Advogado ironizado por professora em aeroporto diz que está “tomando providências”

Do G1

Advogado ironizado por professora no Rio pensou que fosse ‘gozação’

Educadora postou foto questionando roupa: ‘Rodoviária ou aeroporto?’. Marcelo Santos contou que voltava de um cruzeiro internacional.

10/02/2014 07h04 – Atualizado em 10/02/2014 11h33

Lívia Torres
Do G1 Rio

Acima, o post da professora universitária que provocou revolta nas redes sociais; abaixo, Marcelo Santos aparece com a camiseta regata que foi ironizada (Foto: Reprodução/Facebook)

Acima, o post da professora universitária que provocou revolta nas redes sociais; abaixo, Marcelo Santos aparece com a camiseta regata que foi ironizada (Foto: Reprodução/Facebook)Acima, o post da professora universitária que causou revolta nas redes sociais; abaixo, o advogado Marcelo Santos aparece ao lado de estátua de Drummond com a camiseta ironizada (Foto: Reprodução/Facebook).

O homem ironizado por uma professora nas redes sociais, pelo fato de ter vestido camiseta regata e bermuda no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, disse que, ao ver sua foto circular na internet, pensou que fosse uma montagem ou “gozação” de amigos. Na publicação, o advogado mineiro Marcelo Santos era retratado ao lado da pergunta: “Rodoviária ou aeroporto?”

O comentário feito pela professora Rosa Marina Meyer, docente do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e diretora da Coordenação Central de Cooperação Internacional da universidade, chegou até a página do Facebook da personagem “Dilma Bolada”, na qual foram feitos quase 11.300 compartilhamentos entre quinta-feira (6) e a manhã desta segunda (10).

Para os internautas, o post da educadora foi preconceituoso. Na própria quinta-feira, ela divulgou um pedido de desculpas na web.

“Sabedora do desconforto que posso ter criado com um post meu publicado ontem (quarta-feira) à noite, peço desculpas à pessoa retratada e a todos os que porventura tenham se sentido atingidos ou ofendidos pelo meu comentário. Absolutamente não foi essa a minha intenção.”

Na ocasião da foto, o advogado voltava de uma viagem internacional de cruzeiro que teve o Rio de Janeirocomo destino final. Ele passou o dia passeando pela cidade, quando tirou uma foto com a estátua de Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, na Zona Sul, pouco antes de ir ao aeroporto e embarcar em um voo para Minas Gerais.

“Eu estava em uma reunião, e uma advogada que trabalha comigo veio dizer que tinha uma foto minha circulando na internet. Inicialmente, achei que fosse montagem, ‘gozação’ dos meus amigos que tinham viajado comigo. Quando percebi, fiquei indignado ao perceber que eram pessoas da [área de] educação conversando entre si. Na página da Dilma Bolada, vi que o pessoal estava todo do meu lado, contra aquela postura preconceituosa dela [professora], e vi que aquilo tomaria proporções enormes. Minha família não gostou nada disso, a noite foi muito difícil para dormir, não só em relação à minha situação, mas é decepcionante ver que pessoas ligadas à nossa educação têm essa postura em relação ao cidadão”, afirmou.

Página foi criada para ironizar atitude de professora que criticou trajes de homem no aeroporto do Rio (Foto: Reprodução / Facebook)

 

 

 

 

 

 

 

 

Página foi criada para ironizar atitude de professora que criticou trajes de homem no aeroporto do Rio (Foto: Reprodução / Facebook)Página foi criada para ironizar atitude de professora
que criticou trajes de homem em aeroporto do Rio
(Foto: Reprodução/Facebook)

Marcelo disse que já localizou a professora e todas as pessoas que comentaram a publicação dela com falas preconceituosas. O advogado diz que, se pudesse dar um recado a ela, pediria que revisse seus conceitos.

“Como educadora, ela está dando péssimo exemplo de cidadania e profissão. Pelo que eu estou vendo, o pessoal está indignado não só pelo Marcelo [ele está falando de si na terceira pessoa], mas todo mundo se sente essa pessoa naquela situação. Ela não ofendeu o Marcelo em si, mas quem estava no aeroporto, como se fosse impossível. Ela simplesmente criticou o traje da pessoa, e sabemos que no Brasil todo mundo está sujeito a usar isso. Estou muito indignado pela situação, foi ridículo. Estamos tomando as providencias no escritório e temos os dados de todos [envolvidos na polêmica]”, apontou.

