Aquiles Rique Reis
Músico, integrante do grupo MPB4, dublador e crítico de música.
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Suavidade, seu nome é Anna Setton, por Aquiles Rique Reis

Hoje, ela lança o seu primeiro disco, trabalho independente, no qual, pela primeira vez, canta composições próprias

Suavidade, seu nome é Anna Setton

por Aquiles Rique Reis

Anna integra o seleto grupo de cantoras sempre apontadas como novas, mas que, no entanto, são profissionais tarimbadas, com anos de experiência na estrada. Com mais de 14 anos dedicados à música, Setton cantou na noite paulistana (sempre uma grande escola de aprendizado) e também ao lado de Toquinho.

Hoje, ela lança o seu primeiro disco, trabalho independente, no qual, pela primeira vez, canta composições próprias. A produção musical do craque Swami Jr. valoriza os atributos incomensuráveis de Anna Setton.

Com um núcleo instrumental enxuto, os arranjos do compositor e pianista Edu Sangirardi ganham balanço e picardia. Anna agradece… já que sua interpretação corresponde à intensidade do instrumental.

Uma virada da batera (Jonatas Sansão) entrega para os vocalises de Anna em “Baião da Dora” (Edu Sangirardi e Anna Setton) – um chamamento à vida para sua filha. O suingue do piano (Sangirardi) com o violão (Vinicius Gomes) é quente.

“Dora” (Edu Sangirardi e André Goldfeder) é outra homenagem à filhinha de Anna. O que faz com que amor e simplicidade brotem do peito da mãe/mulher.

“A Lenda do Abaeté” (Dorival Caymmi) tem arranjo que mistura levadas. O contrabaixo (Bruno Migoto) segura a onda. Anna arrasa.

Em “Estrela da Letra” (Sangirardi e André Goldfeder) a guitarra (Vinícius Gomes) incrementa o suingue. Anna impressiona ao cantar as notas muito agudas da melodia… meu Deus!

Já que usei um substantivo abstrato e elogioso como “suavidade”, presente no título, alguns outros poderiam também terem sido utilizados por mim: “criatividade”, “modernidade”, “afinação”, já que todos estão presentes no CD de Anna Setton.

Num exercício imaginário, simularei o diálogo do “desconfiado diqueiro” (o que dá dicas) com os substantivos que ganham nomes próprios.

Diqueiro: Será que vocês não protegeram Anna Setton mais do que a outras cantoras?”

Criatividade: Olha só, diqueiro, simplesmente Anna já esbanjava recursos, nós só fizemos lapidar a pedra preciosa que tínhamos à mão.

Diqueiro: Sim, dona Criatividade, mas o que dizer quanto a dedicar mais atenção a uma cantora do que às outras?

Beleza: Pois saiba que tanto Criatividade como todas nós só transmitimos os nossos borogodós para quem achamos merecedor – exatamente o caso da Anna.

Diqueiro: Vocês sacaram o amor e a liberdade, presentes nos versos compostos por ela; ouviram a maravilha que é sua voz… e decidiram-se por premiar Anna com a soberana ventura de ser genial? Sim! Porque só com ajuda “divinal” uma cantora pode expandir seus inúmeros predicados.

Suavidade: Para além do que ela já tinha de ótimo, nós requintamos o que deveria ser desenvolvido. O que é o caso da Setton: sua voz é como um raio de luz alumiando o céu da boca. E papo reto: “Perdeu playboy!”

Agora, sem brincadeira, Anna Setton, além de uma personalidade marcante, é, de fato, uma ótima cantora e compositora, merecedora de todos os substantivos abstratos/elogiosos que houver nos dicionários.

Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4

Aquiles Rique Reis

Músico, integrante do grupo MPB4, dublador e crítico de música.

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