Marcos Nestrovski (1930-2012)

Por anarquista homegeando o amigo Marcos

Da Folha de S.Paulo

Marcos Nestrovski (1930-2012)

Um médico apreciador de arte

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Em maio do ano passado, Marcos Nestrovski, dono de um dos registros mais antigos no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (nº 58), decidiu que era hora de fechar o consultório.

Apreciador de arte, manteve uma vida cultural ativa após a aposentadoria: saía toda semana com a mulher para ir ao cinema e ao teatro.

Natural de Porto Alegre, era filho de imigrantes russos que chegaram ao país no fim da década de 1920. O pai teve uma loja de tecido na cidade.

Em 1954, formou-se em medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especializou-se como cirurgião de aparelho digestivo.

Só parou de realizar as operações quando a destreza foi lhe fugindo, conta a filha Laura. Dedicou-se então à clínica geral, em seu consultório.

Por cerca de 30 anos, também trabalhou para o Consulado do Canadá em Porto Alegre, cuidando dos exames médicos para a imigração.

Como conta a família, a medicina foi a grande paixão de sua vida -depois de Ester, dona de casa com quem estava casado desde 1955.

O casal teve dois filhos: Arthur, músico e diretor artístico da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), e Laura, farmacêutica.

É descrito como um homem sério e espirituoso. Gostava de música clássica e lia muito -a família de sua mulher é amiga da família do escritor Érico Veríssimo.

Morreu anteontem, aos 81, após sofrer um infarto fulminante. Teve quatro netos.

Durante a cerimônia de cremação, realizada anteontem, foi tocado o “Concerto Brandeburguês nº 3” de Bach, de que Marcos gostava.

 

Luis Nassif

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