Desabafo nas redes

Em seu perfil no Facebook, Marcelo escreveu um texto de desabafo. “Boa tarde. Gostaria de agradecer as mensagens calorosas dos amigos, neste momento. Na oportunidade, informo que estava chegando de viagem de um cruzeiro internacional e tinha conhecimento do calor que estava no Rio de Janeiro, ocasião em que estava com trajes casuais. Ademais, por estar de férias, no Rio de Janeiro, não tinha por que estar usando terno e gravata apenas para usar um meio de transporte. Informo, também, que os comentários infelizes das pessoas na página do Facebook já estão sendo alvo de análise pelos meus colegas do escritório e, certamente, serão tomadas as medidas legais. É lamentável perceber que isso partiu de pessoas ligadas à educação de nosso país. Com efeito, apenas vem descortinar o preconceito existente por muitas pessoas que se julgam melhores apenas por questão de aparência.”

Uma página criada na rede social, na sexta-feira (7), ironizou a atitude da educadora. A descrição do perfil diz: “A professora da PUC-RJ que odeia viajar de avião com quem usa regata, bermuda e tem cara pobre, pois pra viajar com ela, é preciso ter glamour”.

Luis Nassif

46 Comentários

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  1. Por favor, amigo, não deixe

    Por favor, amigo, não deixe isso passar. mais do que um direito seu, agora é um dever, em nome de todos aqueles que sofrem “Bullying” social!

    Isso se tornou maior que você. Não desista, vá em frente, até o fim!!!!!!

  2. A pior decisão é esta, a de

    A pior decisão é esta, a de processar. Esqueça o incidente senhor advogado, a mulher já pagou por todos os pecados. A vergonha maior é que a gaja é professora universitaria, provavelmente cheia de si. O que ocorreu é muito pior do que uma eventual reparação . 

    1. Arrogância pouca é bobagem

      Realmete, o título é espantoso. Ou o preconceito espanta por vir de onde veio, de pessoa diplomada. Ah, a maldição do canudo, a arrogância daqueles que se acham. Quando li, pensei que o precoceito era de uma dondoca, rica dona de casa ou vizinha da Danuza Leão que, na Folha, escreveu que viajar de avião já nõ tinha mais glamour porque podia encontrar o zelador ou porteiro do prédio fazendo check in. A culpa é do Lula que fez com qur a maioria do povo possa viajar de avião. E sem glamour. Mas será que a professora ou educadora pediria desculpas caso o sujeito não fosse um advogado? Tenho minhas dúvidas.

  3. A lei do contra

    A professor foi dar o contra e levou outro mais forte ainda.

    Lei do contra.

    “Todo contra será respondido com outro contra de mesma direção, intensidade e sentido contrário”

    Para finalizar, eu diria a professora,

    “Então tome!”

     

  4. Olha, esse assunta já foi

    Olha, esse assunta já foi longe demais.

     

    Não foi a professora quem colocou a imagem na capa de jornais nem aqui no blog do nassif. Ela colocou em sua página pessoal.

    Vamos com calma. Uma piadinha maldosa e pronto, o mundo acabou.

    Calma lá.

    1. Aí que tá

      Já falei isso aqui no blog, falarei de novo e infelizmente pouquíssimas pessoas se dão conta disso: independente de qualquer tipo de controle de acesso aplicado em conteúdo digital, é absolutamente impossível controlar com exatidão quem possui acesso ao que você coloca na rede.

      No caso do facebook então, piorou, pois nele um usuário está conectado a todos os outros através dos amigos em comum (lembremos da teoria dos seis graus de separação, por exemplo), entre outras coisas. Neste caso, portanto, a chance de impossibilitar o acesso de qualquer pessoa a alguma coisa é zero.

      Concordo que uma página pessoal deveria ser passível de uma certa privacidade, mas na prática isso não existe. Só bom senso e auto-policiamento na hora de publicar pode evitar esse tipo de repercussão terrível.

       

  5. Ai, que pena que o “de

    Ai, que pena que o “de bermudas” não é um legítimo representante das classe “c” ora emergente… Não vai dá para engendrar luta de classes aí não.

     

  6. Tempestade num copo d’água

    Com o devido respeito aos colegas, isso só tem repercussão em Minas e em São Paulo. Aqui no verão do Rio não há menor condição de ir a qualquer lugar sem bermuda e sandália de dedo. Por essa ótica, então todo mundo é pobre.

