Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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As primeiras gravações de Flor Amorosa, de Joaquim Callado e Catulo da Paixão Cearense

por Luciano Hortencio

Nesse lindo domingo de sol espantarei as tristezas dos últimos dias, em que vivenciei o terrível atentado de Paris, longínquo, porém também uma inominável chacina ocorrida no distrito de Messejana, em Fortaleza, com 12 (doza) vítimas fatais.

http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/11/governador-quer-apuracao-rigorosa-de-chacina-com-12-mortes-no-ceara.html

Espantarei a tristeza e a banalização em que se encontra a vida humana trazendo para ouvirmos as primeiras gravações de FLOR AMOROSA, de Joaquim Antonio Da Silva Callado, que ganhou letra de Catulo da Paixão Cearense.

Que bom seria que o ser humano, ao invés de ceifar vidas de seus semelhantes, plantasse ao menos um pezinho de FLOR AMOROSA. Que bom seria…

Os fonogramas foram disponibilizados pelo amigo Miguel Angelo de Azevedo (Nirez).

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

23 Comentários

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  1. Florbela Espanca

    A Flor do Sonho

    A Flor do Sonho, alvíssima, divina, 
    Miraculosamente abriu em mim, 
    Como se uma magnólia de cetim 
    Fosse florir num muro todo em ruína. 

    Pende em meu seio a haste branda e fina 
    E não posso entender como é que, enfim, 
    Essa tão rara flor abriu assim! … 
    Milagre … fantasia … ou, talvez, sina … 

    Ó Flor que em mim nasceste sem abrolhos, 
    Que tem que sejam tristes os meus olhos 
    Se eles são tristes pelo amor de ti?! … 

    Desde que em mim nasceste em noite calma, 
    Voou ao longe a asa da minha’alma 
    E nunca, nunca mais eu me entendi … 

    Florbela Espanca, Livro de Mágoas 

  2. Lotus da pureza e paz

    Repensando esses acontecimentos, me veio um sonho que tive a noite passada. Estava dentro de um rio escuro e em determinado momento, vi ao longe, na margem desse rio, lindas flores brancas. Havia uma luz que incidia sobre elas e eu as via, de longe, tão lindas…

    Sonhos, sonhos são, e que essas flores sejam de paz.

  3. A Cidade Sitiada

    Bom dia a todos. 

    Meu caro, Luciano, aqui também uma manhã de timido sol. O que vi ontem, depois da brutal noite de sexta, me escapa. Então é assim a guerra? Porque a guerra foi declarada e disso sabemos todos.

    Depois da cidade invadida por sirenes na noite de sexta, gente correndo de um lado para o outro nas ruas, telefones em todos os ouvidos, mensagens, todos querendo saber onde estavam todos, o que vi nesse sabado eu nunca havia visto. Um sabado em uma Paris silenciosamente ensurdecedor. Depois do toque de recolher de sexta, sabado havia uma insegurança papalvel no ar.

    Tudo estava fechado. Museus, cinemas, teatros, parques, até as tradicionais feirinhas de rua, e muitos restaurantes e bares também fechados. Quase não havia carros nas ruas, pouco transporte publico funcionando, praticamente tudo parado. Da para imaginar isso numa metropole? So havia algumas lojas e supermercados abertos e era praticamente tudo. Nunca vi Paris tão estranhamente calma. Poucos passantes. Era tal o silêncio, sem mais sirene nem o costumeiro passar dos ônibus e carros, que parecia estar em algum vilarejo longiquo.

    Enfim, parece que nesse domingo temos um inicio de retorno à normalidade, ainda que praticamente todos os monumentos, museus e casas de espetaculos continuem fechados. Ontem soube que as galerias Lafaeytte, Printemps e o grande BHV fecharam suas portas também. Como dizerm os franceses “du jamais vu”. Recebemos mensagens de que as escolas e associações e piscinas publicas estarão fechadas no inicio desta semana sem mais precisão. 

