Trabalhadores da Eletrobras estão mobilizados contra a privatização da empresa

Trabalhadores da Eletrobras estão mobilizados contra a privatização da empresa

por Roberto Bitencourt da Silva

Os empregados da Eletrobras estão mobilizando-se para protestar e resistir contra a privatização da empresa. Por meio do seu informativo, a Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL) afirma estar promovendo organização de um “grande ato em Defesa da Soberania Nacional”, no dia 3 de outubro, às 11 horas, no Centro do Rio de Janeiro.

A Associação destaca que “os países ricos” têm em vista “solapar as nossas riquezas, perspectivas de desenvolvimento e futuro das nossas crianças” e que também guardam o “interesse na venda do Sistema Eletrobras”. Ademais, considera que “o acesso à luz, energia e água dos nossos reservatórios é um direito público” e não uma “mercadoria”.

Entende ainda a AEEL que a Eletrobras consiste em um “único fornecedor”, detentor de “consumidor cativo” de energia elétrica e que o governo de Michel Temer (PMDB) pretende “dá-la de brinde para comercializadoras sedentas pela ‘intermediação fácil’ no atendimento aos conglomerados industriais”.

Acerca dos potenciais e diferentes riscos para o País, envolvidos no projeto de ampla privatização, segundo a AEEL, encontra-se a conversão da energia elétrica de um “insumo de produção” para um “produto final”. Fenômeno que implicaria em grave “distorção da lógica econômica, o que não ocorre em nenhum país sério”.

Roberto Bitencourt da Silva

Publicado no Diário Liberdade

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A nota completa da AEEL está disponibilizada abaixo.

Informe 138/17 da AEEL: A democratização do capital da Eletrobras como “Prosopopeia Flácida para Acalentar Bovinos”

Democratização do capital é uma forma de suavizar a palavra PRIVATIZAÇÃO, da mesma forma que “Prosopopeia Flácida para Acalentar Bovinos” suaviza o ditado popular “Conversa Mole para Boi Dormir”. Simples assim.

No fim da década de 90 o governo FHC tentou privatizar a Eletrobras. Conseguiu dividir geração e transmissão da Eletrosul e vendeu a preço de banana a Gerasul, geradora resultante dessa cisão. Privilegiou a iniciativa privada em um setor estratégico para o bem-estar dos brasileiros. E qual foi o resultado? Um dos mais vergonhosos episódios da República brasileira: o racionamento de energia ocorrido em 2001/02 e que ficou conhecido como apagão do FHC.

O tempo passou e as mesmas pessoas que causaram o apagão voltaram ao poder. Esquecidos que são, querem de novo apagar o Brasil, mas, como pega mal usar a palavra privatização, recorrem a sinônimos para tentar enganar as pessoas.

Uma delas, que não engana ninguém, é desestatizar. Ora desestatizar significa “excluir a gestão do Estado ou reduzir sua participação” em determinado setor. Isso significa entregar à iniciativa privada a gestão. É PRIVATIZAR !

Outra expressão mais sofisticada para enganar a sociedade foi inventada pelo presidente Pinto Junior, o colecionador de carros e estatais privatizadas, a alta cúpula do Ministério de Minas e Energia e da Fazenda: trata-se do termo “Democratização do Capital da Eletrobras em Bolsa”.

São bonitas palavras, admitimos. Mas o que elas realmente querem dizer? Vamos ao dicionário: Democratização é substantivo feminino que significa ação ou efeito de democratizar.

Segundo o dicionário Michaelis, democratizar é tornar adepto da democracia ou tornar popular ou acessível.

Considerando que a Eletrobras não é uma ditadura que precise aderir à democracia (apesar do país viver a pior crise moral e econômica da sua história), vamos escolher o segundo significado, o de tornar popular ou acessível.

Ora, segundo reportagem do site InfoMoney, de novembro de 2013 (acesse aqui), enquanto 0,3% da população brasileira estava na cadeia, apenas 0,29% participava da Bolsa de Valores. Até a cadeia é mais democrática que a bolsa no Brasil. Logo, ao se falar em democratizar as ações da Eletrobras na Bolsa, a pergunta é democratizar para quem?

Não é para o povo, o que justificaria o conceito de tornar popular, ao contrário, os interesses da população não serão levados em conta nas futuras decisões da empresa.

Este é um setor que afeta diretamente nossas vidas e não pode ser totalmente privado. O acesso à luz, energia e água dos nossos reservatórios é um direito público.