    Ela foi infeliz, pediu desculpas. Ponto final.

      1. aconteceu no Rio..

        aconteceu no Rio, a professora é da UERJ e o Reitor, sim senhores até um Reitor a apoiou no facebuquistão, tb é do UFRJ..esse comportamente não é localizado, está espalhado no país inteiro e a tal classe “mérdia” brasileira..lembram do vídeo da Marilena Chaui sobre a aberração dessa classe? 

        1. A professora é da PUC, não da

          A professora é da PUC, não da UERJ, se não me engano o reitor não é da UFRJ, de repente o fotografado passou a ser chamado só de advogado, como quem diz : rá, é da mesma classe, agora a cidadã vai ver o que é bom pra tosse, etc e tal.

          A professora foi preconceituosa, sim, o site dilma bolada é meio oportunista, mas se tem público, palmas pra ele, desde que não exagere na patrulha.

          E cacilda, porque aquela perua foi parar na vaga da Marilena Chauí, meus santos?. Agora essa conversa de abominação vai até o fim dos séculos. E por falar nisso, a que “classe” pertence a professora Chauí?

          Realmente, cansaço,  muito calor .

  7. Se fosse uma estudante

    Se partisse de uma estudante, seria uma piada de mal gosto, sem importância. Mas veio de uma professora. Não perdoo. Sou professor e tenho uma tremenda atenção com o que posto. Não cabe molecagem em conta de professor porque nossos alunos estão muito mais antenados no face que na sala de aula.

  8. quando eu era garoto, quando

    quando eu era garoto, quando tinhamos que ir ao centro da cidade, que chamavamos de  “A Cidade”, mesmo para uma simples compra ou pegar algum documento, colocavamos roupas boas e iamos como se fossemos para um evento medianamente importante!  Eramos crianças bobas, numa epoca inocente,  hoje com esse calor infernal, somente pessoas com a mente arcaica como essa professora para questionar um homem de bermudas no aeroporto no torrido Rio de Janeiro, certamente e alguem que não aceita os pobrinhos usando aviões ou comprando carros zero quilometro!

     

    1. Look aeroporto

      Qdo morei no CentroOeste, cansei de ver mulheres no aeroporto vestidas com botas, cachecóis e calças e veludo…num calor de quase 4 graus.

      Creio que essa professora tb acha que pra “pegar avião” tem que ter um look Roma, Milão.

      Glamour em aeroporto só em cabecinhas bem fraquinhas.

      Me faz lembrar que aqui no interior de SP, qdo alguém aparecia de terno já se perguntava:

       Vai telefonar prá São Paulo?

  9. quando eu era garoto, quando

    quando eu era garoto, quando tinhamos que ir ao centro da cidade, que chamavamos de  “A Cidade”, mesmo para uma simples compra ou pegar algum documento, colocavamos roupas boas e iamos como se fossemos para um evento medianamente importante!  Eramos crianças bobas, numa epoca inocente,  hoje com esse calor infernal, somente pessoas com a mente arcaica como essa professora para questionar um homem de bermudas no aeroporto no torrido Rio de Janeiro, certamente e alguem que não aceita os pobrinhos usando aviões ou comprando carros zero quilometro!

     

  10. Aparências enganam.

    Um senhor com uma sacola  na mão entra em uma concessionária de veículos e começa a olhar os carros expostos.Um vendedor se aproxima e pergunta se ele desejava  alguma coisa. Ele responde que foi até lá pra comprar um carro. e que os estava examinando. Como estava trajando roupa humilde e calçava um sandália tipo  havaiana,o vendedor  respondeu que aqueles carros eram muito caros e sugeriu a ele   ir  numa revenda de carros usados. O tal vendedor afastou-se  e foi atender outro cliente “melhor aparentado”.O senhor continuou examinando os carros,aproximou-se de uma camionete gabine dupla e chamou outro vendedor que ao aproximar ouviu a frase:vou levar esse daqui.O  vendedor espantado perguntou como ele iria pagar e ele respondeu: a vista,o dinheiro está aqui nessa sacola. Esse senhor já  falecido,sogro de um grande amigo e colega, era um grande fazendeiro na região e como era muito sistemático,evitou “perturbar” o  dono da concessionária,amigo dele. O vendedor esnobe foi vender carros em outra freguesia.

