Dalva de Oliveira e Roberto Inglêz, por Laura Macedo

 

por Laura Macedo

Dalva de Oliveira durante sua longa e bem sucedida excursão pela Europa, em 1952, fez uma série de 17 gravações nos estúdios da EMI-Parlophone, em Londres, acompanhada pela Orquestra do maestro e pianista Roberto Inglêz (1913-1978).

Segundo o pesquisador Samuel Machado Filho foram doze músicas em português, sendo oito inéditas, e cinco em espanhol. Dessas, treze saíram no Brasil pela Odeon, subsidiária da EMI. As primeiras a ganhar edição brasileira da “marca do templo”, na série azul internacional, foram as composições: “Kalu” e “Fim de comédia”.

 

Dalva de Oliveira e Roberto Inglêz

 

 

Kalu” (Humberto Teixeira) / “Fim de comédia” (Ataulfo Alves) # Dalva de Oliveira e Roberto Inglêz e sua Orquestra. Disco Odeon (X-3361-A) / Matriz (CE-14096). Lançamento (julho/1952) E Disco Odeon (X-3361-B) / Matriz (14099). Gravações (1952). [Gravado em Londres, portanto fora da “Discografia Brasileira em 78 rpm / 1902/1964. Rio de Janeiro: Funarte, 1982].

 

 

 

 

Segundo os pesquisadores Jairo Severino e Zuza Homem de Mello:

 

A dupla Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira separou-se no início da década de 1950, em razão da ida de Gonzaga para a SBACEM [Sociedade Brasileira de Autores Compositores e Escritores de Música], enquanto Teixeira permanecia na UBC [União Brasileira de Compositores].

Na época, compositores de sociedades diferentes não podiam atuar juntos. Passaram, então, os dois a trabalhar sozinhos, ou com outros parceiros, sendo “Kalu” o maior sucesso individual de Teixeira.

De estilo romântico/ingênuo, este baião foi feito para atender a um pedido de Dalva de Oliveira, que desejava incluir música nordestina na série que gravaria com a orquestra de Roberto Inglêz.

Referindo-se a “Kalu”, muitos anos depois de seu lançamento, Humberto Teixeira confessou: “Na verdade, Kalu existiu. Só que com outro nome, naturalmente”.

 

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Fontes:

– A Canção no Tempo – 85 Anos de Músicas Brasileiras, Vol 1: 1901-1957 / Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. – São Paulo: Ed. 34, 1997.

– Capa Partitura: Acervo do pesquisador Claudevan Melo.

– Foto selo do disco: Internet.

– Fotomontagem: Laura Macedo.

– Samuel Machado Filho (informações sobre a excursão de Dalva de Oliveira).

– Site YouTube / Canal: “luciano hortencio”.

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Laura Macedo

4 Comentários

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    1. Uma das preferidas da minha mãe

      Vânia,

      Minha mãe gostava muito dessa música. A outra era “Ave Maria” (Vicente Paiva/Jayme Redondo) # Dalva de Oliveira. Álbum ‘A Voz Sentimental do Brasil’ (1953).

        Beijos saudosos!

  1. Dois dedos de prosa

    Querida Laura sempre trazendo coisas boas para gente relembrar. Fã incondicional da diva Dalva de Oliveira, meu tio João, advogado nas horas certas e nas incertas seresteiro, dizia ter todos os discos de sua amada Dalva… Ele viu a série que fizeram sobre ela e Herivelto e não gostou muito. Resumiu assim: reducionista e um fundo conservador, como tudo que produz essa rede Globo… Dei razão a ele 🙂

    Aqui o famoso disco.

    [video:https://youtu.be/Z_LnUFkNOLI%5D

    [video:https://youtu.be/lmXnHJ0K2Bw%5D

    1. Excelente contribuição!

      Maria Luisa,

      Adoro seus comentários bem elaborados e sugestivos que só enriquecem as postagens.

      Com relação a série, mesmo sendo reducionista, eu gostei da performance dos atores e de ouvir as composições gravadas pelo Trio de Ouro, Dalva de Oliveira e Herivelto Martins.

       

      Beijos saudosos!

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