Calango Dela – Celso Adolfo
Ouvi no rádio um tal cantor
Cantando um tal de mambo
Agora aqui quero contar nesse calango
Que eu pensei foi nela
Lembrei foi dela
Eu sou franzino e a vida sabe
Que eu sou diminuto
Eu só cresci meio metro
De um pé de arbusto
Quero te alembrar
Que esse calango é dela
Eu não sou de ficar prá trás
Eu não sou de chiar canela
Eu tenho a vida
E dela eu monto sentinela
Então, não como rapa, pá de gamela
Eu canto por meia tigela
Da presença dela
Estrela bela que caía na janela
Brilhava a minha vida
Meu amor brilhava nela
Eu decifrei dizer que o amor
É touro marroeiro
Quando ele pisa dói
na vida o ano inteiro
Por ela tô cantando
O meu luar de seresteiro
De noite tô sem ela
Igual que nem sem travesseiro
Sem ela sou pedaço
Da metade do inteiro
Eu sou franzino e a vida sabe
Que eu não sou doutor
Que eu sou menino
Lambuzado desse amor
Que foi prá não voltar
Não voltou nem me levou
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Artista
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Do site oficial do Celso Adolfo
“remanso de rio largo” – 2019
CELSO ADOLFO
Mineiro de São Domingos do Prata, o violonista e compositor Celso Adolfo estreou em 1983 com o LP CORAÇÃO BRASILEIRO, produzido por Milton Nascimento. Em 2019 chega ao nono disco de carreira, lançando o cd REMANSO DE RIO LARGO.
“Remanso de rio largo” é verso da última estrofe de uma canção que o personagem Siruiz cantou no meio do bando do Hermórgenes e que está no Grande Sertão: Veredas. Virando nome deste cd, REMANSO DE RIO LARGO tem 16 músicas inspiradas no livro “Sagarana”. Histórias que saíram dos povoados interioranos entraram no livro pelas mãos de Guimarães Rosa. Neste cd, as histórias saem das páginas escritas e voltam ao mundo na forma de música.
Celso Adolfo começou a compor este trabalho em abril de 2012, por ocasião da inauguração do Museu Sagarana, em Itaguara (MG), que foi criado para ressaltar e proteger a memória do Guimarães Rosa, cujas carreiras de médico e de escritor tomaram forma nos dois primeiros anos da década de 1930 naquela localidade.
Exatos sete anos depois, em abril de 2019 a chegada da tiragem (única) de 3 mil exemplares fechou o ciclo deste trabalho.
A ideia inicial era recontar os contos do livro, mas isso se restringiu às novelas Corpo fechado, Duelo e Sarapalha. Ao reconta-las, o compositor manteve íntegros os seus assuntos e personagens, incorporando citações do livro ao que compunha.
Por ser mineiro interiorano e “pratiano” (gentílico de quem é de São Domingos do Prata), o compositor criou canções que guardam relação com os ambientes do livro, mas que não são histórias contadas ali. Fraseou a seu modo, mas deixando claro o quanto as almas interioranas pratianas e sagaranas guardam parentescos, mesmo vivendo distantes entre si nas muitas Minas que há.
Ao separar as quadrinhas ao longo do livro, Celso Adolfo formou novos conjuntos para os quais criou melodias, tornando-os composições independentes.
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Sempre um papo. Com Celso Adolfo. 07.06.2019
https://www.youtube.com/watch?v=nmxVunujxMQ
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CD Remanso de Rio Largo na íntegra
https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mZLFff8rldMkF7PYMSYxHu_zjRe1uhCwU
Se eu não estiver enganado, o Celso é um cantor mineiro. As canções Coração Brasileiro e Azedo e Mascavo foram gravadas pela Elba Ramalho.
Celso Adolfo canta maravilhosamente a canção “Nós Dois”. Serve como apoio pra esses dias obscuros, Nassif.
Além deste forró mineiro (calango), há músicas belíssimas neste álbum, como “Depois do Amor”.
Além deste forró mineiro (calango), há músicas belíssimas neste álbum, como “Depois do Amor”.
Vai, aí, o “link” de “Depois do Amor” no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=FSYRUXrnKCY.