    1. Gersier, essa história..

      Gersier, essa história aconteceu exatamente assim, troque a sacola de dinheiro pelo cheque, com um tio meu em uma concessionária da GM em Itabuna na década de 80, mas já li sobre outros casos mais recentes..ele tb era fazendeiro de cacau e se vestia bem simples e tb o dono da loja era  seu parente  e tb não quis incomodá-lo..mesmíssima história..o carro na época era o recém lançado Monza Classic um dos mais caros, ele tinha ido comprar para presentar sua filha no dia de seu aniversário..eu estava junto com ele e deixei a coisa correr solta pra ver onde ia dar..rs parece que não mudamos muito nesse aspecto..grato pela lembrança..

  11. Uma coisa é um cidadão comum

    Uma coisa é um cidadão comum comentar ou repercutir, em sua rede de contatos numa rede social, uma notícia ou o que rola na Internet.

    Outra coisa é um perfil nitidamente pró-governo, que conta com mais de um milhão de seguidores, começar a politizar aspectos privados, coisas que as pessoas comuns colocam em seus perfis pessoais.

    A conotação de órgão de vigilância que o perfil assume é notória. Isso não pode ser admitido. Dilma Bolada agora vai patrulhar o que se comenta no Facebook e que de longe possa ser entendido como contrário ao Governo, como é que é isso?

    Quem será a próxima “vítima” de Dilma Bolada?

      1. Mais ou menos. O aspecto

        Mais ou menos. O aspecto privado existe. O que eu estou falando é que não me parece ser certo um perfil como a Dilma Bolada passar a fazer disso regra, o que seja, sair catando o que as pessoas escrevem e postar para criticar para a plateia.

        Ela não tem esse direito não. A pessoa escreve no Facebook como se estivesse num espaço privado. A possibilidade de ser público depende da acessibilidade ao post. Você pode tornar público ou privado o post. No caso da professora de Letras da PUC-RJ, o post era privado (veja o ícone logo abaixo do nome dela, não é público – que tem um sinal do globo terrestre – mas sim privado, apenas para a rede de contatos da professora – o ícone é a figura de pessoas, que indica que o post não é público).

        Alguém da rede de contatos dela vazou o post. O cidadão que controla a Dilma Bolada é do Rio de Janeiro. Isso pode, eu disse pode, ajudar a entender como ela teve acesso ao post. 

        1. Esses posts são expostos para

          Esses posts são expostos para centenas, as vezes milhares de pessoas, todos contatos, como falar em aspecto privado neste caso?

          Ps. eu sei o que significam os ícones, mas obrigado pela aula de facebook.

          1. Privado, entenda-se, somente

            Privado, entenda-se, somente foi disponibilizado para o círculo de contatos do dono do perfil. Público, qualquer um pode acessar, inclusive quem não tem conta no facebook. E sim, nessa linha, o post era privado.

          2. Somente na hipótese do dono

            Somente na hipótese do dono do perfil (neste caso a professora) poder controlar os perfis que fazem parte de seus circulos de contaotos é que você estaria correto.

  12. Liberdade de expressão não é

    Liberdade de expressão não é brincadeira – é um direito fundamental que exige muita responsabilidade. A liberdade não pode ser para opirmir e ser utilizada para fins de demonstração de soberba e preconceito de classe. É bom que esse advogado utilize mesmo de seu direito contra esse abuso e arrogância  demonstrado nesse caso e muito comum por uma certa classe social no Brasil, que pensa, erradamente,  que andar de avião é coisa de gente chique, superior. Pior, ainda, quando o preconceito é exposto por uma educadora, que deveria reivindicar igualdade  entre os que frequentam aeroporto e rodoviária. Onde sobra arrogância,  a cidadania está em falta.

  13. gostaria de ver…..

    O que pensam os empregadores dessa senhora?

    Com a palavra, a PUC.

    O que pensam os alunos?

     

    “Sabedora do desconforto que posso ter criado com um post meu publicado ontem (quarta-feira) à noite, peço desculpas à pessoa retratada e a todos os que porventura tenham se sentido atingidos ou ofendidos pelo meu comentário. Absolutamente não foi essa a minha intenção.”

     

    “O pior e que o Mr Rodoviaria esta no meu voo. Ao menos, nao do meu lado. Ufa!”

     

    Qual comentario?

