PM desocupa escola sem mandado judicial em Piracicaba

Jornal GGN – Policiais militares armados desocuparam uma escola estadual em Piracicaba (SP) sem mandado judicial. Os estudantes relatam que os PMs pularam o muro da escolas e intimidaram os alunos a deixarem o local.

Advogados que prestavam apoio jurídico aos alunos foram informados da ação dos policiais. Carlos Canedo, estudante de Direito e membro do Serviço de Utilidade Pública, diz que, ao chegar no local, haviam cinco policiais armados com metralhadoras e fuzis.

Canedo também afirma que os policiais não tinham mandado judicial, mas que obedeciam a  “uma ordem verbal do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo.”

Leia mais abaixo:

Da Revista Vice

Armada e sem mandado judicial, PM desocupa escola estadual em Piracicaba

A primeira e única escola estadual ocupada por estudantes contra a PEC 241 na cidade de Piracicaba foi desocupada pela Polícia Militar no mesmo dia de sua ocupação, na última quarta (25), às 18 horas. Segundo relato dos estudantes, os PMs pularam o muro da escola, armados, e intimidaram os alunos a saírem do recinto.

Junto com as mais de mil escolas ocupadas como forma de protesto contra a PEC 241, aprovada ontem pela Câmara dos Deputados, que visa colocar um limite no teto de gastos do país e que pode reduzir os investimentos na saúde e educação nos próximos 20 anos, a E.E. Pedro Moraes Cavalcante foi ocupada às 6h10 da manhã pelos estudantes antes mesmo da chegada dos professores e a diretoria.

“Resolvemos ocupar na parte da manhã por conta da segurança, ” conta a secundarista S.M de 16 anos que junto com cerca de 30 alunos articularam a ocupação. “Se ocupássemos [a escola] na parte da tarde, teríamos problemas com as crianças menores que vêm para escola”. Segundo o depoimento da estudante, a maioria dos professores da escola foram contra a ocupação e alguns chegaram até proferir ameaças aos pais e outros alunos que organizaram a ocupação.

“Teve pais que apoiaram e alguns que disseram que não concordavam com a nossa atitude, mas que entendiam nossa motivação. Teve também o caso de uma mãe que fez barraco, fez discurso fascista, chamou a gente de vagabundo e até citou Bolsonaro durante sua fala”, relata outro estudante, L.M também de 16 anos.

A ocupação seguiu sem maiores problemas com a Polícia Militar, mas a coordenação da escola deixou os alunos trancados no local sem fornecer as chaves. O jeito foi forçar a abertura de um dos portões para permitir a entrada dos pais e outros alunos para participarem das assembleias.

Já no final da tarde, a advogada Marcela Bragaia, do grupo Advocacia Popular que prestava apoio jurídico à ocupação e Carlos Canedo, estudante de Direito e membro do Serviço de Utilidade Pública, receberam uma ligação dos alunos informando que a Polícia Militar teria pulado o muro da escola e invadido o local para cessar a ocupação.

“Entramos pelas frestas do portão que foi forçado e já tinha uns cinco policias dentro da escola. Todos estavam armados com fuzil e metralhadoras, ” conta Canedo. “Não falaram que tinha mandado judicial, mas sim que tinham uma ordem verbal do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo.”

A aluna S.M. informou que os PMs entraram quando a maioria dos presentes saiu para tomar banho. “Perguntamos se tinham uma ordem judicial e eles disseram que não, mas que iriam nos tirar de qualquer jeito. Deram duas opções: ou saímos por ‘bem’ ou na ‘porrada'”, conta a secundarista.

Redação

3 Comentários

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  1. Os verdadeiros…

    COXINHAS.

    Ganham um salário de fome.

    Moram muitos deles em barracos e invasões nas peria.

    Seus filhos estudam em escolas públicas.

    Não tem plano de saúde decente.

    Comem mal e vivem mal, mas insistem em serem os capitães do mato e jagunços da elite.

