O parto do grande violão

Há tempos os da roda de choro já reconheciam em Alessandro Penezzi um gênio à altura de Yamandu Costa.

A primeira vez que meu amigo Lineu me falou isso, julguei-o herético, mas aceitei seu convite para ouvir Alessandro no “Ó do Borogodó” – onde se apresenta às terças feiras. Alessandro era um rapaz recém chegado de Piracicaba, que passara pela Universidade de Música da Unicamp – que está se transformando no grande centro da música instrumental brasileira.

Era verdade. Uma velocidade estonteante, uma capacidade de improviso inesgotável, mas ainda um som seco, típico de guitarra elétrica, embora sua formação fosse erudita.

Era questão de tempo para amadurecer. Em pouco tempo Alessando encontrou sua alma gêmea, Zé Barbeiro, um sete cordas que avançou muito além do choro, e hoje é um músico amplo, com um talento que o torna sucessor direto de Dino.

O primeiro CD dele, “Alessandro Penezzi” apenas é um clássico para se guardar em casa, um desses CDs em que o gênio desabrocha em sua plenitude.

Aqui você ouve , composição de Alessandro em que faz uma dupla inesquecível com o violão do Zé. Repare no balanço, no sincopado extraordinário de Alessandro no início, com o Zé segurando no bordão.

Aqui você ouve “Amigos do Samba”, de Waldir Azevedo. O gênio de Alessandro encontra-se com o gênio do Charles da Flauta, o que poderia ter sido o maior flautista da história, mas ainda conservando a técnica espontânea que encantou de Baden a Júlio Medaglia. Um momento inesquecível para curtir Alessandro e, principalmente, o grande Charles, o anjo precoce que não aconteceu. O sopro dele é emocionante, qualquer que seja o ritmo, o balanço.

Aqui tem uma faixa com Yamandu, de matar.

PS 1 – Já estou ouvindo pela terceira vez. É daqueles CDs que marcam a música.

PS2 – Para baixar as músicas, clique no link. Aparece o site o RapidShare. Clique no FREE (ou no Premium, que é mais rápido, mas aí custa 10 euros por mês). Na página seguinte, vá até o pé que tem o link para a música.

Luis Nassif

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