     

    O original? A sequencia? Qual foi a intencao entao? Se nao foi atingir ou ofender, qual foi?

     

    Insisto em saber qual a posicao do empregador em relacao ao post da dita cuja. Alias, foi o comentario postado em hora de trabalho? foi postado em computador da PUC? Representa a opiniao do empregador? Tem lugares que isso da justa causa… 

     

    A tal Sra quer impor restricoes quanto ao fenotipo que usuarios de aeroportos devem possuir. Quer a mesma que o mesmo se aplique aos seus alunos? Quer a PUC abrir mao de alunos tipo “PROUNI” ??????

     

    O silencio do empregador soa mais ofensivo que a falta de educacao da empregada. Por mais paradoxal que isso possa ser.

     

     

     

     

     

     

     

     

  14. Foi um comentário infeliz,

    Foi um comentário infeliz, preconceituoso, todo mundo sabe disso. Não se discute isso. A professora já pediu inclusive desculpas pelo comentário infeliz. E sim, sou do tempo que desculpas sinceras são suficientes (a lei inclusive diz isso, para quem tem dúvidas, ao menos no aspecto penal). Também não precisa exagerar e fazer disso um cavalo de batalha. Foi um comentário infeliz e ela se retratou. Pareceu-me uma piada boba entre amigos, preconceituosa, claro, mas sem maiores repercussões contra o cidadão fotografado.

    Quem reverberou a coisa foi o perfil Dilma Bolada no Facebook, que, tendo mais de um milhão de seguidores, fez o negócio se transformar em algo maior do que era. Errou a Dilma Bolada por usar um fato isolado e queimar a imagem da professora para todo o país. Não precisava disso. Todo mundo sabe que o comentário foi infeliz, preconceituoso etc. Mas também não precisamos criar uma sociedade onde todo mundo vive apontando o dedo para todo mundo. Isso é um tanto policialesco, chato pra caramba. Além de poder gerar “inimigos” que nem tem essa importância toda. Exagerado demais, patrulhamento demais. Com um milhão de seguidores, qualquer coisa que se coloque naquela página da Dilma Bolada no Facebook fatalmente terá repercussões. Tem que saber o que realmente vale a pena. A intenção pode simplesmente traduzir a tática manjada na Internet, que é a de usar o número de seguidores para achacar pessoas anônimas que, do contrário, sequer seriam notadas.

    Neste cenário, cabe perguntar: Quem, no fim das contas, realmente difundiu, passou adiante, tornou público para além de um perfil pouco conhecido do Facebook, o preconceito? Foi a professora de letras, que comentou em sua página pessoal para os seus contatos, ou foi o perfil Dilma Bolada, que divulgou o comentário para os seus seguidores, mesmo tendo “boas intenções”? Ficam aí as perguntas.

    A professora vai ser processada e vai pagar uma indenização por danos morais ao advogado. Do mesmo jeito, quem comentou a postagem no Facebook. Todos os que comentaram serão processados, provavelmente. Não retiro o direito do advogado de fazer isso. Se ele se sentiu ofendido, constrangido, etc, ele deve mesmo processar. É realmente um negócio muito chato você ser alvo de chacota para milhões de pessoas na Internet.

    No entanto, apesar de ter feito o compartilhamento para criticar a atitude da professora, o perfil Dilma Bolada foi o principal responsável pela exposição da imagem do advogado. Se a foto ficasse no perfil da professora do Rio de Janeiro, provavelmente ninguém ficaria sabendo disso. Não que o que ela fez seja certo. Não, definitivamente não é certo. Só o fato de tirar uma fotografia de uma pessoa na rua, com a intenção de expor a imagem dos outros num site conhecido como o Facebook, sem autorização, já caracteriza ato ilícito indenizável, mais ainda com a intenção de fazer chacota.

