Os desafios do varejo às vésperas do boom do mobile commerce

Por Mario Mello, diretor geral do PayPal

O mobile commerce tem dado o que falar. A verdade é que estamos apenas vislumbrando o que será esta primeira era do comércio eletrônico por meio de dispositivos móveis. As compras por smartphones ainda representam 9% do que é gasto online ao redor do mundo, enquanto respeitáveis 85% são gastos a partir de laptops, desktops e notebooks.

Isso, no entanto, mudará rapidamente: o m-commerce cresce a um ritmo três vezes mais rápido que o e-commerce. Portanto, os varejos de todos os portes precisam se preparar para a avalanche de clientes móveis que vem por aí.

A geração dos “millennials” – os jovens entre 18 e 34 anos – traz o futuro em suas mãos. Literalmente. Nos Estados Unidos, 90% desse grupo admitem que mantêm seus smartphones ao seu lado dia e noite [1]. E já somam 59% dos consumidores que fazem compras online a partir de seus smartphones ao redor do mundo. Isso leva a crer que o m-commerce será, em breve, o método de compras mais comum.

Estar nas redes sociais é uma forma de ir atrás desses consumidores. 70% dos millennials são mais suscetíveis a comprar em função do que é postado nas redes por seus amigos [2].

Por outro lado, estabelecer uma presença forte nas redes sociais também facilita o alcance do varejo online a consumidores provenientes de outros mercados.

Aliás, o investimento de longo prazo nas soluções móveis é uma questão chave para o varejo. Os consumidores que já estão usando seus smartphones para comprar, não digitam a URL das lojas virtuais para replicar a velha experiência online numa tela em miniatura.

Ao contrário. 64% dos consumidores que compram por meio de smartphones o fazem por meio de um aplicativo de celular, ou app. Inicialmente, investir em um app ou integrar o negócio a uma plataforma habilitada para o mundo mobile poderá custar mais, mas, no longo prazo, os benefícios são promissores.

Atualmente 47% dos internautas já preferem comprar em um app, enquanto 27% preferem fazê-lo a partir de um navegador de internet e 25% declaram não ter preferência.

Há uma outra questão para se levar em conta. A dura verdade do mundo mobile é que as suas telas, efetivamente, são menores. E, em uma tela menor, os detalhes de um produto tornam-se ainda mais importantes.

Dimensões diminutas dificultam a visualização de um produto, o que, em última instância, desestimula a compra. Aliás, os consumidores que compram por meio de smartphones citam o tamanho da tela como uma das razões que os leva a não comprarem mais vezes ao celular.

Assim, é crítico dispor de imagens de produtos à venda que seja, de fato, de excelente qualidade. Vale lembrar que é muito comum consumidores relatarem o receio que têm de receber algo diferente do que pediram ao comprar online.

Portanto, garantir a fácil visualização dos produtos – bem como oferecer um mecanismo de busca fácil de usar também no canal mobile – é uma forma de atrair consumidores tanto locais, quanto do exterior.

Varejistas antenados e visionários podem e devem se preparar já para estas mudanças. Os benefícios, certamente, serão imediatos. E, ao apostarem no mobile commerce, estarão, simultaneamente, capacitando-se para gerenciar múltiplos canais de venda, de olho em um consistente aumento nas receitas nos próximos anos.

Obs. Os dados mencionados – com exceção dos citados a seguir – são da pesquisa do PayPal encomendada à Ipsos, divulgada em novembro de 2014, sobre tendências globais das compras por dispositivos móveis.

[1] eMarketer, 23 outubro de 2014

[2] Millennials are 2X as Likely to Purchase Products They Share About, 23 de setembro de 2014.

Redação

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