A Voz do Dono – o cantor e o cachorrinho (leia mais)

Os velhos “bolachões” de 78 rotações da gravadora americana RCA tinham um selo que se tornou famoso: o cachorrinho escutando o gramofone, com a legenda His Master’s Voice – A Voz do Dono.

Neste filme de 1946 – Two Sisters from Boston, de Henry Koster (em português, O Rouxinol Mentiroso) — o lendário tenor dinamarquês Lauritz Melchior, interpretando um personagem, grava uma ária da ópera Os Mestres Cantores, de Richard Wagner.

Na cena inicial deste trecho, o personagem Spike (interpretado por Jimmy Durante) pergunta, lendo o letreiro na porta do estúdio: “Phonographic? O que isso quer dizer?”, sugerindo como a gravação de discos era uma novidade na época em que a história se passava.

O filme é curioso por mais de um motivo:

  • é um registro da voz e da imagem de Melchior, um dos maiores intérpretes de Wagner na história da música;
     
  • mostra como funcionavam as primitivas — para nós, hoje — técnicas de gravação e “mixagem” (reparem que Melchior é dirigido – muito contra a vontade dele – para se afastar ou se aproximar da corneta de captação do som, e em alguns trechos os músicos levantam correndo para tocar mais perto dela);
     
  • e finalmente, cria uma versão ficcional e simpática para a origem do selo do cachorro e da expressão “his master’s voice”.

A história real é um tanto mais prosaica: a imagem do cãozinho escutando o gramofone, criada por um pintor inglês, foi usada inicialmente na virada do século 19 para o 20 em catálogos da The Gramophone Company, uma gravadora londrina. Mas um dos criadores da americana Victor Talking Machine Company, que daria origem à RCA, encantou-se com ela e adotou-a nos Estados Unidos.

O cãozinho na frente do gramofone acabou por tornar-se a principal marca internacional da RCA e um dos maiores ícones comerciais da história (a propósito: o nome do cachorro do pintor era Nipper). 

 

http://www.youtube.com/watch?v=-cqnATSWX6I

Redação

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