Ouça, na voz de Silvio Caldas

Por Tamára Baranov

Em 1957, começaram os desentendimentos entre Maysa e André Matarazzo, pois Maysa estava certa de que queria se tornar uma cantora profissional, porém André não concordava com a opinião da mulher, dizendo que o nome dos Matarazzo seria manchado. No mesmo ano, Maysa aceitou uma proposta para apresentar um programa semanal de televisão no canal Record. A estréia do programa foi ao ar no dia 13 de março de 1957, dia 13 porque foi uma exigência feita por Maysa por considerar seu número de sorte.  André perdeu o controle da situação e deu um ultimato a esposa, ou ela optava pelo casamento ou pelos microfones e a resposta veio em forma da canção ‘Ouça’ de sua autoria. O casamento ainda duraria alguns meses, porém ficava cada vez mais difícil esconder as desavenças que aconteciam em público.

Sílvio Caldas, o caboclinho querido, expõe toda a dor e angústia de ‘Ouça’ no disco ‘Grandes sucessos com Sílvio Caldas’ de 1974. Silvio Caldas era amigo do pai de Maysa. Foi ele quem a ensinou a tocar violão.

 

  • Ouça, vá viver / Sua vida com outro bem / Hoje eu já cansei / De pra você não ser ninguém / O passado não foi o bastante / Pra lhe convencer / Que o futuro seria bem grande / Só eu e você / Quando a lembrança / Com você for morar / E bem baixinho / De saudade você chorar / Vai lembrar que um dia existiu / Um alguém que só carinho pediu / E você fez questão de não dar / Fez questão de negar
Redação

4 Comentários

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  1. Não foi facil chegarmos onde

    Não foi facil chegarmos onde estamos. Quem diria nos 50 que teriamos uma mulher presidente apenas algumas décadas mais tarde ? Tenho muita admiração pelas pioneiras. 

    1. Não foi fácil Maria Luisa.

      Não foi fácil Maria Luisa. Vivi parte dessa loucura machista e que ainda vemos por aí. Nos anos 70 fui discriminada por ser uma mulher desquitada, fui barrada na porta do edifício pelo porteiro a mando da mãe de uma colega de classe quando combinamos fazer um trabalho em grupo. Saí atordoada. Vivi apenas um pedacinho do que deve ter sido a vida de torturas de Maysa e principalmente de Dalva de Oliveira com o imbecil Herivelto Martins e suas matérias mentirosas que difamavam a moral de Dalva e publicadas pelo não menos imbecil jornalista David Nasser alegando que ela não possuía uma boa conduta moral para criar os filhos. Hoje, temos aí a Dilma, que muito admiro, e também difamada por imbecis. E assim caminhamos à passos de formiguinhas, mas destemidas.

      Um grande abraço.  

    1. Adoro Cartola….

      Adoro Cartola, o meu predileto. Não tem como não gostar depois de ouvir ‘Disfarça e chora’. 

      Fui atrás para saber de quem era a tela: Evgeny e Lydia Baranov que eu não conhecia. Definitivamente não são meus parentes…rs…

      O interessante é que o casal pinta junto, ao mesmo tempo, na mesma tela. Taí uma bela dica para uma postagem. Agradeço jns. Beijão. 

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