Internet ajuda na coordenação de socorro às vítimas de supertufão

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Destruição e miséria tomaram conta das Filipinas, e equipes de resgate travam luta contra o tempo para encontrar sobreviventes e levar ajuda a necessitados. Internet prova ser meio eficaz de auxílio.

São imagens assustadoras que saem das Filipinas para o mundo. Ao menos 10 mil pessoas teriam morrido, milhares ainda estão desaparecidas. Para amigos e parentes, em muitos casos é extremamente difícil estabelecer contato direto. Muitas pessoas não sabem se seus entes queridos sobreviveram e onde eles estão.

As redes sociais e outros serviços de internet podem fornecer uma ajuda fundamental para a superação dessa crise humanitária. A rede mundial de computadores desempenha um papel decisivo tanto na procura de pessoas tidas como desaparecidas como na coordenação de esforços de socorro e na arrecadação de donativos.

Busca por desaparecidos

Person Finder, do Google, é uma plataforma onde as pessoas em áreas de catástrofes podem ser registradas como desaparecidas. Quem souber alguma coisa sobre o paradeiro do indivíduo procurado pode comunicar essa informação, através da página, à pessoa que deixou o anúncio da procura. Atualmente existem 22.900 entradas armazenadas no serviço.

Person Finder, do Google, ajuda a localizar pessoas

Através do serviço de mensagens curtas Twitter também podem ser feitos anúncios de busca de desaparecidos. Na maioria dos casos, uma foto é adicionada, além de uma indicação do último lugar onde a pessoa foi vista.

Para classificar esses tweets, Patrick Meier, um suíço que trabalha para a Fundação Qatar, criou a página MicroMappers. Através dela, voluntários podem procurar tweets e dividi-los em categorias.

Além da busca por pessoas desaparecidas, os tweets podem ser divididos em categorias como “pedidos específicos de ajuda” ou “destruição de infraestrutura e edifícios”. Todos os dados classificados são disponibilizados às Nações Unidas.

Ajuda no próprio local

A conta de Twitter @Typhoonhaiyan é uma tentativa de se criar uma plataforma central para o apoio às vítimas do tufão. Os criadores do site, as organizações Backspace News, Ásia Centria e Newsgon, recomendaram aos usuários uma lista de hashtags para facilitar a classificação das mensagens curtas inseridas.

Hashtags são palavras-chave antecedidas pelo símbolo # e identificam os tweets tematicamente.

@Typhoonhaiyan tenta orientar uso de hashtags

Com #RescuePH, por exemplo, devem ser etiquetados somente tweets de pessoas que necessitam de ajuda urgente no local. Mas a ideia aparentemente não funciona. Alguns usuários postam outros tipos de mensagens curtas com essa mesma hashtag, causando confusão.

A empresa Google criou, para uma melhor coordenação da ajuda, um “Crisis Map” (mapa da crise), em colaboração com o governo filipino. Nele, é possível listar e encontrar centros de abrigos provisórios, hospitais e centros de controle de crise.

Pedidos internacionais de ajuda

As principais organizações humanitárias internacionais pedem, através das redes sociais, fornecimento de ajuda às pessoas afetadas. A Cruz Vermelha Alemã postou um pedido de donativos em sua página no Facebook.

“Crisis Map” desenvolvido pelo Google e pelo governo filipino

Talvez se forme uma grande onda de solidariedade, como após o tsunami devastador de 2004. Naquela época, só na Alemanha foram coletados quase 700 milhões de euros em doações.

A internet, e especialmente as redes sociais, comprovaram ser uma ferramenta eficaz para a coordenação do socorro diante da corrida contra o tempo travada em tragédias como essa para o salvamento de vidas humanas.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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