Petroleiros fazem greves-surpresa nas refinarias

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Sindipetro Minas
 
Jornal GGN – Os petroleiros começaram a movimentação em direção à greve. Uma série de atos estão sendo feitos, em várias refinarias, como preparativos para a paralisação. Um “pacote” de ações contra o desmonte, a privatização e a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras depois do golpe.
 
Na quarta-feira, 23, os petroleiros pararam a refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG) com uma greve surpresa de oito horas. “As mobilizações que ocorrerão em várias unidades da Petrobras  funcionam como um “esquenta” para a greve da categoria”, o diretor de Comunicação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e dirigente do Sindipetro-Minas, Alexandre Finamori.
 
Segundo Finamori, atrasos em turnos também estão acontecendo em outras refinarias, como Alberto Pasqualini em Canoas (RS), e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A ideia é fazer alertas à Petrobras de que a categoria não está de acordo com a política de preços dos combustíveis, que acompanha as oscilações do mercado internacional e com reajustes quase diários.

 
Leia a notícia da CUT.

Petroleiros começam a fazer greves-surpresa nas refinarias

Categoria reforça luta contra a política de aumentos abusivos nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha e contra o desmonte da Petrobras

por: Andre Accarini

Na manhã desta quarta-feira (23), uma greve surpresa de oito horas parou a refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG). A paralisação faz parte de um “pacote” de atos preparativos para a greve dos petroleiros contra o desmonte, a privatização e a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras depois do golpe.

“As mobilizações que ocorrerão em várias unidades da Petrobras  funcionam como um “esquenta” para a greve da categoria”, o diretor de Comunicação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e dirigente do Sindipetro-Minas, Alexandre Finamori .

Segundo ele, atrasos em turnos também estão sendo feitos em outras refinarias, como Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, no Rio Grande do Sul; e na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro.

A ideia, segundo o dirigente, é fazer alertas à Petrobras de que a categoria não está de acordo com a política de preços dos combustíveis, que acompanha as oscilações do mercado internacional e reajuste quase diariamente os preços.

E o efeito surpresa serve para que as paralisações não sejam “furadas” pelos supervisores que, para a refinaria continuar em funcionamento, assumem as funções dos trabalhadores.

“Até por isso não é possível dizer quais serão as próximas paralisações, mas elas estão a caminho”, diz Alexandre.

Greve            

A data da greve nacional dos petroleiros, já aprovada em assembleias realizadas em todo o país, será definida nos próximos dias pela FUP.

Golpe para vender a Petrobras

Com a política de preços adotada pela gestão de Pedro Parente, ex-ministro do governo tucano de FHC, indicado pelo ilegítimo Michel Temer, os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha explodiram.

Segundo Finamori, a estratégia tem um objetivo claro: preparar a Petrobras para o desmonte total e, na sequencia, privatizar a companhia.

“Hoje, fica mais barato importar do que comprar nossa própria gasolina. Por isso, 40% dos derivados de petróleo, como a gasolina e o diesel consumidos no Brasil, vêm de fora”.

O sindicalista diz que a Petrobras subiu o preço de modo que o mercado começasse a importar e assim, a empresa se tornasse ainda mais interessante para investidores internacionais. As refinarias são a “bola-da-vez” na sanha privatista de Temer.

E os brasileiros, trabalhadores e consumidores, são os que mais perdem. Governo e Petrobras perdem o controle dos preços depois de venderem as refinarias para iniciativa privada que só visa lucro. O resultado é preço mais alto para o consumidor.

Tudo isso abre brecha para que a exploração do petróleo seja privatizada. Em uma eventual crise externa, a extração seria entregue aos interesses internacionais.

“Vai ser igual ao minério. Sai do Brasil, vai para o exterior e volta como derivado. Vai o minério e volta o aço. E nesse meio de caminho a geração e empregos, a tecnologia da cadeia de produção, fica tudo com os estrangeiros. Querem a gente como colônia”, critica Alexandre.

Ao Brasil, completa o dirigente, vai restar apenas pagar pelos “buracos e impactos ambientais”.

Finamori reforça que a categoria prepara a greve nacional contra esse processo de entrega da soberania do Brasil ao capital privado, contra a política abusiva de preços de Temer e Pedro Parente na presidência da estatal.

 

 

 

Lourdes Nassif

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