Eliane Dias e o desafio de produzir os Racionais MC’s

O jeito particular de cada um dos Quatro Pretos Mais Perigosos do Brasil também torna o trampo um pouco mais difícil. “O Edi, na sua introspectividade, faz a coisa acontecer. O Blue é megalomaníaco. O KL Jay só fala a verdade, que homem insuportável [risos[. E o Brown é um ponto de interrogação, não consigo entender aquele cara. Tudo que ele fala tá certo, é foda. E aí junta esses quatro caras e cada um faz a coisa do seu jeito.”

 

Mas a genialidade dos quatro é que faz o grupo funcionar há 26 anos assim, e pôde dar como resultado o Cores e Valores. “Esse disco que eles lançaram agora tá lá na frente. Não é qualquer um que consegue entender. Quem é que ouve um disco mais de 15 minutos? A gente não tem paciência pra isso. E eles tiveram essa sacada”.

 

Apesar do desafio de conciliar quatro caras completamente diferentes e de profissionalizar o grupo, a produtora faz questão de impôr algumas condições. A abertura dos shows da última turnê do Cores e Valores, por exemplo, foi toda feita por artistas mulheres. “Cantora de rap mulher, negra, da periferia não tem credibilidade. A gente tem que ser muito homem pra fazer as coisas acontecerem”. Segundo ela, eles não curtiram a ideia logo no começo muito não, porque “não cabe mulher no show dos Racionais”. “Como assim? E cabe mulher para trabalhar para vocês na produção? Na ‘cozinha’ serve, mas para cantar não pode?”. 

 

Assista a palestra na íntegra abaixo, e leia mais sobre o Pulso no site da Red Bull.