A cooptação pelo Twitter de um senador supostamente indeciso

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Quem não acompanhou a entrevista que o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) cedeu à reportagem da GloboNews, essa semana, não perde nada se conferir as redes sociais. Ativa no Twtter, a equipe de Temer destacou os principais trechos – e pérolas – do interino.

A começar pela tentativa de sustentar que não tem se encontrado com senadores, pois não está “fazendo campanha” pelo impeachment. Rodada de perguntas a frente, Temer cita o encontro com Cristovam Buarque (PPS), um dos senadores que se dizem em cima do muro em relação à volta de Dilma Rousseff (PT).

Temer não só lembrou do jantar a sós, nos primeiros dias de junho, com Cristovam Buarque, como também jogou uma isca para motivar o popular-socialista a pender para o lado do impeachment: disse que além de manter programas sociais “exitosos”, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, pretende acolher a sugestão do senador, e federalizar a educação primária para torná-la de melhor qualidade.

Desde que assistiu ao desmonte do Estado criado no passado pelas gestões petistas, Cristovam passou a declarar que pode mudar de ideia na última votação do processo de impeachment. Disse, mais recentemente, após conversas com o governo interino, que “o conjunto da obra” vai fazê-lo decidir.

Não foi só para Cristovam que Temer tentou mandar um sinal durante a entrevista. O interino também fez questão de demonstrar que não tem problemas com o senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado.

Em outros tweets, é possível ver Temer repetindo argumentos já desconstruídos sobre seu governo, como o de mulheres não devem fazer parte do primeiro escalão apenas por serem mulheres – uma resposta dada àqueles que criticaram a falta de atenção à diversidade de gênero e raça na composição dos ministérios.

No resto da entrevista, Temer demonstrou-se muito confortável com o poder em mãos. Disse que muita gente votou na chapa petista à presidência porque ele era o vice. Afirmou que comporta-se como definitivo, e não interino. E explicou porque sentiu-se à vontade para podar o uso de aviões da presidente afastada. Além de, claro, ter cometido o ato de chamar impeachment de “golpe”.

 

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Eu sei que Cristovam nao eh

    Eu sei que Cristovam nao eh exatamente a moeda mais brilhante do banco, mas ele ja ouviu falar que o (Debaixo da) Ponte pro Futuro de Temer sugere reduzir os numeros de beneficiados do BF em 95 por cento?

  2. Buarque

    Será que o Senador é TOLO o suficiente para acreditar? Serão ou não BALELAS do Termer(oso)?

    Se seu sobrenome tiver qualquer reflexo, não pode ser cooptado por promessas sem fundamentos.

    Ora, Cristóvan!!!

  3. Curiosidade

    Estou curioso por saber quem redige as mensagens no twitter para esse mordomo de filme de terror fedendo a mofo, esse traidor-golpista-usurpador que tomou de assalto o Executivo Federal por meio de um golpe midiático-policial-judicial-parlamentar. Por acaso é o porta-voz informal Jorge Bastos Moreno?

  4. Todo corrupto tem seu preço

    O Senador Hélio Gambiarra (PMDB-DF) pediu a Temer a presidência de Itaipu e diretoria do BB para votar pelo impeachment (http://goo.gl/AxTNgH). Outros supostos indecisos, como Romário, já encostaram a barriga no balcão do Golpe. É o goveno do baixo clero, o governo dos 300 picaretas.

    Com Cristóvam Buarque não será diferente.

  5. Golpista burro

    Temer vive dizendo que o Golpe não é Golpe.

    Aí escreve que Dilma não pode usar o avião da FAB para denunciar o Golpe.

    Vai ser burro assim no Jaburu que o parta!

  6. O Impitiman só deve ser

    O Impitiman só deve ser aprovado se houve crime e como não houve nenhum crime de responsabilidade não deve passar, então, o voto dos senadores deve ser apoiado unicamente neste fato.

    Qualquer senador que estiver negociando voto é golpista e assim deve ser tratado para sempre!

    Uma opinião: porque os 30 senadores que reuniram-se com o Requião não assinam hoje mesmo um termo de comprometimento indicando o voto contra o golpe? E que publiquem e divulguem este documento, acaba logo de uma vez com toda esta pataquada!! ou estão negociando ainda.

  7. Cristovam Buarque esta lá

    Cristovam Buarque esta lá preocupado com programas sociais? Golpista e hipócrita essa messalina vai dar o voto pro impeachment sob qualquer condição. A outra Messalina pelo menos dava o que era dela.

    1. Não resisto a um plágio: [A

      Não resisto a um plágio: [A miséria, a dor, e “aquilo que era dela”, quanto mais compartilhados, mais aumentam]

  8. Comporta-se como se fosse

    Comporta-se como se fosse presidente definitivo porque é um cara de pau e sabe que comprando os votos sua permanência será garantida!

    Cara de pau é pouco, isso é um verdadeiro facínora! Pobre Brasil que bate panelas em horas erradas.

  9. Cristovam, até prova em

    Cristovam, até prova em contrário, não é indeciso, e sim ressentido com o PT.

    Duvido que ele vote contra o impeachment.

  10. Cristovam, até prova em

    Cristovam, até prova em contrário, não é indeciso, e sim ressentido com o PT.

    Duvido que ele vote contra o impeachment.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador