Gorejando passarim…, por Luciano Hortencio
Ontem encontrei essa gatinha, que ilustra a primeira parte do vídeo, na calçada de um hotel da Avenida Beira Mar. Olhava atentamente para cima e constatei que ela estava mesmo era gorejando um passarim numa árvore. Achei muito pitoresca a situação e a fotografei. Quando ela notou ficou toda faceira , deixou-se registrar com facilidade e ainda ficou me seguindo. A gatinha, pé duro legítima, é linda. Tem a carinha repartida simetricamente em cores amarelo e preto e tem lindos olhos agateados… rsrsrs. Suas orelhas têm as pontas simetricamente cortadas, ou talvez seja uma característica genética… Deus queira que não tenha sido mutilada por alguma alma danada. Pensei demais em trazê-la pra cá, porém ja temos a Patinhas que tem ciúme até de sua própria sombra. Na casinha das Palmeiras também não daria certo, uma vez que, gorejadeira como é, daria cabo das rolinhas fogo pagô e caldo de feijão que vivem ali e são alimentadas com xerém e painço todos os dias. Fiquei sem opção de recolhê-la, porém não a esqueci. Resolvi homenageá-la, desejando veementemente que alguma alma nobre a tire das ruas e lhe dê um melhor destino. Coisas que o tempo levou.
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Nestes tempos bicudos, de músicas que não ouço, existem compositores que cantam as “coisas”? Ou as “rosas” emudeceram? Não se marca mais encontros nas esquinas de “Ipiranga com São João”. Não há mais “gato que anda nos telhados da Augusta”? Ninguém nota os “coqueiros de Itapoã”, passa pela “estrada de Santos” ou “vai pra Porto Alegre tchau”? Não tem mais “resto de toco”, “uma sabiá”? Alguma orquestra viaja no “Chatanooga Choo Choo? Nenhum poeta vai de metrô ao “Jaçanâ”? Não existem novidades na “feira de mangaio”? Ninguém sonha com “uma casinha na Marambaia” “onde possa guardar seus amigos, seus E-book e seus podcast”? Vou ter que me contentar com “caneta azul” ou, como é “primavera”, algum trovador vai notar “os pingos da chuva que ontem caiu”?