Despedida do Marujo, cançoneta de 1917

Resgate de Luciano Hortencio

Bahiano canta DESPEDIDA DO MARUJO

Adeus camaradas, a pátria me chama
Seguirei contente, eu sou brasileiro
Fui bravo na luta, o sangue derrama
Não temo o perigo pois sou marinheiro
Se vivo a sofrer eu me sinto feliz
A vida que eu tenho ela não é mais minha
A vida que eu tenho pertence ao país
Pois sou marinheiro da honrada marinha
A glória da pátria, armada gentil
É a altiva marujas que orgulha o Brasil. (bis)

Cortando os espaços o meu couraçado
Vai mais que altaneiro rasgando o oceano
Embora saudoso eu parto assustado
Mas vou satisfeito pois vou todo pano
Pensando na glória porque vejo o azul
Que cai das estrelas do meu pavilhão
A luz que fascina, que brilha e reluz
Também brilha sempre no meu coração
A glória da pátria, armada e gentil
É a altiva marujas que orgulha o Brasil. (bis)

Adeus meus amigos, pros mares singrando
Eu vou para longe, em buscas de glórias
No mar de alta noite eu vejo dançando
As glórias da armada escritas na história
E quando o furor da horrenda procela
Ferir o navio sobre o mar já raivoso
Só penso na pátria, tão querida e tão bela
Eu fito as ondas e sonho em color
A glória da pátria, armada e gentil
É a altiva marujas que orgulha o Brasil. (bis)

E assim vou pensar as terras queridas
O lar, a família e a voz dos amigos
Adeus companheiros minha alma sentida
Vai longe da pátria sofrer os perigos
Diante dos desafios da pátria formosa
O berço de amor risonho se aninha
E um grito orgulhoso a soar …
Os bravos marujos da nossa marinha
A glória da pátria, armada e gentil
É a altiva marujas que orgulha o Brasil. (bis)