    Tudo em troca de poder andar com uma arma na cintura e pensar ter poder e ser “otoridade”…

    A PM tem que acabar.

    Não é possível num mundo supostamente democrático, conviver com uma aberração destas.

  2. Eu não estou entendendo mais nada

    A ocupação pura e simples não precisa de ordem judicial e a ação policial precisa? Se é para discutir legalidade alguém me auxilie.

  3. Se estão agindo com extrema

    Se estão agindo com extrema violência, é porque “a molecada” encontrou um ponto fraco dos golpistas e estão incomodando muuuuuito esses.

    Anyways …

    Em Itajubá, alguns estudantes ocuparam a biblioteca e a reitoria da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).

    O que ocorreu por lá foram atos intimidatórios, violências e ameaças partindo não da Polícia, mas por parte de alunos favoráveis à PEC241 e ao governo Temer.

    O que foi notável foi a ação virtual de ex-alunos/diplomados da UNIFEI via redes sociais:

    – Na comunidade de ex-alunos da Universidade alguns ex-alunos, muitos já não jovens, claramente partiram à incitação de ódio e violência contra os manifestantes, sugerindo e agendando a formação de grupos para ir “arrancar os esquerdistas” de lá.

    – A ação mais nefasta: Creio que em um acesso de megalomania, alguns ex-alunos exigiram a identificação dos manifestantes para que os mesmos não fossem contratados futuramente nas empresas nas quais esses ex-alunos trabalhavam. Foram muitos pregando que se montasse uma “lista negra” de manifestantes e seus simpatizantes.

    Seguem exemplos de algumas mensagens (não divulgo nomes por motivos óbvios):

    “Máfia UNIFEI conforme já estamos trocando informações à respeito de identificar os “alunos” e demais vagabundos que hoje desonraram nossa querida UNIFEI invadindo o câmpus e tentaram impedir o funcionamento das aulas: foramconfrontados por alunos, ex-alunos e professores. Peço a máfia UNIFEO que fiquem atentos e não contratem esses vagabundos” (sic).

    O texto acima era seguido de um link cujo título é: Não contrate um comunista / Mundo Raiam

    “Aos amigos que ocupam cargos de destaque em seus empregos, peço que verifiquem as redes sociais de seus possíveis empregados antes de contratá-los”.

    Esse parece ter descoberto a pólvora, ignorando que as empresas de RH já fazem isso faz tempo (inclusive um Bolsominion gera repulsa nesses recrutadores, uma vez que sua grande maioria são mulheres).

    “Também não contratem os “socialistas enrustidos”, sim aqueles do DISCURSO PPOLITICAMENTE CORRETO que no final defende bandidos!” (sic).

    O autor dessa frase é um dos que mais apareceram em toda a enxurrada de ódio manifestada neste grupo fechado. Na certa, não sabe que “se queimou” com muita gente, tendo em vista que eram uns 10 despejando ódio em um grupo de mais de 4000 pessoas.

    “Com comunista não tem de ter respeito não cara.. já foi proibido em muitos países” (sic).

    O que fez comentário acima é um seguidor cego do Olavo Carvalho (ele se orgulha disso).

    O que havia em comum entre os “haters” ex-alunos? Ou eram fãs do Bolsonaro e/ou eram fãs do Olavo de Carvalho.

    Seus perfis eram algo comum entre os fascistas: Proibição de mão faltando um dedo (em alusão a Lula), Bandeiras do Brasil para se dizer “patriota”, fotos “de luto” datadas de Março de 2016, referências a Bolsonaro e/ou Olavo de Carvalho, posts do Antagonista, MCC, Avança Brasil – Maçons-BR, MBL

    Felizmente surgiu uma ou outra voz mais sensata e freiou a enxurrada de haters, especialemnte um ex-aluno mais velho, um dos criadores do grupo, clamando para que discussões políticas fossem evitadas no mesmo.

     

     

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