Regente brasileiro grava CD com a Sinfônica da Venezuela, por Carlos Motta

Dimitri Cervo (foto) lança o seu segundo CD, "Música Sinfônica", reunindo obras compostas entre 1998 e 2012.

Regente brasileiro grava CD com a Sinfônica da Venezuela

por Carlos Motta

Resultado dos trabalhos para um concerto autoral na série internacional da Orquesta Sinfónica de Venezuela, em Caracas, o compositor e regente Dimitri Cervo (foto) lança o seu segundo CD, “Música Sinfônica”, reunindo obras compostas entre 1998 e 2012. Sob condições políticas e sociais delicadas, o disco foi gravado por Danilo Alvares, engenheiro de som vencedor do Grammy Latino em 2017, pelo disco “Fiesta”, com o maestro venezuelano Gustavo Dudamel. O CD “Música Sinfônica” já se encontra nas plataformas digitais, e em duas semanas recebeu mais de 12 mil audições no Spotify.

O álbum é fruto da vivência de Dimitri Cervo com os músicos da orquestra e com diversos personagens da sociedade venezuelana, no contexto de um país assolado por uma crise econômica e social. A importância e solidez do movimento El Sistema, projeto visionário criado pelo maestro José Antonio Abreu (1939-2018), fez os grupos orquestrais serem disseminados por toda a Venezuela, tornando-os laboratórios para o desenvolvimento de milhares de jovens, fazendo da música clássica um patrimônio de toda a sociedade. O sucesso desse projeto chamou a atenção do mundo. “Ao trabalhar com um grupo no qual os integrantes são oriundos do El Sistema pude sentir a força do legado do maestro Abreu: indivíduos imbuídos do espírito de comunhão, interdependência e solidariedade através da arte”, diz Cervo.

O álbum se inicia com “Abertura Brasil 2012 Bis”, obra estreada pela Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Leandro Carvalho, e uma das composições mais executadas do compositor. Para essa nova versão, Cervo se inspirou nos aperfeiçoamentos que Beethoven realizou em sua abertura “Leonora nº 3”.

“Canauê”, criada em 2007, é a nona e última obra da Série Brasil 2000, conjunto de obras para diversas forças instrumentais, na qual o compositor realiza uma síntese estética de elementos da música brasileira e do minimalismo.

O Concerto para Flauta e Cordas é a quinta obra da Série Brasil 2010, dedicada a concertos solistas com orquestra de cordas, de câmara ou sinfônica, com estética hibridizada a partir de diversas influências.

“Brasil Amazônico” é a obra que inaugura a Série Brasil 2000, e foi apresentada pela primeira vez pelo maestro Isaac Karabtchevsky e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

Encerra o CD “Toronubá”, criada no ano de 2000, foi escrita em memória aos índios brasileiros que resistiram à invasão europeia a partir de 1500. Foi estreada na versão para orquestra de câmara pelos maestros Lutero Rodrigues e Guilherme Mannis, e, em 2011, Cervo realizou a versão para grande orquestra, tocada pela primeira vez pela Orquestra Municipal de São Paulo, com regência de Wagner Polistchuk.

Nascido em 1968, Dimitri Cervo é autor de obras multifacetadas como “Toronubá”, “Renova-te” e “Abertura Brasil 2012”, e um dos mais inventivos e destacados compositores da atualidade. A sua atuação abarca a composição e, como intérprete de sua obra, a regência e o piano. Em sua trajetória destacam-se estreias e reapresentações de obras como “Abertura Brasil 2012” e “Abertura Rio 450 Anos”, pela Orquestra Sinfônica Brasileira, o “Concertante para Tímpanos” e a “Abertura Rio 2014”, obras encomendadas pela Orquestra Petrobras Sinfônica, e “Toronubá”, na turnê nacional da Sinfônica de Sergipe.

Em 2015 a “Abertura Brasil 2012” foi apresentada no Festival de Campos de Jordão e na Sala São Paulo, sob a regência de Isaac Karabtchevsky. Em 2017, o compositor regeu “Toronubá” conduzindo a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, e realizou, ao piano solista, a estreia da “Rapsódia Maracatu”, para piano e orquestra, obra encomendada pela Funarte para a XXII Bienal do Rio.

Em 2018, realizou um concerto autoral com a Orquestra Sinfônica da Venezuela, em Caracas, oportunidade na qual gravou o recém-lançado álbum “Música Sinfônica”. Ainda em 2018, as obras “Toro-Lobiana” e “Abertura Brasil 2012” receberam as suas estreias norte-americanas pelo BoCoCelli, grupo de cellos do Conservatório de Boston, tendo sido também apresentadas em Viena e Seul. Em 2019, a sua obra “Paisagens Brasileiras” foi encomendada e apresentada no Salem Music Festival, NY.

Dimitri Cervo realizou os seus principais estudos musicais de piano, composição e regência, no Brasil (UFRGS), Itália (Accademia Chigiana) e Estados Unidos (University of Washington).  Desde 2006 é professor associado do Departamento de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. (Informações da assessoria de imprensa do artista)

Ouvir online – https://open.spotify.com/album/3JryDxrpTBgCGy4K3zXuVq

 

CD físico disponível na Loja Clássicos http://www.lojaclassicos.com.br/

Redação

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