e palavras, rompendo barreiras, quebrando preconceitos. a Violência está na equivocada leitura que fazem de nós, no cotidiano vivido por cada brasileiro e brasileira, que têm o básico do básico, no limite da tensão entre isto e o mínimo. a Violência sistêmica imposta pelo modelo de gestão de pessoas, recursos e capitais: que gera medo, culpa, sofrimento e anula a criatividade, a espontaneidade.
mais do que tudo, continuam negando a legitimidade do ato de manifestar e afrontar o poder que não nos atende. somos por Eles falados. o próprio fato de Ocuparmos as Ruas já é, segundo os Governadores e suas Mídias, uma Afronta, uma Violência, dado o estado de privatização das cidades.
as argumentações dos políticos neoliberais, neoconservadores, neopentecostais e da mídia corporativa (vale lembrar que são 3 grandes grupos controlando e forjando fatos e informações: Globo, Abril e Folha) são espinhosas e falseadoras, criando um clima de terror e um jogo para desestabilizar o pouco que já conquistamos a duras penas.
quando um prefeito ou um governo atende as demandas da comunidade isto é uma vitória do povo e da representatividade e não uma derrota política do prefeito. derrota de quem? será que eles sabem o que queremos derrotar?
ao fim e ao cabo utilizam sempre o jargão: a Violência dos manifestantes desrespeita a democracia, fere os princípios constitucionais democráticos. quais? quem permanentemente desrespeita a democracia é justamente os mesmos que controlam as bancadas, os bancos, as grandes corporações e a mídia.
na verdade, como disse Luciano Canfora, é impróprio definir como democracia um sistema político no qual o voto é mercadoria no mercado político e a admissão às câmaras, aos congressos nacionais, às assembleias, ao Parlamento de um modo geral, requer um altíssimo uso de Dinheiro Privado, um dispêndio eleitoral fortíssimo por parte do candidato a “Representante Popular”. esse é o pilar básico do sistema. a camada política representa tendencialmente as classes médio-altas e abastadas.
as manifestações continuarão. não sabemos em que vai dar. poderá ser absorvida pelos políticos, como já vem oportunisticamente acontecendo nos discuros e nos programas de tv do pps e do pv, para citar estes partidos neoconservadores. pode ser que tudo tudo acabe numa terça-feira ou Não.
continuemos a agir através das manifestações, façamos disso uma Orge.
a palavra grega Orge, segundo pesquisa de Luiz Costa Pereira, serve tanto para agitação, como para irritação e acabou, alimentada pelas manifestações humanas, por virar a matriz de ORGÁON – desejo ardente. Por sua vez antepassado de Orgasmo, essa explosão de prazer que não tem CONTROLE REMÉDIO ou HORA MARCADA.
nem nunca terá.
fernando cisco zappa
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Avançamos nos últimos 12 anos. Diminuímos a miséria, a fome, o analfabetismo, a mortalidade infantil, mas ainda não foram alcançadas fundamentais melhorias …
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Assim a Violência não é o modo como agimos ao nos Manifestarmos, ao Ocuparmos as Ruas – gritando, estampando frases e palavras, rompendo barreiras, quebrando preconceitos.
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Mais do que tudo, continuam negando a legitimidade do ato de manifestar e afrontar o poder que não nos atende. Somos por eles Falados. O próprio fato de Ocuparmos as Ruas já é, segundo os Governadores e suas Mídias, uma Afronta, uma Violência, dado o estado de privatização das cidades.
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( https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-intolerancia-aos-partidos-e-movimentos-sociais-na-paulista
)
A Violência está na equivocada leitura que fazem de nós, no cotidiano vivido por cada brasileiro e brasileira,
(ha bom)
Vermelho
PRETO
(Otimo, Gao, pegou aa tempo.)
(Otimo, Gao, pegou aa tempo.)