Temos um palpite sobre para quem eles querem “democratizar nossas ações”. Trata-se dos tradicionais rentistas que tornam este país cada dia mais desigual: fundos de investimento da burguesia brasileira, fundos internacionais, bancos nacionais, bancos estrangeiros, fundos soberanos, especuladores, conglomerados industriais, fundos de previdência nacionais e estrangeiros, empresas tradicionalmente financiadoras de campanha eleitoral.

Os países ricos que querem solapar as nossas riquezas, perspectivas de desenvolvimento e futuro das nossas crianças também têm interesse na venda do Sistema Eletrobras.

É triste ler em uma matéria que SEIS BILIONÁRIOS têm a mesma riqueza que 100 MILHÕES DE BRASILEIROS (veja aqui). Notícias como esta ajudam a entender a voracidade carnívora das elites de arrancar “nacos” do patrimônio controlado pela União a preço de banana. Foi assim nas vergonhosas privatizações dos anos 90 e tentam fazer novamente.

Indignação aos trabalhadores da Eletrobras também ficou nítida quando o Deputado Federal Leonardo Quintão, na sua excelente exposição do papel estratégico de Furnas e Eletrobras feita na Casa Legislativa, em audiência pública realizada dia 26/09, diz na cara do Ministro Fernando Filho que o material que o MME recentemente enviou para os deputados só tinha a relação dívida líquida/ebitda de 9, sendo que estamos com a relação atual próxima de 4.

A pergunta que fica: foi esquecimento, má fé (para não mostrar aos deputados e senadores a viabilidade da companhia) ou simplesmente para omitir o trabalho árduo dos empregados nos últimos anos para recuperar a empresa (afinal, para o presidente Pinto Junior, somos todos vagabundos)?  Este não é papel condizente de um líder respeitado por todos e que almeja promover engajamento.

Mas nós temos uma proposta alternativa. Vamos democratizar de verdade o capital da Eletrobras? Vamos devolver à sociedade brasileira, que com seu sacrifício e suas economias, construiu o setor elétrico mais robusto do que diversos países da Europa? Vamos gerenciar a empresa em benefício da sociedade que a construiu e a quem ela deveria servir? Vamos valorizar investidores de longo prazo ao invés de especuladores?

ÁGUA E ENERGIA NÃO SÃO MERCADORIAS. Os empregados da Eletrobras servem ao país e ao povo e queremos servi-los sempre, preocupados não só com lucro, mas com a eficiência que garante a luz barata e contínua na casa das pessoas.

Numa crise hídrica da magnitude que enfrentamos pega mal tirar a energia dos consumidores brasileiros que possuem um único fornecedor (consumidor cativo) e dá-la de brinde para comercializadoras sedentas pela “intermediação fácil” no atendimento aos conglomerados industriais.

Lembre-se que na última crise hídrica, consumidores pararam o parque fabril, deram férias coletivas com o intuito de vender a energia e auferir lucros extraordinários. O que era insumo de produção virou produto final!!! Uma distorção da lógica econômica que não ocorreria em nenhum país sério.

Não adianta contratar assessoria de imprensa para a guerra de mídia em favor da privatização. Uniremos diversas vozes em defesa da Eletrobras. Para cada material que ela produzir, produziremos 10. Para cada real que ela receber, daremos mais do nosso suor para vencer esta batalha, incansáveis,  Guerreiros e Guerreiras!

Estaremos em todos os cantos do país, com movimentos sociais, igrejas, populações ribeirinhas, mídia alternativa, frentes nacionalistas, militares, juristas, intelectuais, professores, políticos, governadores, prefeitos, amigos da CEDAE, Casa da Moeda, Petrobras, BR Distribuidora, Movimento dos Atingidos de Barragens – MAB, movimentos dos estudantes (UNE e Levante), sindicatos, juventude e muito mais…

Estamos na luta, vigilantes e unidos!!!

Dia 03/10: Grande ato em Defesa da Soberania Nacional, 11 horas no Herm Stoltz!

Juntos somos sempre mais fortes!

A Diretoria, em 29 de setembro de 2017.

Associação dos Empregados da Eletrobras – AEEL

Redação

5 Comentários

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  1. Trabalhadores….

