Clubes criam grupo para negociar direitos na TV aberta, por Augusto Diniz

Clubes criam grupo para negociar direitos na TV aberta

por Augusto Diniz

Atlético-PR, Bahia, Coritiba, Palmeiras e Santos são cinco grandes clubes que fecharam com o Esporte Interativo as transmissões por canal fechado de seus jogos no Campeonato Brasileiro, a partir de 2019. Mas ficou de fora dessas negociações com o grupo norte-americano Turner, dono do Esporte Interativo, os direitos de transmissão no pay-per-view (PPV) e na TV aberta.

Agora, essas cinco equipes querem tratar em conjunto a forma de comercializar os direitos de transmissão nesses dois outros meios. O anúncio da criação do grupo foi feito pelo presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, nesta terça (21), em uma reunião do clube, e está disponível no YouTube aqui (a partir de 8 min). Na ocasião, o dirigente criticou a Globo, que mantém hoje o monopólio das transmissões, por conta da divisão de cotas aos clubes.

Destaca-se que há outras equipes, como o Internacional e a Ponte Preta, que também fecharam com o Esporte Interativo a transmissão de seus jogos, e a grande dúvida será definir como se assistirá – seja na TV aberta ou no PPV ou na TV fechada – uma partida de futebol no Campeonato Brasileiro de 2019 entre equipes de contratos de imagens distintos, já que outra parcela de clubes de expressão no País fechou pacote com a Globo.

A formação do pool dá força de negociação às equipes da elite insatisfeitas com a emissora. Nos últimos anos verificou-se crescer um abismo de pagamento de direitos entre os times, levando alguns até a acreditar na “espanholização” do futebol brasileiro, onde apenas dois clubes controlam parte considerável do dinheiro circulante no que tange ao pagamento de exibição de partidas pela TV. Mas não é só isso.

Sabe-se que algumas equipes – notadamente o Atlético-PR, Palmeiras e Santos – já reclamam faz tempo da detentora das transmissões de futebol no Brasil. A reclamação bate sempre no tratamento dado às partidas desses times, muitas vezes excluídas da exibição na TV aberta, a parte de maior interesse dos clubes pela visibilidade alcançada e o retorno proporcionado aos seus patrocinadores.

A criação desse grupo também atinge outra questão: a Primeira Liga, estabelecida a reboque da crise de credibilidade da CBF, que deveria ter sido um contraponto ao modelo adotado pela confederação na realização e comercialização de competições, mas que no fim se rendeu ao antigo esquema existente – inclusive com a Globo tendo os direitos do torneio a preço de banana.

Nenhuma das cinco equipes que formam hoje o pool participa do torneio da Primeira Liga esse ano – em 2016, na primeira edição do torneio, Coritiba e Atlético-PR chegaram a integrar a competição. O pool de negociação de TV pode ser mais uma tentativa de acabar com a ditadura das transmissões do futebol brasileiro.

Redação

3 Comentários

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  1. O futebol brasileiro fora dos

    O futebol brasileiro fora dos campos é um raio x preciso do Brasil. Todos os clubes fortes historicamente contam com uma benevolência do estado na hora de pagar seus impostos. Os maiores devedores de INSS são clubes de futebol. Clubes cujos dirigentes se gabam de gastar milhões ou receber milhões com a venda e compra de jogadores. Como pode um clube de futebol no Brasil, um país monoesportivo (quase todo dinheiro vai pro futebol. As migalhas, quando há, vão pros outros) estar devendo fortuna? Simples= os dirigentes podem quebrar um clube e nada acontece com eles. Afinal, quem paga a conta é o povo, quando esses clubes dão calotes em impostos governamentais – e recebem como ‘punição’ o refinanciamento a se perder de vista. E ainda por cima hoje pertencem a Globo. 

  2. clubes….

    Uma das faces mais degradantes de um país que não construiu cidadania alguma, não tem leis, a Constituição é um escárnio. Onde está o Estado, depois de 30 anos de Constituição? Onde está o CADE? Monopólio é crime. Onde está a Justiça? A tal rede de Tv comanda até os horários dos jogos, tinha sala dentro da CBF, controla desde jogos da 3.a divisão até os internacionais. Só se tem acesso ao produto “futebol” com autorização expressa da tal empresa. E o país atravessa 3 décadas, bovinamente se submetendo a isto. (Hoje o CADE acusa de formação de cartel o controle de sal. A respeito de Sal, o CADE se pronuncia? É muita canalhice, na Terra da Canalhice). Liberdade !!! E eu aqui no interior irei torcer para o Ituano e assistí-lo contra o Comercial ou Guarani. E não somente os 4 clubes que a TV quer que eu assista. “Liberdade, Liberdade. Abra as asas sobre nós…” .Ditadura fantasiada de democracia.  

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