Claudio Jorge grava samba carioca com traços de jazz de raiz, por Augusto Diniz

Por Augusto Diniz

O cantor, compositor, violonista e produtor Claudio Jorge faz parte daquele grupo de músicos que o anúncio de lançamento de um disco gera alta expectativa, pelo refinamento do trabalho, a competência e o conhecimento musical.

O registro fonográfico em questão chama-se “Samba jazz, de raiz”. Claudio Jorge levou três anos gravando o CD, e agora pretende lança-lo no formato físico, por meio de um financiamento coletivo – para saber mais e colaborar com esse brilhante músico acesse aqui.

O novo disco, com 15 faixas, é um projeto que Claudio Jorge acalentava fazia algum tempo baseado na sua formação e memória musical da infância, de muito samba canção e bossa nova, ambos com fortes intromissões das harmonias jazzísticas. Ele menciona que o jazz teve influência na sua maneira de tocar.

“É ‘Samba jazz, de raiz’ porque são sambas que estão melódica e poeticamente mais próximos da raiz carioca do samba, mas onde foi dado um tratamento harmônico e instrumental com tintas do jazz, mas de um jazz mais das antigas”, conta. “É um disco onde tenho mais preocupação com as canções do que com os arranjos”.

Claudio Jorge explica que o “Samba jazz, de raiz” é um CD diferente dos registros anteriores, os elogiados “Coisa de Chefe” e “Amigo de fé”. Segundo ele, principalmente pelo destaque dado ao violão e a guitarra – seu aparelho musical na juventude -, usando poucos instrumentos nos arranjos.

“A base é feita em quase todas as faixas, exceto uma, por baixo elétrico e acústico e bateria. Em cada canção acrescentei solistas com características jazzísticas”, diz.

É um disco que, de acordo com o músico, não tem coro e cavaquinho, e pouca percussão. “O violão de sete cordas, a cargo de Filipe Lima, aparece em uma única faixa onde rola um clima de jazz New Orleans, com vários instrumentos improvisando ao mesmo tempo”, cita.

O disco tem a participação do guitarrista uruguaio Leonardo Amoedo e de Roberto Frejat, cantando e tocando – o disco, aliás, foi gravado no estúdio de Frejat, no Rio.

Gravaram ainda no trabalho Humberto Araújo (sax tenor e barítono), Ivan Machado (baixo elétrico), Zé Luiz Maia (baixo acústico), Camilo Mariano (bateria), Marcelinho Moreira (percussão), Peninha (percussão), Itamar Assiére (piano), Fernando Merlino (piano), Kiko Horta (acordeom), o já citado Filipe Lima (violão de 7 cordas), Dirceu Leite (clarinete), Victor Neto (flauta), Walter D’Avila (guitarra), o falecido Wilson Das Neves (bateria), Ivan Lins (piano), Fátima Guedes, Mauro Diniz e Reinaldo do ex-Casseta (voz).

As composições de Claudio Jorge apresentadas no CD são fruto de parceria com Nei Lopes, Wanderson Martins, Ivan Lins, Ivan Wrigg, Wilson Moreira, Lula Queiroga, Manduka e Wilson das Neves.

Sobre o fato de fundir samba com jazz, que alguns momentos da história da música brasileira já tiveram discussões de sua relevância, Claudio Jorge lembra que a “fusão vem de longe, pelo menos desde a ida a Paris do Pixinguinha com os Oito Batutas”. Ele acrescenta que muito músicos têm o jazz como referência.

Os trabalhos de Claudio Jorge são marcados por certa ousadia, num estilo menos óbvio e uma forma de composição fora dos padrões do caminho mais fácil do sucesso, reconhecidos até pelo seu velho companheiro de música, Martinho da Vila. Isso representa um processo de criação mais sofisticado – ressalta-se também de execução com elevada qualidade.

Atualmente, Claudio Jorge conta que tem se dedicado mais a projetos pessoais, mas continua atuando em estúdios como violonista e produzindo discos. “Estou também ensaiando um duo com meu filho Gabriel Versiani, cantor e compositor, sobre a música do pai e do filho”, finaliza.

Redação

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