Sala de visitas: mercado de trabalho é mais desafiador para população negra

Nesta edição, Nassif recebe presidente da Bayer Brasil, Theo van der Loo, o especialista em mercado de trabalho André Chaves e os músicos do projeto Choro do Sertão

Neta edição: Theo van der Loo (Bayer), André Chaves (especialista em mercado) e músicos do Choro do Sertão

Jornal GGN –  Nesta  edição do Sala de Visitas, Luis Nassif recebe o presidente da Bayer Brasil, Theo van der Loo, sobre o racismo no mercado de trabalho e o programa de diversidade implementado há alguns anos pela empresa farmacêutica, no segundo bloco de entrevistas.

No final de março deste ano um depoimento feito por Theo no seu perfil no LinkedIn ganhou repercussão nas principais mídias do país. No post, que teve mais de 300 mil visualizações em seis dias, o CEO relatava um caso de preconceito racial em uma entrevista de emprego, vivido por um colega próximo:

“Um conhecido meu, afrodescendente, com uma excelente formação e currículo, foi fazer uma entrevista. Quando o entrevistador viu sua origem étnica, disse à pessoa de RH que ele não sabia deste detalhe e que não entrevistava negros!”. No relato, Theo conta que sugeriu ao amigo fazer uma denúncia e teve outra surpresa: a vítima avaliou que seria melhor não expor o caso por medo de “queimar” sua imagem. “Sou de família simples e humilde custou muito para chegar onde cheguei”, justificou.

Nesta entrevista, o CEO fala sobre a política de diversidade e inclusão implementada globalmente pela Bayer e como, ao longo da sua carreira, foi se dando conta do desafio do profissional negro no mercado de trabalho, quando decidiu se aproximar de colegas negros para entender a experiência deles no dia a dia. “Tive contato com pessoas maravilhosas no mercado, juízes, advogados, empresários, executivos, pessoas fantásticas e a partir disso percebi que os negros são invisíveis na sociedade de uma forma inconsciente”, destacou completando que, no caso brasileiro, onde cerca de metade a população é afrodescendente essa mesma proporção não é acompanhada no mundo empresarial.

No caso da implementação do programa de inclusão na Bayer brasileira, Theo consultou dois colegas negros que trabalhavam na mesma equipe que ele. Se por um lado afirmaram que, pelo menos naquela empresa, não se sentiam descriminados, por outro admitiram que para evoluir e alcançar cargos mais altos sentem que precisam se esforçar muito mais que os não negros. Mais recentemente, o CEO obteve a informação de que os funcionários negros que exercem a função de chefes são mais boicotados pelas próprias equipes.

No primeiro bloco, Nassif entrevista também André Chaves, publicitário e ex-CEO do Portal iG. Para ele, no geral, o ser humano tem uma forte tendência a evitar mudanças, mas com a dinâmica cada vez mais fluída do mercado de trabalho superar essa característica, tornando-se mais resiliente e apto às mudanças, é a chave para ter sucesso profissional e, por que não, qualidade de vida. Essa é uma das propostas do livro (Re) Start Me Up, escrito a seis mãos por Chaves, Alexandre Campos e Marcio Ogliara, todos coaches e especialistas de mercado.

“O nosso livro não foi escrito para ser um guia, é muito mais um livro de insights onde falamos não como a pessoa deve ir para determinado lugar, mas o que pode impedir ela de chegar onde quer”, destaca nesta entrevista. O trabalho também se aprofunda na necessidade de o profissional desenvolver o autoconhecimento. “Não existe trabalho fácil. Quando a gente fala de autoconhecimento, é você assumir o protagonismo da vida e da carreira”, completa.

Por fim, no último bloco do Sala de visitas, Luis Nassif recebe Henrique Araújo (cavaquinho e bandolim), João Camarero (violão 7 cordas) e Rafael Toledo (Pandeiro) que apresentam o projeto O Choro do Sertão, um CD produzido com a ajuda de financiamento coletivo onde interpretam apenas choros de Dominguinhos, alguns deles inéditos. O trabalho tem uma equipe mais ampla: Henrique Araújo e o Regional Imperial, formado por João Camarero (violão de 7 Cordas), Junior Pita (violão), Lucas Arantes (cavaquinho) e Rafael Toledo (pandeiro), o percussionista Alfredo Castro, com participação especial dos sanfoneiros Toninho Ferragutti e Mestrinho.

Leia também: Crowdfunding angaria fundos para CD com choros de Dominguinhos

video:https://www.youtube.com/watch?v=WEULN8pO7_c

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Redação

1 Comentário

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  1. Boas entrevistas

    A iniciativa do diretor da Bayer de começar uma luta contra o racismo e todo o preconeito intrinseco na sociedade brasileira, respigando no meio de trabalho, é muito importante. Acho que o preconceito de cor (racismo) e o desigualdade entre homens e mulheres são duas batalhas a serem travadas juntas, pois eu vejo que a mãe de todos preconceitos é a desigualdade entre homens e mulheres assim como a brutal desigualdades entre “brancos” e negros. 

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