    Ontem ( 29.09) no JOESP: O Pré-Sal Brasileiro é o ressurgimento e a volta da EXXON, Maior petroleira americana ao Mercado. Há alguns dias atrás: SHELL deixará o Iraque, após quase 1 século de exploração neste país. Em que os Brasileiros acreditavam até há alguns dias? O petróleo do Pré-sal é muito caro para exploração. Seus preços de Mercado inviabilizariam sua exploração. O preço do petróleo no Mercado Mundial tirou qualquer interesse na exploração do Pré-Sal. O Mundo não tem mais o mesmo interesse e apelo pelo petróleo.O pseudo-Aquecimento Global, devido à queima de combustíveis fósseis, principalmente o petróleo, desestimulará a exploração e comercialização deste produto pelo Mundo. Como é fácil “passar a perna” no Quadrúpede tupiniquim. Nós merecemos e até gostamos. Diga adeus ao seus excelentes empregos na Indústria Quimio-petrolífera-naval. Ele irá para Europa ou EUA, onde não tem tanto interesse o tal petróleo. Não nos faltam nem as penas.   

  2. PRIVATIZAÇÃO SIM! MAS NÃO PODE SER FEITA POR CORRUPTOS!

    AS ESTATAIS SÃO NOSSAS, NÃO DOS OUTROS!

    Empresa estrangeira não pode entrar em setores estratégicos, que movimentam tantos recursos. Afinal, seus acionistas (inclusive os ladrões brasileiros) recebem os lucros no exterior, e em dólar. Ou seja, vão comprar jatinhos, iates, carrões, casas, apartamentos, e coisas do tipo, lá fora, movimentando a economia deles, em vez da nossa. Além, é claro, de quebrar nossa economia com a compra desenfreada de dólares para remeter lucros ao exterior.

    O que acaba com nossas divisas, nosso esforço exportador, nosso direito de importar bens para abastecer a população, e com nossa economia. Por isso, países como os Estados Unidos, Alemanha, e França, estão preocupadíssimos com o avanço chinês. Afinal, liberalismo, capitalismo, e globalização, não foram feitos para otários. Vejam como esses povos fazem o contrário dos brasileiros:

    http://democraciadiretanobrasil.blogspot.com.br/2017/07/diferenca-entre-franca-e-o-brasil.html

    http://www.brasil247.com/pt/247/economia/306617/A-Alemanha-declarou-guerra-econ%F4mica-%E0-China.htm

    É isso mesmo que vocês estão vendo. Os ladrões brasileiros que assaltaram o Congresso, e com apoio da omissão do próprio PT, estão fazendo tudo isso em nome do liberalismo. Ou seja, para eles, no Brasil

    SER LIBERAL = SER IMBECIL

    Pois usam o liberalismo para justificar suas atitudes, que nada tem de liberal, mas sim de anti-éticas. E fazem isso para que os defensores do liberalismo mais desavisados passem a apoiá-los, fazendo o papel de idiotas. Ou vocês acham que povos como os americanos, alemães e franceses estão pensando o que dos brasileiros? Multinacional é importante, e deve ser até bem vinda, mas não pode dominar nenhum mercado, não pode entrar em setores estratégicos, e muito menos comprometer nossa balança de pagamentos.

    Inclusive, por causa da dificuldade de se criar uma efetiva concorrência no mercado, algo indispensável na doutrina liberal, a maioria das hidrelétricas AMERICANAS são estatais. Eles, que são os reis do liberalismo, e possuem leis eficientes contra monopólios, que garantem a livre concorrência. Mas isso é o tipo de coisa que os liberais brasileiros fingem não ver. Depois, não sabem porque são desrespeitados a esse ponto, por políticos como o Temer. Confiram:

    https://www.brasil247.com/pt/247/economia/313923/Pinguelli-lembra-nos-EUA-hidrel%C3%A9tricas-s%C3%A3o-estatais.htm

    Pra se ter ideia do vexame, e do quanto os americanos deve debochar de quem se diz “liberal” aqui no Brasil, mas apoia políticas como a do Temer – Lula, basta ver no link abaixo, como os Estados Unidos fazem para defender seus interesses:

    https://jornalggn.com.br/blog/jose-carlos-lima/ao-contrario-dos-eua-o-brasil-nao-sabe-o-que-e-defesa-do-interesse-nacional-por-jose-carlos-lima

    O LIBERAL BRASILEIRO normalmente está ligado ao setor privado, seja como empresário, ou como funcionário mais qualificado. Entretanto, não percebe que é justamente o setor privado quem vai entrar pelo cano com o atual modelo TEMER – PT. O que não faz a preguiça de ler e pensar?

    É isso mesmo, o PT continua amiguinho do Temer. O PT saiu do poder, apenas para que o Temer fizesse o serviço sujo. Quanto não rola de dinheiro para vender ativos públicos como Eletrobrás e Petrobrás? Eles “passaram a perna” tanto nos “cumpanherus”, quanto nos “coxinhas”; que ficam histericamente brigando, enquanto são vergonhosamente enrolados pelos políticos.

    E para garantir remessas de lucro em dólar para o exterior, que devem aumentar imensamente depois da venda de nossas empresas mais estratégicas para estrangeiros, eles precisam EMPOBRECER NOSSO POVO. Assim, sobram mercadorias nas prateleiras das fábricas para serem exportadas, entrando os dólares.

    Entretanto, com o ARROCHO SALARIAL, as vendas de nossas próprias empresas despencarão. Ou seja, quem se diz liberal, está no setor privado, e apoia as manobras do Temer; se trabalha com o mercado interno, realmente merece ser tratado pelos políticos, como dito acima (ser liberal = ser imbecil), porque está fazendo exatamente esse papel. Confiram:

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2017/01/a-mexicanizacao-do-brasil.html

    Caso faça parte do setor exportador, pode até ter algumas justificativas. Afinal, poucas coisas no mundo são melhores do que produzir onde há arrocho salarial, e depois exportar para onde o povo tem dinheiro. Entretanto, nada se compara ao DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO. Ou seja, mesmo os exportadores, com todas as suas vantagens, ainda saem desse jeito na foto, quando não se interessam pela única coisa que de fato tem valor, a tecnologia:

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2014/05/educacao-e-desenvolvimento.html

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2014/05/educacao.html

    Ou será que alguém consegue contestar os links acima?

    A PRIVATIZAÇÃO QUE DEU CERTO!

    Ela foi feita na Rússia, país que estava pior que o Brasil, com o povo literalmente morrendo de fome e frio no inverno. A população precisou sair às ruas, e enfrentar a sanguinária KGB, para derrubar o nefasto regime comunista. Porém, os russos não colocaram ladrões no poder, e eles tiveram a dignidade de reconhecer que suas estatais foram construídas pelo povo russo, e apenas os russos tinham o direito de comprá-las. Assim, fizeram leilões, e elas foram vendidas ao povo pelo preço que pudesse pagar. Hoje, a Rússia é um país democrático, capitalista, e desennvolvido, que atingiu o padrão de vida europeu de desenvolvimento humano muito elevado. Confiram:

    http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_Human_Development_Index

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2017/02/como-enganam-os-pequenos-empresarios.html

    Onde está a LEI ANTI-MONOPÓLIO para garantir a concorrência e o livre mercado no setor? O que estão fazendo, não é coisa de capitalista ou liberal, mas sim de ladrões e vagabundos irresponsáveis, que pouco se importam com o destino do Brasil. Confiram como se faz no mundo desenvolvido:

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2017/02/como-enganam-os-pequenos-empresarios.html

    O PREÇO DE ENTREGAR ESTATAIS PARA SEREM VENDIDAS POR CORRUPTOS:

    https://jornalggn.com.br/noticia/apelo-aos-brasileiros-de-boa-vontade-por-luis-nassif

    1. Quanta besteira, o povo da

      Quanta besteira, o povo da USSR “não morria de fome e frio no inverno”. A USSR já tinha um índice de desenvolvimento humano alto há mais tempo, na verdade, o índice CAIU vertiginosamente nos primeiros anos de capitalismo, e foi bem documentado um excesso de mortalidade da ordem de 3-5milhões de pessoas. A renda per capita da Rússia hoje é cerca de 20% superior ao que era em 1990 (já então em queda desde 1988), ou seja, nos últimos 26 anos o crescimento médio da renda per capita foi próximo de 0,6% (ou seja, rmuito baixo), e a recuperação a partir do governo Putin se deu em grande parte devido às receitas do petróleo, resultante dos altos preços da primeira década do século,e, do ponto de vista de indústria e tecnologia, a Rússia de hoje é mais atrasada do que a URSS, com setores inteiros, como a indústria aeronáutica civil, praticamente destruídos, e ainda dependentes de tecnologia e infaestutura do período soviético. Outras regiões da ex URSS, como Ucrânia e Moldávia, ainda estão com níveis de renda bem inferiores aos tempos da URSS. Se vc. quer um país socialista da Europa onde as pessoas viviam realmente na miséria, cite a Romênia, país pioneiro da aplicação da austeridade radical (no caso, para pagar a dívida externa, o que, curiosamente, foi feito a um custo horrendo).

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