Bambas historiam em dicionário os significados sociais e musicais do samba

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Do Blog Notas Musicais

Por Mauro Ferreira

Ao descrever o significado do termo pagode no Dicionário da história social do samba, livro recém-lançado pela editora Civilização Brasileira, os autores Nei Lopes e Luiz Antonio Simas traçam a evolução da palavra ao longo do primeiro século do quase centenário samba, lembrando que, a partir da década de 1990, a indústria fonográfica brasileira se apropriou do termo pagode para designar grupos que cantavam e tocavam um samba diluído em solução pop, em que os teclados disputavam espaço com as percussões.

Bambas no assunto, Lopes e Simas apresentam aos estudiosos dos caminhos da música brasileira uma valiosa obra de referência para quem se interessa por samba, discorrendo com propriedade sobre todos os significados sociais e musicais do gênero nascido oficialmente em 1916.

Em bom português, o Dicionário da história social do samba não se limita a explicar as modalidades do gênero, os instrumentos usados para produzir a cadência bonita do samba e outros termos de cunho técnico. Há também verbetes de caráter mais abstrato, como consciência negra, que justificam o adjetivo social aplicado no título do dicionário. Há, inclusive, verbetes de cunho político.

Em Estado Novo, por exemplo, Lopes e Simas contextualizam o samba no período ditatorial brasileiro que foi de 1937 a 1945. Além dos textos dos verbetes serem bem escritos, o conhecimento de causa dos dois autores do Dicionário da história social do samba credencia o livro como obra segura para consulta e pesquisa de termos relacionados ao gênero.

Além de ser expressivo compositor de samba, revelado nos anos 1970, Nei Lopes é bacharel em Direito e Ciências sociais, sendo uma das autoridades nacionais quando o assunto é cultura negra. Luiz Antonio Simas é mestre em História social, tendo escrito diversos livros e artigos sobre escolas de samba do Rio de Janeiro (RJ) e sobre comunidades  nas quais se criam tais agremiações.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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