Aquarius traz a força da obra de John Williams, por Debora Ghivelder

Aquarius traz a força da obra de John Williams para concerto com a OSB

Apresentação acontece neste sábado, no Forte de Copacabana

Por Debora Ghivelder

Para todos. Ao interpretar para milhares de pessoas a obra de John Williams, conhecida de todos, a música clássica fica mais próxima do público – Daniela Dacorso / Agência O Globo

RIO — Um extraterrestre levanta voo em uma bicicleta. Um imenso tubarão branco nada certeiro em direção à sua presa, uma jovem que está, inadvertidamente, divertindo-se no mar. Os acordes que acompanham as cenas, automaticamente, são puro John Williams. Não à toa, ele é reverenciado como um dos maiores autores de trilhas sonoras para o cinema. Ambas as obras compostas para os filmes citados, “E.T., o extraterrestre” e “Tubarão”, integram o programa do concerto do Aquarius, uma realização do GLOBO, com patrocínio do Santander e apresentação da Prefeitura do Rio e da Riotur, que acontece às 19h30m deste sábado, no centenário Forte Copacabana (100 anos completados em 2014). A Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por seu maestro titular, Roberto Minczuk, pinçou grandes sucessos da carreira de Williams para as telas, como “Jurassic Park”; “Harry Potter e a pedra filosofal”; “Os caçadores da Arca Perdida”; “A lista de Schindler”, com o pungente solo de violino a cargo de Daniel Guedes; e a suíte de “Guerra nas estrelas” para o repertório da noite.

Intitulado “Aquarius — Clássicos de cinema: um tributo ao compositor John Williams” o programa que marca os 42 anos do projeto amplia a céu aberto um dos maiores sucessos de bilheteria da OSB. Este ano, foram quatro concertos, todos com lotação esgotada.

A homenagem faz sentido. Aos 82 anos, o americano Williams, parceiro fiel de Steven Spielberg, é dono de uma vasta obra, agraciada com cinco Oscars e diversos outros prêmios. “Tubarão” (1975), “Guerra nas Estrelas” ( 1977), “Jurassic Park” (1993) e “Harry Potter” (de 2001) são bons exemplos da sua mestria. Com um estilo muito próprio e um talento enorme para unir imagem e som nas telas, Williams lidera a seleta lista de compositores mais populares do cinema ocidental.

— O tributo é um dos grandes sucessos da OSB. Agora vamos poder interpretar sua obra para um público ainda maior — comemora o maestro Minczuk.

INFLUÊNCIAS PLURAIS

Mas não é só a acuidade de Williams em colorir com sons as cenas de um filme a razão de seu sucesso, embora ele faça isso como poucos. É também a sua qualidade como músico. Ele é capaz de reciclar um mesmo tema e fazê-lo render tanto a uma atmosfera lírica como a outra de profunda tensão. Tudo o que um filme precisa. O grande público pode não saber ao certo quem é John Williams, não lembrar a qual filme a música pertence mas vai, com certeza, saber cantarolar a peça.

— Ele é um gênio de imensa inspiração. E bebeu em muitas fontes. Quando escreveu para “Harry Potter”, se inspirou em “O aprendiz de feiticeiro”, de Paul Dukas, um clássico do repertório orquestral que fala de um aprendiz de feiticeiro, como Potter. Williams sabe ser original, construindo em cima de fundamentos existentes. — comenta o regente.

Um programa tão conhecido, impresso na memória afetiva do público, acredita o maestro Minczuk, ajuda a aproximá-lo do repertório orquestral. As pessoas percebem que o gênero está mais presente em seu cotidiano do que imaginam. O regente frisa que, no campo da música incidental, a presença é marcante.

— Hoje, tanto quanto no cinema, a música clássica também está fartamente presente nas trilhas dos videogames. É incrível se você pensar que a música clássica, da Renascença para cá, esteve presente na igreja, na ópera, embala os balés e também se fez presente no rádio, no cinema e na TV. E segue agora também nos games.

— Neste concerto as pessoas terão a chance de ver a música acontecer. Por exemplo, ao ouvirem os trompetes, reconhecerão o tema de “Indiana Jones”. Quando soar o violino, associarão a “A lista de Schindler”. O mesmo acontece com a tuba, na trilha de “Tubarão”. O público passa associar os instrumentos ao som que estão acostumados a ouvir. E aí todos se apaixonam.

Redação

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