Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Incelença, por Clementina de Jesus

Clementina de Jesus faz a adaptação da tradicional INCELENÇA. Resgate de Luciano Hortencio.

Resgate de Luciano Hortencio

Clementina de Jesus faz a adaptação da tradicional INCELENÇA

Uma incelença que é pra Ele.

Uma incelença que é pra Ele.

Mãe de Deus, Mãe de Deus!

Oh Mãe de Deus!

Rogai a Deus pro Ele!

Mãe de Deus, Mãe de Deus!

Oh mãe de Deus!

Rogai a Deus pro Ele!
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Incelença
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

As Incelenças, também denominadas Incelências (em língua portuguesa: Excelência, por corruptela), Cantigas de Guarda ou Cantigas de Sentinela, constituem uma forma de expressão musical típica da Região Nordeste do Brasil e cidades do Vale do Paraíba. Geralmente atrelado a costumes fúnebres, o termo Incelença remete a uma ampla coleção de pequenos cânticos executados em virtude do falecimento, missas de sétimo dia e festividades relacionadas ao Dia de Finados. De outro modo, as Incelenças podem ser entoadas sob a cabeceira dos enfermos terminais, de forma a substituir a extrema unção na ausência de um sacerdote específico. Neste âmbito, credita-se às Incelenças a propriedade de despertar nos agonizantes o remorso sobre os pecados, incitando-os ao arrependimento. Não obstante amplamente associadas aos ritos mortuários, há registros de sua utilização em meio a preces contra males infecciosos, inundações e até mesmo para amenizar as duras estiagens que castigam a região do semi-árido. Em outras acepções, porém, a utilização destas cantigas fora dos contextos fúnebres, é considerada um agouro de morte.

Estas cantigas podem ser agrupadas em diversas classificações conforme a finalidade e o contexto de sua utilização. Podem-se citar as Incelenças da Hora (imendiatamente entoadas após o anúncio da morte), da Mortalha (ao pôr-se a vestimenta fúnebre), do Falecido (cantadas no decorrer da celebração do velório) e da Despedida, bem como as Incelenças de chuva que constituem uma expressão musical à parte. Cada estrofe da Incelença é repetida por doze vezes, exceto a da Mortalha, a qual cantam por tempo suficiente para vestir o cadáver.

Marcadas pela perpetuação de sua oralidade (estendendo-se de pai para filho e de benzedores para jovens através da memória), as Incelenças apresentam uma estrutura rítmica bastante simples, aliada a uma composição saturada de corruptelas e termos em latim deturpado. A execução de tais hinos é feita sem acompanhamento instrumental, iniciados por uma ou mais vozes femininas a qual se segue um coro em uníssono.

Embora, no passado, tenham sido amplamente praticadas por uma maioria massiva da população nordestina, a severa repressão policial, em parceria com o descaso das autoridades católicas, tornou a utilização das Incelenças restrita às zonas rurais menos abastadas e distantes das grandes aglomerações urbanas.

Clementina de Jesus – INCELENÇA – tradicional – adaptação de Clementina de Jesus.
Album: Clementina de Jesus – Marinheiro Só.
Coisas que o tempo levou.

Luciano Hortencio

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