Jornalista, mestre em História Social, pesquisador de História da mídia e blogueiro
Me dirijo à orla para uma corrida. Paro o carro no estacionamento do Jardim de Alá e me deparo com uma guardadora de automóveis vestida devidamente com a farda do sindicato da sua categoria.
– Bom dia, senhor, são R$ 6 o valor da cartela
Seis reais? Pergunto um pouco indignado
– Sim, é esse o valor da cartela, responde a moça
Desse valor, quanto fica para vocês?
– Ficamos com R$ 1,30
Só isso?
– Só. A Prefeitura fica com R$ 4,70 e aquele sindicato vendido compactua com essa exploração. Pra o senhor ter uma ideia, o secretário Aleluia, aquele “esperto”, ganhou os caras. Ele pediu 700 cartelas e eles mandaram mil! São uns vendidos!
O diálogo acima quer dizer muita coisa. O custo de se regular a função de flanelhinha – medida que sempre achei correta – é que remete à lógica mais hipócrita do prefeito ACM versão Neto. Aos fatos. Neto e seu partido, o DEM(o), arrotam em todos os fóruns contra a “excessiva” carga tributária cobrada no país. Claro, defendendo os interesses da Fiesp, CNA, CNI e outros parceiros econômicos.
Na Prefeitura de Salvador, enquanto adoça a boca da classe média com bicicletinhas com chips, prepara violenta escorcha tributária à própria. As elevações dos tributos chegarão até 500%! Até aí, tudo bem, quem pariu o monstro que balance. Mas esse poder público que explora violentamente os flanelinhas é o mesmo que alivia para a Seteps e os incorporadores imobiliários.
A sanha arrecadadora do prefeito não tem limites. Com os pequenos, registre-se. Fazendo uma gestão-maquiagem, o neto do Mussolini de província espera tirar Salvador do buraco numa operação Robin Hood às aversas, expropriando de quem não tem.
No mais, prossegue sua operação engana-trouxa com a assessoria da Rede Bahia.
Leia também! Entrevista com Zeca Peixo no Observatório da Imprensa:
A interferência do poder econômico e político na ética jornalística e o interesse público. A credibilidade de A Tarde, do Correio, da Tribuna da Bahia e demais veículos no país. A distribuição gratuita dos jornais impressos, o fim do jornal impresso no Brasil com o advento do jornalismo online, o jornalismo de mercado, as posturas mais antiéticas cometidas pelas grandes empresas de comunicação brasileira com relação ao profissional de mídia e a veiculação da informação, a participação cidadã na qualidade informativa, a morte do Estadão e outros assuntos num diálogo com o jornalista, mestre em História Social, pesquisador de História da mídia e blogueiro Zeca Peixoto.
“Nossos jornais divergem pouco no quesito diversidade”
Antonio Nelson – Os jornais são reféns dos anunciantes? Como você avalia o jornalismo baiano?
Zeca Peixoto – De alguma forma, esse é um fenômeno que tangencia o jornalismo… Confira: Observatório da Imprensa
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