Neo liberalismos e neo socialismos
Babar ( do neolatim babare) na gravata é o que resulta desse comentoso de Cisco Zappa, o qual nos remete imperceptivelmente ao fascismo. Inicialmente, grafar palavras e conceitos em inicial maiúscula e de forma abundante e sem nenhuma regra clara, leva-nos a imaginar que seu autor procura, inconscientemente claro, firmar verdades eternas, descobrir noções absolutas, erigir panteões de luz que fogem ao nosso viver comum e mortal. Lembra velhos textos dos integralistas de Plinio Salgado, ardendo civicamente contra os males que nos afligem. Quando fala em “nós”, a quem mesmo se refere? por que age como os tais políticos que denuncia e também se apropria das manifestações de rua (os “levantes” de junho)? caso seja um manifestante que não se revela, ou um militante midia-ninja ou um black mascarado do black-bloco que nos perdoe, mas nada no texto nos indica um in dignado tupiniquim e sim um governista tipico, desde que data a invenção da roda social a partir dos últimos 12 anos, ou seja, a partir da gênese do lulopetismo.
Enfim, porque manda ao inferno o Globo, a Abril e a Folha e deixa de fora o Estadão, bastião do liberalismo contra os totalitarismos em suas versões historicas soviética e nazista e fascista? talvez mero lapso de análise. O que espanta é o autor ver uma (real sim) desconexão entre as manifestações de rua e a “politica partidária” e atribuí-la ao “modelo democrático liberal”. Como então realizar essa conexão, entre o Povo e ?????? (não se explica claramente). Talvez uma conexão entre o Povo e o Estado , diretamente, sem partidos? defenderia o autor, implicitamente, um velho e bom regime socialista, sem partidos ou com apenas um partido, o do POVO, ou dos TRABALHADORES, ai sim, botando esses boiolas democratas prá correr, se preciso debaixo de bala? Isso é um tremendo deja vu político e uma defesa do lulopetismo extremamente infantil, que me perdoe o autor desse artigo, superficialmente um “revolucionário”, mas que revela uma visão fascista da realidade. Sinto muito pois há nesse comentário o desespero da vidraça chapa-branca que já foi uma autêntica atiradeira, ou estilingue.
Democracia para os gregos não
Democracia para os gregos não era voto, era PARTICIPAÇÃO. E não, na democracia radical grega não eram cidadãos apenas os donos de escravos, eram também os camponeses e os artesãos que tinham que trabalhar para viver.
O PT pode tirar muita gente da miséria, o que é bom. Mas enquanto as mudanças estruturais dependerem apenas da classe política e do grande capital, os avanços são frágeis como um castelo de cartas. Mudança de verdade vem com poder popular, com a capacidade dos trabalhadores tomarem para si as rédeas do próprio destino, e não esperarem que um partido resolva seus problemas. Falta PARTICIPAÇÃO POPULAR!
Não tem conversa…
Tita se nega a debater este assunto de novo…Wanderley Guilherme dos Santos já disse (quase)tudo…
O resto é com a polícia…Porrada no lombo destes bat-coxinhas e bob cuspes…
Simples assim!
E que se mistura com a réstia…arame no focinho também!
Agora em DVD, lançamento
Agora em DVD, lançamento nacional da série!
Não percam!
http://3.bp.blogspot.com/-dpt_KoRUycQ/Ump2jvU8tmI/AAAAAAAACoE/W5pqJwMl4o4/s640/VITIMIZADOS.png
Participei de passeatas e
Participei de passeatas e manifestações durante 40 anos e nunca corri ou apanhei da polícia. Fiz passeata na avenida Presidente Vargas às 17 horas de um dia de semana, da Candelária ao Sambódromo. Ninguém apanhou, a polícia nos protegeu do trânsito que, obviamente, virou um pandemônio.
Seria o cúmulo da cara de pau querer convencer alguém de que a polícia de hoje, com todos os seus defeitos, é mais violenta ou mesmo igual à polícia de 10, 20, 30 anos atrás. Assim como é piada de mau gosto, dizer que aqueles espetáculos de quebra quebra do patrimônio público, tem algo a ver com democracia.
Agressão, roubo de arma e
Agressão, roubo de arma e dinheiro, em que tipo de movimento democrático estas atitudes se enquadram ?
“Durante a invasão do terminal, o coronel da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi — comandante do policiamento no centro de SP — e o auxiliar dele foram agredidos. De acordo com a polícia, a pistola calibre .40 e o rádiocomunicador do oficial foram roubados. Rossi foi levado ao Hospital das Clínicas com a clavícula quebrada e escoriações no rosto e na cabeça.Ainda de acordo com a PM, as colunas do terminal foram pichadas e cerca de R$ 1.500 foram levados de uma cabine. A Subprefeitura da Sé também teria sido alvo de um grupo de manifestantes.”
Fernando Cisco Zappa
Excelente abordagem.
Os políticos “top” do Brasil reconhecem estas deficiências que você aponta do modelo; “a Desconexão entre o Povo e a Política Partidária, a Não-Representatividade que o modelo Democrático Liberal legitima.”; e têm tomado uma série de iniciativas no sentido de corrigir ou minorar estas circunstâncias.
Foi assim que Dilma chamou alguns dos grupos para as reuniões, liberou verbas e realizou ações dentro do que foi reivindicado.
Tarso Genro está igualmente tomando o rumo de inserir a população em todo o processo deliberativo e decisório.
Lula já se manifestou positivamente reconhecendo os movimentos como legítimos.
O problema em algumas das análises é que colocam em um mesmo balaio uma série de circunstâncias como A=B=C, além de antecipar situações como fazer coro indireto contra manifestações pois elas podem descambar para despedrações, etc.
Democracia é isso, a liberdade existe e é para ser exercida; os excessos que sejam enquadrados dentro da tipificação da legislação, sob pena de se proibir antecipadamente ou preventivamente qualquer evento que reúna grande número de pessoas e que possam desencadear violência.
A direita se diverte com estas tentativas “ações preventivas” e a recriminação antecipada dos movimenntos.
Um vereador de Salvador chegou a propor uma “regulação” para que as manifestações fossem realizadas em auditórios de teatro nas periferias, pois desta forma não causaria prejuízo à sociedade com a paralisação de vias que dão em hospitais e a garantia da liberdade de ir e vir da população.
Aliás, o indiciamento inicial de militantes do Greenpeace por crime de pirataria na Rússia com pena que pode atingir 15 anos demonstra a que ponto podemos chegar.
Mas, parte da sociedade adora “julgamentos exemplares”.
Assis
ribeiro, a linha do debate é esta. e está aberta.
obviamente deixo claro minha opção política. talvez não tão claro está uma visão epistemológica: não acredito em neutralidades e nem em imparcialidades.
também não trilho caminhos que caiam nas pistas escorregadias da moral.
em nenhum momento cito as táticas “black blocs”. isto é assunto para outro texto e outra reflexão.
refiro-me à violência que sofreram (e sofrem) os professores e as professoras no rio, as famílias nas contestáveis desocupações dos inúmeros pinheirinhos, os jovens negros nas favelas do rio de janeiro, a violência cotidiana…
refiro-me a um tipo específico de violência que vem da polícia – pautada pela teoria da defesa nacional e patrimonial – que, ao meu ver, não está preparada para apoiar e defender o cidadão e a cidadão brasileira. principalmente aqueles e aquelas que são negros e negras e pobres.
não há, ali naquele texto, uma comparação se a polícia de hoje é mais ou menos violenta do que a polícia do passado. a polícia é violenta. principalmente, ao nível estadual.
sim, a sociedade moralista adora julgamentos exemplares. a sociedade moralista tem uma mídia que “adora” edificar e manter no ar homens e mulheres que servem de exemplo à sociedade moralista.
não está em disputa nenhuma verdade.
abraços
f. c. z.