    Inobstante isso, penso que a atitude do perfil Dilma Bolada também foi errada. Ela agiu como age boa parte das pessoas que possuem muitos seguidores: usam esse fato para promover massacres virtuais. O perfil Dilma Bolada também pode ser processado pelos que forem processados pelo advogado. A questão passa a ser se a Dilma Bolada tinha o direito de fazer o que fez. O negócio pode complicar para ela. Eu penso que ela não tinha esse direito. Ela também usou, ilegalmente, imagem de um perfil alheio, com a intenção de achacar terceiros. Pode ser processada de forma até mais séria. Passa a ser um ponto a ser discutido a legitimidade da atuação do perfil Dilma Bolada. Daqui a pouco, vai servir de órgão anexo do governo para monitorar os perfis dos cidadão nas redes sociais, de forma interessada politicamente. Tudo isso contando com um suporte de mais de um milhão de pessoas. Não adianta nem dizer que foi para lutar contra o preconceito. Essa alegação cai por terra, pois o perfil Dilma Bolada sabia que, com mais de um milhão de seguidores, a exposição da imagem da professora seria imediata. Se ela sabia disso, e claro que a Dilma Bolada sabia, divulgou o post com essa intenção. Ela queria que a professora também fosse exposta. Quis prejudicar dolosamente a professora.

    Acho que a Dilma Bolada deu uma “bola fora” e confundiu o privado com o público. A ação dela coloca em xeque a legitimidade do perfil, que, de uma ideia bacana, bem humorada, está pesando a mão e entrando numa seara nada adequada. O que nós não precisamos é de um perfil de rede social agindo em defesa de certos valores e usando a sua popularidade para patrulhamento de ideias. Trocando em miúdos, Dilma Bolada tem que se ater ao que lhe diz respeito e não sair se intrometendo em questões que são de competência do Estado e das autoridades ou das pessoas diretamente interessadas (no caso, o advogado, seus familiares e amigos). O âmbito é direito privado. Dilma Bolada extrapolou. Vai ser questionada sim, eu não tenho a menor dúvida. Como advogado da professora, eu entrava de sola nisso. Aí eu iria entrar na politização que ela deu ao caso. O negócio não seria nada agradável.

    1. Liberdade de expressão não é

      Liberdade de expressão não é brincadeira – é um direito fundamental que exige muita responsabilidade. A liberdade não pode ser para opirmir e ser utilizada para fins de demonstração de soberba e preconceito de classe. É bom que esse advogado utilize mesmo de seu direito contra esse abuso e arrogância  demonstrado nesse caso e muito comum por uma certa classe social no Brasil, que pensa, erradamente,  que andar de avião é coisa de gente chique, superior. Pior, ainda, quando o preconceito é exposto por uma educadora, que deveria reivindicar igualdade  entre os que frequentam aeroporto e rodoviária. Onde sobre arrogância e soberba, falta cidadania.   

    2. É puro preconceito

      Não é um mero comentário numa roda de amigos.

      É puro preconceito. É o mesmo tipo de pessoa que fala preconceituosamente sobre negros, que vocifera pedindo pena de morte para bandidos e não tem a menor noção de que os criminosos são eles.

      Estes são os representantes da nossa fina flor da sociedade. São um bando de analfabetos sociais. São sempre os mesmos.

      É esta turma que motiva e da suporte para os milhares de assassinatos de pobres e negros que acontecem no Brasil anualmente.

       

      Essa gente tem que ser tratada como eles exigem que os pobres sejam. Jogem na cara deste tipo o mesmo que eles exigem para os pobres e negros. Bandido bom é bandido morto.

      Temos que parar de passar a mão na cabeça destes criminosos. Mostrar que a Lei é dura para todos e não só para os inimigos.

       

       

       

  15. O resultado do que a Dilma

    O resultado do que a Dilma “patrulheira” Bolada fez é isso: https://www.facebook.com/rosamarinameyer1?ref=ts&fref=ts

    Criaram um perfil para a professora, “carinhosamente” classificada como “animal” no Facebook. A página já conta com 20.605 curtidas. Isso até o presente momento e contando. A desproporcionalidade do efeito causado à professora é absurda. Gera sim danos morais.

    Linchamento virtual? Dilma Bolada já armou o Tribunal Virtual do Facebook, como diria o Tom Zé, e condenou socialmente a professora, com a agravante de ter divulgado um post privado. Não educou ninguém, ao contrário, gerou mais coisas ruins.

