Aquiles Rique Reis
Músico, integrante do grupo MPB4, dublador e crítico de música.
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A harmonia da bateria de Di Stéffano, por Aquiles Rique Reis

Prezados leitores e leitoras, hoje vou lhes falar de um CD instrumental – o trabalho do baterista, compositor e produtor musical Di Stéffano Wolff Bazilio, que, para gravar dez músicas de sua autoria (apenas uma delas em parceria), lançou Outros Mares (independente). Nele, a sua bateria harmoniza e agrega os outros instrumentos. Ajustando acordes, colorindo nuances, abusando de elogiáveis dinâmicas, ela permite uma melhor liga entre o som de suas peças e o som dos outros instrumentos.

O jazz, estilo musical que os músicos brasileiros trataram de dar uma caa brasileiríssima, está presente em todas as faixas do CD numa velha, boa e verdadeira jam session. A bateria de Di Stéffano tem consonante beleza com a sonoridade obtida pelos outros músicos da banda. Como se fosse um instrumento de harmonia, suas baquetas “tocam” os melhores acordes e assim melhor patenteiam as músicas. Harmoniosos, seus arranjos misturam os timbres e lhes dão equilíbrio.

Assim é em “Mr. Roy” (Di Stéffano), faixa que abre o álbum. A introdução fica a cargo do piano do virtuoso André Mehmari, do baixo acústico de Alex Rocha e da bateria, que trisca os pratos. A bela melodia passeia entre o piano e o trompete de Fabinho Costa. Ambos repartem improvisos. A dinâmica é acentuada pela levada harmônica da bateria. Belo início.

Também é em “Cine África” (Di Stéffano), quando a bateria toca a introdução. Logo o sax tenor de Josué Lopes assume a melodia. O baixo elétrico de Marcelo Mariano firma a pegada. Agora a guitarra mágica de Ricardo Silveira e o piano acústico de Vitor Gonçalves se juntam aos bons. A bateria os une em torno de uma pegada elegante, mas vibrante. O coro come. Um intermezzo de guitarra chama a atenção pela criatividade. Todos se juntam. Meu Deus!

E também em “Jazz à Vista” (Di Stéffano). Novamente o sax tenor de Josué Lopes está na parada. O baixo acústico de Alex Rocha e o piano de Vitor Gonçalves soam firmes. Plenamente consciente do seu vigor, a bateria faz as honras da casa e a todos deixa à vontade para que brilhem.

A levada harmônica da bateria de Di Stéffano se revela também eficaz em “Brisa do Mar” (Di Stéffano). Alternando entre o piano acústico e o teclado Rhodes de Dominique Fillon, o baixo elétrico (Nema Antunes) e a bateria conduzem o samba lento de forma bastante delicada. O Rhodes improvisa. O violão de náilon de Serginho Faria brilha com seu som límpido. Mais uma boa composição de Di Stéffano.

Em “Fim de Tarde” (Di Stéffano), lá está novamente o piano e o Rhodes de Dominique Fillon pontificando no arranjo, onde também acontecem o baixo elétrico de Hamilton Pinheiro, a guitarra de Clauber Fabre e o trompete de Fabinho Costa, ele que chega logo após a introdução, conduzida pela bateria. Ótimo momento.

Vale a pena, meu caríssimo leitor e minha prezada leitora, buscar ouvir este trabalho, digno de assumir um lugar de destaque entre os melhores discos de música instrumental lançados recentemente.

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do mpb4

 

Aquiles Rique Reis

Músico, integrante do grupo MPB4, dublador e crítico de música.

2 Comentários

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  1. Esse tem nome de

    Esse tem nome de craque.

     Segundo meu avõ era do nível de Pelé.Maradona e alguns poucos.

               Eu não o vi jogar.

             Mas li recentemente que nem os Mega badalados Messi e Cristiano Ronaldo não quebraram vários records dele–estamos vivendo um momento de extrema competição no esporte.Todos atletas só pensam nisso.

            Mas voltemos ao personagem do post.

             Com esse nome e ainda com um ”F” a mais, tem tudo pra craque e bater os records .

               Boa sorte!

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