Samba da Laje abre os trabalhos esse ano com Pedrinho da Flor, por Augusto Diniz

Samba da Laje

Samba da Laje abre os trabalhos esse ano com Pedrinho da Flor

por Augusto Diniz

A tradicional roda do Samba da Laje recomeça as atividades neste domingo (13/1), a partir das 14h, tendo como convidado o sambista Pedrinho da Flor – mais informações aqui.

Em 2019 a roda da Comunidade do Samba da Laje vai para o seu 22° ano de realização. A roda começou com a comida feita pela Tia Nerosa (falecida em 2017) para sua família onde acabava em samba, numa casa em uma pequena rua íngreme sem saída no bairro Vila Santa Catarina, na Zona Sul da capital paulista – é nesse mesmo local que ainda ocorre o Samba da Laje.

A entrada é gratuita nas rodas que acontecem sempre no segundo domingo do mês, e pede-se contribuição voluntária de 1 kg de alimento não perecível para serem doados. O samba se divide entre músicas autorais do grupo e composições marcantes do gênero.  

Os componentes hoje do Samba da Laje são: Daniela, Ana Paula e Márcia (pastoras), Juninho (banjo e voz), Tim Maia (Cavaco e voz), François (Violão), Gilson (tantã), Thiago e Pedro (pandeiro), Murilo (repique de mão), Leandro Veloso (tantã) e Tadeu (cuíca).

Daniela Oliveira Silva, uma das pastoras do grupo, é também produtora do Samba da Laje há cerca de oito anos. Sobrinha da Tia Nerosa, ela frequenta a roda desde que surgiu e ocorria realmente na laje da casa, nas festas da família, quando o grupo de samba de seu pai lá tocava – hoje, a roda acontece na rua em frente a casa.

A pastora conta que o grupo ainda pensa em gravar seu primeiro CD ou DVD – apesar de ter participado de várias gravações, o registro só do grupo ainda não saiu.

“Participamos de eventos com outras comunidades. Na região não tem muita coisa. Nossa roda é uma oportunidade de se divertir, ouvindo boa música e conhecendo sambista que acabam indo lá”, conta ela sobre uma das primeiras comunidades de samba de São Paulo. Daniela ressalta ainda os trabalhos comunitários desenvolvidos pelo projeto em datas especiais ao longo do ano.

Neste primeiro evento do ano do Samba da Laje, Pedrinho da Flor, sambista do Rio convidado para se apresentar na roda, comemora 40 anos de carreira. Pedrinho da Flor é cantor e compositor da geração do Cacique de Ramos, que ficou menos conhecido do que muitos dos seus colegas daquele período, mas é também possuidor de talento musical no samba.

Pedrinho da Flor começou a se envolver com a música por meio de bloco carnavalesco e logo depois migrou para ala de compositores de escolas de samba. Teve músicas gravadas por outros sambistas.

O músico integrou o clássico LP Raça Brasileira (1985), uma coletânea que lançou na época alguns nomes do samba, incluindo (além de Pedrinho da Flor) Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Elaine Machado e Mauro Diniz. A apresentação de novos artistas em uma coletânea tem o nome no mercado fonográfico de pau-de-sebo, onde dali espera-se que pelo menos um artista se destaque no lançamento – e foi o que ocorreu com Zeca Pagodinho nesse LP. Pedrinho da Flor depois chegou a lançar alguns discos solos.

Redação

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