Deu Ó do Borogodó no New York Times

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Examinando a cena musical paulista com Céu

Do New York Times com tradução do GGN

Há 15 anos, quando a cantora brasileira Céu voltou para sua casa em São Paulo depois de um ano de banhos de indie rock, jazz e hip-hop sons de Nova York, ela decidiu que queria acrescentar “compositora” na sua descrição de trabalho.

Para isso, ela foi para jam sessions noturnas e fez tantos shows quanto podia.

“Eu não quis ir à escola formal,” disse a musicista, agora com 34 anos, que nasceu Maria do Céu Whitaker Poças. “A minha escola estava na rua.”

Tal educação, Céu sustentou, só poderia ter tido em São Paulo, a maior metrópole do país, com uma população de 11 milhões. Sua expansão, muito criticada, tem um lado positivo para os músicos: Há sempre um concerto acontecendo em algum lugar.

“É uma cidade tão grande,” ela disse, “que você não saberia de todos os lugares que existem para se apresentar.”

Recentemente, ela falou sobre alguns pontos que ela descobriu. A seguir, trechos editados.

Pergunta. Onde você vai para ouvir música nova?

Resposta. A Casa do Mancha na Vila Madalena tem boas bandas independentes que estão apenas começando, que têm sons novos, diferentes do que estamos acostumados. É muito pequeno, muito parecido com uma casa. É muito aconchegante, sabe.

Há esse outro lugar interessante perto dele: Espaço Cultural Puxadinho da Praça. Um monte de boas bandas indie estão começando a tocar lá. Quando eu comecei, eu toquei no Grazie a Dio, o que é interessante para mim, porque minha mãe e meu pai moravam lá nos anos 70 – exatamente nesta casa.

P. Outros lugares?

R. No mês passado, eu toquei em um show com esse grande artista chamado Otto neste lugar que eu nunca ouvi falar: Grand Metrópole. Enorme, muito legal, muito bonito.

Casa de Francisca é muito charmoso. E muito, muito pequeno, mas que torna este lugar especial para shows, porque você está perto dos artistas. Estava olhando a programação, e Metá Metá vai tocar neste lugar este mês. Este grupo é realmente interessante. Kiko Dinucci, o cantor e compositor, tem uma maneira “rock” de tocar guitarra, mas com alguma mistura de Candomblé. Os cânticos espirituais são muito rítmicos, melódicos. É uma enorme influência no Brasil, e Kiko faz isso de uma forma respeitosa e bonita.

P. Há mais recomendações quanto a música tradicional brasileira?

R. Ó do Borogodó, que significa algo como “fazer uma bagunça”, é ótimo para quem gosta de samba tradicional. Eles têm muitas vezes esta bela roda de samba – um círculo com um monte de chifres e percussão – e Kiko costumava tocar neste roda também. É muito tradicional e muito bom. Você pode tomar uma cerveja e sentir como samba é.

P. Há algum lugar onde a música típica brasileira encontra o novo?

R. Em São Paulo, praticamente todos os artistas tocam neste enorme espaço do governo: SESC. É como um centro comunitário. Esta coisa, nós temos todo o Brasil. Mas, em São Paulo, é muito bem organizado e muito legal por causa da cara por trás dele, Danilo Miranda. Ele traz todos os tipos de música, e há salas muito legais e teatros. E os bilhetes são sempre muito barato.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. Ceu é a cantora brasileira

    Ceu é a cantora brasileira que mais vendeu discos nos EUA desde Astrud Gilberto, uma carreira de sucesso na linha que sempre os americanos gostam, musica brasileira com tempero de jazz. A moça alem de bonita e talentosa é inteligente e mais do que tudo, é paulista de boa cepa.

  2. Cantorazinha modernete

    Típica representante da elite paulista, que deve votar em Marina Silva e frequenta barzinhos tucanos….Para que perder tempo com ela?

  3. Cantorazinha modernete

    Típica representante da elite paulista, que deve votar em Marina Silva e frequenta barzinhos tucanos….Para que perder tempo com ela?

    1. Cuidado

      Olha o preconceito … Vamos escutar o que a moça tem a dizer antes de julgar. E além do mais pode fazer bela arte independente do grau de alfabetização política.

  4. Vixi..
    Ó do

    Vixi..

    Ó do borogodó..saudades da época que era local de sambistas

    e gente que não queria “constar”.Quanto a a cantora realmente

    é um ícone da “voz de passarinho” que assola as plagas modenetes

    pode-se se dividir a cena entre ant e  o pos “céu”..modelito clássico.

     

    Obs.Sem ser injusto com  Ó do borogodó lembrando que Fabiana Cozza

    começou por lá assim como outros ótimos músicos de fé e lida.

    1. Passarinho também é gente

      Ô Morallis, deixa de ser implicante com a voz de passarinho, rapaz. Depois que inventaram o microfone isto ficou superado. Sendo afinada e de bom gosto a voz pequena pode ser coisa forte. Temos aí Nara Leão, João Gilberto e tantas outras vozes pequenas que deram seu recado em grande estilo, superando muita voz de trovoada.

      1.  Depois que inventaram o

         

        Depois que inventaram o auto-turner muita coisa ficou superada de  fato.

        Quanto a Nara Leão..deixa a moça em paz! Voz de passarinho realmente

        não tem nada a ver com potência..mas enfim..vai quem quer.Quanto ao 

        João Gilberto ..deixem o cara em paz! 

         

      2. João Gilberto tem um

        João Gilberto tem um vozeirão, e cantava como Orlando Silva, até que resolveu “apassarinhar” sua voz, com a bossa nova… 

          1. Rs..parece que voce não

            Rs..parece que voce não entendeu muitas coisas 

            mas tá perdoado  certamente vai para o “céu”.

            Morallis

  5. Céu é filha de uma das musas

    Céu é filha de uma das musas da Tropicália, Carolina Whitaker, uma beleza dos anos 60, artista plástica que participou de dois clássicos do cinema moderno no Brasil: O bandido da luz vermelha (a partir de 21 min) e Macunaíma (a partir de 1.25 min). Quanto à filha, acho que é a melhor das novas cantoras brasileiras, que são geralmente meio sem-graça e sem voz mesmo, mas com seu charme. Voz de passarinho depende do passarinho, nada contra…

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=pSbBA4OiqBc%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=FNoga3IxPHs%5D

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