    Um dos restaurantes atacados, ja frequentei algumas vezes. O Cabodja. Nos ja estivemos la com varios amigos brasileiros, pessoal de cinema, quando de meu trabalho na Bem-Te-Vi Filmes e a familia. Na noite de sexta, quando soube que havia atentados simultâneos na cidade, e vi que o restaurante Le Cabodja tinha sido massacrado litralmente, senti as pernas fraquejarem. Logo conversei com a amiga Paula, que é quem mais frequenta Le Cabodja com o pessoal de cinema brasileiro quando de passagem por aqui, e ela estava inconsolavel. Quantas vezes nos reunimos la, lugar de ambiente amigavel e simples?

    E assim fomos poupados. Estavamos no lugar certo na hora certa. Mas o bolo no estômago continua. Quando e onde sera o proximo ataque? Por outro lado, nada muito diferente do que vivemos no Brasil, principalmente as periferias e favelas, onde as milicias e a policia fazem sua propria lei, matando mais meninos pobres, negros e mestiços, que nessa ja longa guerra terrorista entre o mundo ocidentalizado e os “barbaros.”

    Também sinto e sofro pelo povo sirio, que são os mais apenados no meio dessa guerra de insanos.

        1. Que coisa, não é…

          Seria bom se esse tempo voltasse. Pelo menos um ar dessa época para nos lavar a alma… Desculpa o sentimentalismo, mas que vontade senti hoje de lhe dar um abraço bem apertado, no Luciano e no JNS. Esse ultimo sei que esta com o coração partido pelo acontecido em Minas, na nossa Minas! 

          [video:https://youtu.be/SR6gL_jW8hg%5D

          1. Querida

                    vivemos como mariscos

                    atirados pelo mar bravio

                   

                    contra rochas lancinantes

                    abandonados à própria sorte

                    correndo todos os riscos

                    bjs          

             

  4. A Marselhesa da Paz

    Para nossa amiga Maria Luisa, e para os amigos que vivem na França, nesse momento aflitivo, segue uma versão pacifista do belo hino francês. Como devem saber, a letra d’A Marselhesa é uma louvação da guerra, infelizmente. Mas Paul Robin (1837-1912), professor e pedagogo libertário, escreveu uma outra letra, muito melhor. Segue “A Marselhesa da Paz”.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=pBJ_93pHouc%5D

    De l’universelle patrie
    Puisse venir le jour rêvé
    De la paix, de la paix chérie
    Le rameau sauveur est levé (bis)
    On entendra vers les frontières
    Les peuples se tendant les bras
    Crier : il n’est plus de soldats !
    Soyons unis, nous sommes frères.

    Refrain :
    Plus d’armes, citoyens !
    Rompez vos bataillons !
    Chantez, chantons,
    Et que la paix
    Féconde nos sillons !

    Quoi ! d’éternelles représailles
    Tiendraient en suspens notre sort !
    Quoi, toujours d’horribles batailles
    Le pillage, le feu, et la mort (bis)
    C’est trop de siècles de souffrances
    De haine et de sang répandu !
    Humains, quand nous l’aurons voulu
    Sonnera notre délivrance !

    Refrain

    Plus de fusils, plus de cartouches,
    Engins maudits et destructeurs !
    Plus de cris, plus de chants farouches
    Outrageants et provocateurs (bis)
    Pour les penseurs, quelle victoire !
    De montrer à l’humanité,
    De la guerre l’atrocité
    Sous l’éclat d’une fausse gloire.

    Refrain

    Debout, pacifiques cohortes !
    Hommes des champs et des cités !
    Avec transport ouvrez vos portes
    Aux trésors, fruits des libertés (bis)
    Que le fer déchire la terre
    Et pour ce combat tout d’amour,
    En nobles outils de labour
    Reforgeons les armes de guerre.

    Refrain

    En traits de feu par vous lancée
    Artistes, poètes, savants
    répandez partout la pensée,
    L’avenir vous voit triomphants (bis)
    Allez, brisez le vieux servage,
    Inspirez-nous l’effort vainqueur
    Pour la conquête du bonheur
    Ce sont les lauriers de notre âge.

    1. Em pé!

      Lindo, Jair. Obrigada. 

      Plus d’armes, citoyens !
      Rompez vos bataillons !
      Chantez, chantons,
      Et que la paix
      Féconde nos sillons !

      Abaixo às armas, cidadãos!

      Rompemos os batalhões!

      Cantem, cantemos,

      E que a paz

      Fecunde nossos caminhos de guerra !

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