     

  16. O caminho certo

    Eu, também, me solidarizo com você Marcelo. O caminho certo para punição de pessoas preconceituosas é a justiça. Essa senhora,pela foto, já mostra ter idade mais que suficiente para saber o que é preconceito. E se for levado em consideração o cargo que ocupa, podemos supor que, além da idade, ela também tenha esclarecimento e cultura suficiente para saber que o preconceito também pode causar sérios danos morais. Então, penso que por tudo que ela fez, mais o fato dela não ter tido autorização para a divulgação da imagem de Marcelo, nem de fazer dessa imagem um objeto de comentários pejorativos, ela tem muito mais a pagar do que um simples pedido de desculpas. Contudo só você deve decidir o que é melhor para você superar, para se sentir melhor e passar por cima dessa agressão o mais rápido possível.  No entanto, ela bem que poderia fazer mais para mostrar o arrependimento sincero. Por exemplo, ela poderia fazer um pedido de perdão, que é uma atitude mais elevada, mais espiritual e de suma importância para quem quer realmente se redimir de um erro grave, diferentemente de um pedido de desculpas, que é uma atitude mais material e mais difícil de ser concedida.

  17. Poderiam aproveitar a onda

    Poderiam aproveitar a onda para uma campanha “fashon” nos aeroportos, abolindo a camisa regata, conhecida como ” camisa de padeiro” e o chinelo encardido, melhoraria o visual do brasileiro em um ano da Copa, quando nossa aparencia será observada por turistas estrangeiros. O atual visual de “”churrasqueiro” tão apreciado pelos brasileiros gordos suarentos de unha encravada deveria seria supenso pelo menos até acabar a Copa , depois poderia voltar, aquela roupeta que eles colocam na sexta a noite e só tiram na segunda de manhã, dorme, come, faz churrasco, vê TV no sofá sem trocar o modelito, na segunda feira o uniforme anda sozinho. O problema é que o avião é uma lata fechada onde o ar que circula é o mesmo durante toda a viagem, se todo mundo entrasse no avião lavado e arrumado, o ambiente ficaria melhor. Assim não sendo o jeito é torcer para sentar ao nosso lado uma mocinha bonita e perfumada, uma verdadeira loteria, a chance maior é o gordo com uma mochila de tres andares, uma maleta de rodas eo famoso violão.

    1. AA,
      por um acaso ja pegou

      AA,

      por um acaso ja pegou aviao em Orlando, FL?

      O que tem a dizer?

      Aquelas pessoas com a mesma bermuda que estavao na praia,

      cabelo duro da agua de mar, bagunca geral, malas perdidas etc.

      Mas elas podem ne’, e’ ate engracadinho !!!!

       

    2. Vc deve ser bem “fashon”, né…

      É lindinho-feio… Mas o que interessa mesmo é BOLSO CHEIO….  E o que parece vc nem sabe isso…. e tbm nem estudo deve ter, então… 

       

      È lógico que todo mundo poderia se vestir adequadamente… mas nem todo mundo pensa assim…. Antes de vc criticar alguém olha pro seu rabo primeiro…. 

      E o outra o que a copa tem a ver com isso??????? TENHO CERTEZA ABSOLUTA QUE VC SÓ SABE VIAJAR DE TREM (aliás se viaja, né…)  kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

       

      TEM TANTO POBRE SE ACHANDO O RICAÇO….

  18. Dilma bolada

    Vamos deixar de filosofia,barata.Então diremos há qualquer um dessa mesa de diálogos que tal postá nesse tal ficibuk à fotinha quem sabe da esposinha que num lance de azar abriu as perninhas pra catá qualquer objeto no chão e… flash,alguém vai e joga nas ondas eletromagnéticas…É inocência,isso…Dá!lLicença !!!

    Tá tiremos à esposinha das tais ondinhas…Vamos colocar um filhinha de alguém e fazer à mesma coisa.Porra comentá qualquer coisa sobre coisa,qualquer…É uma,lance….Agora filmar sem consentimento e ainda imprimir opinião à sua imagem ou alguém de sua intimidade…Puts!….O pessoal tá vendo muito o Big Brother do Bial e o que é pior,ainda…Se acham,doutores  …………..Vai saber do quê !!!

    Refresco no dos outros,pode!Mas quando é no próprio….São outros quinhentos né,democrata !!!

    Gosado ou pessoal gosta de vomitar sobre o tal 1º Mundo.Lá podemos fazer,isso???

    Respondam em quantas Libras/inglesa e dólar/americano essa dotozinha iria ter que desembolsar  na justiça ???

  19. Estão discutindo como se deve

    Estão discutindo como se deve e como não se deve viajar de avião , e esquecendo de um problema bem maior, a situação caotica em que se encontram os aeroportos brasileiros e os preços exorbitantes das passagens aereas, sendo que nossos aeroportos provavelmente entrarão em colapso durante a copa, é so esperar pra ver

     

     

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