Temer e Parente querem proibir greve dos petroleiros, que começa amanhã

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcos Corrêa/PR
 
Jornal GGN – Após a greve dos caminhoneiros, a preocupação do governo de Michel Temer, agora, é com a dos petroleiros, já marcada para ter início amanhã (30). A categoria anunciou que também entrará em greve nacional por 72 horas e o governo corre para impedir.
 
Os petroleiros chamaram a mobilização de “greve de advertência” e é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pelos sindicatos da categoria, que pedem, entre outras coisas, a redução dos preços do gás de cozinha e combustíveis e a saída imediata do atual presidente da estatal, envolvido em diversas polêmicas, Pedro Parente.
 
Para a FUP, Parente “mergulhou o país numa crise sem precedentes”. São mais de 100 entidades que reinvidicam, ainda, o fim das importações de derivados do petróleo e a manutenção dos empregos. Além dos sindicatos da categoria ligados à FUP, apoiam a luta a CUT, CTB, Intersindical, a Central de Movimentos Populares (CMP), MST, MTST e a UNE.
 
“Temos o petróleo, o refino e a distribuição. É tudo com custo nacional. Antes os preços eram pensados e voltados para o país, mas Parente, a mando de Temer, aumentou no último período em 59,32% o preço do diesel, entre outros aumentos promovidos. Não tem porque continuarmos aceitando essa política de preço voltada ao lucro das grandes empresas estrangeiras e não para as necessidades do povo brasileiro”, afirmou a Secretária de Administração e Finanças da FUP, Cibele Vieira.
 
“Nossa luta se une à paralisação dos caminhoneiros e é contra esta política de preço que a Petrobras vem aplicando, que leva à alta dos preços dos derivados como, por exemplo, da gasolina e do gás de cozinha”, disse a dirigente, durante um ato na avenida Paulista, nesta segunda-feira (28) à noite, em frente ao prédio da Petrobras. 
 
A categoria também critica o uso das Forças Armadas pelo governo federal para interferir nas manifestações, “intimidando as paralisações”, descreveu a Federação. A greve já estava prevista para abril deste ano, faltando ainda uma data que seria definida. A paralisação da categoria terá início à meia noite do dia 20 e se estenderá até as 23h59 do dia 1º de junho, sexta-feira. 
 
E, ao contrário do que fez o governo com a greve dos caminhoneiros, tentando tirar o crédito da mobilização ao questionar quem estaria a frente dos atos, a FUP alertou que “a greve de advertência é mais uma etapa das mobilizações que os petroleiros vêm fazendo na construção de uma greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria”.
 
Além disso, os manifestantes se organizam para atrasar as trocas de turno em refinarias do país que estão sendo negociadas para venda: a Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia.
 
Tentando se adiantar frente a essa nova paralisação anunciada, o governo ativou a Advocacia-Geral da União (AGU), juntamente com a Petrobras, sob a gestão de Parente, para entrar com uma ação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), nesta terça, buscando uma liminar que evite a greve.
 
Tanto a AGU de Temer quanto a Petrobras de Parente pedem que 100% dos trabalhadores da estatal mantenham as atividades e solicitam, ainda, uma multa de R$ 10 milhões por dia aos sindicatos que descrumprirem a eventual decisão na Justiça.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. Posso estar errado
    Mas fazer uma paralização de petroleiros-suponho que acarretará paralização de abastecimento- numa hora dessas, é fazer com que a população não apóie. Exemplo, enquanto Rio e SP tentaram diminuir o problema do transporte diminuindo intervalos de trens e metrô, aqui em BH o metrô funcionou pela manhã, levando os trabalhadores, e depois entra em greve.como conseguir a “simpatia” da população?

    1. A população não será afetada

      As greves de petroleiros podem afetar a produção da Petrobras, mas geralmente não interrompem o abastecimento por conta dos estoques das distribuidoras. Segundo uma fonte de uma grande empresa do setor, por causa da greve dos caminhoneiros as distribuidoras estão com os estoques lotados, e, portanto, deverão atravessar a greve dos petroleiros sem problemas.

  2. Posso estar enganado

    Mas uma greve de petroleiros – suponho refinarias fechadas – num momento desses não me cheira bem. Será que terão apoio da população? O que se ganhará com esta paralização em um momento desses? Estõa parecendo metroviários de BH, funcionaram pela manhã e fecharam as portas depois de levar um multidão ao trabalho.

  3. Claro, que esta greve dos

    Claro, que esta greve dos petroleiros, na esteira da dos caminhoneiros, que ainda nem terminou de todo, mantida a política de preços da Petrobras, como estará, tudo indicando que está apenas sendo interrompida. Parece lógico. Na realidade, esta greve dos caminhoneiros aparenta uma ajudinha para arrumar o golpe,  que está meio desarticulado com o resultado das políticas que adotam e atingem mais fortemente os mais pobres, porque tudo indica que, quem manipula o movimento (governo, congresso, associações de caminhoneiros e a mídia), com beneplácito da Justiça (o Supremo já deu um ajudinha, o Ministério Público está calado), com a ação incomum das Forças Armadas para reprimir o movimento, mas só ordenando ações para suavizar seu efeitos na população, aliás como deve ser, tudo aparenta estão programando esse resultado para voltar a eclodir  passados sessenta dias, findo esse prazo. Não tem muito sentido essa greve isolada e apoiando a greve dos caminhoneiros dos petroleiros e por setenta e duas horas. Não serve nem para demonstração de força, porque o regime de turno dos trabalhadores retarda a eclosão do movimento. Até agora, não houve manifestação das oposições, mas está mais do que claro, claríssimo, que a greve dos caminhoneiros interessa em muitos sentidos aos golpistas. Gastaram recursos, coordenados com a mídia, com faixas cartazes e panelaço bem sincronizado. Fica a pergunta, seria essa greve dos petroleiros, não estando ligada a outros movimentos, um ato coordenado com o golpe? Está desvelado, que o maior interesse mesmo é não realizar as eleições de outubro próximo, manter Lula preso, inviabilizar sua candidatura, porque até agora as ações do golpe não têm apoio popular, não permite um candidato, mesmo com todos os recursos de que dispõem para mistificar e enganar o eleitor. Será mesmo que Temer e Parente não querem essa greve dos petroleiros?

  4. Greve Geral

    Não tem outro caminho. Greve geral contra a política entreguista  de Temer & Parente !

    Fora Temer, Fora Parente, Lula Livre !

    Oportunidade histórica de uma mobilizacão de massas .

     

  5. Greve Geral

    Não tem outro caminho. Greve geral contra a política entreguista  de Temer & Parente !

    Fora Temer, Fora Parente, Lula Livre !

    Oportunidade histórica de uma mobilizacão de massas .

     

  6. É tão difícil de entender?

    O Parente de Temer diz que  a greve dos petroleiros é política porque não tem reivindicação.

    Ora, se a reivindicação é tirar Parente da Petrobrás…

     

    É tão difícil de entender?

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