Por e para as mulheres: o manifesto feminista chega às livrarias

O Manifesto faz parte de um movimento global a ser lançado no dia 8 de março próximo em diversos países

Jornal GGN – Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser foram as organizadoras da Greve Internacional das Mulheres (Dia sem mulher). E se mantiveram na lida pela conscientização e luta contra tudo aquilo que atinge as mulheres: moradia inacessível, salários precários, saúde pública, mudanças climáticas. E se pode parecer que não sejam temas da luta das mulheres, saiba que tudo que afeta a maioria das mulheres do mundo faz parte da pauta.

Depois da nova primavera feminista que tomou conta do mundo, as organizadoras da Greve das Mulheres lançaram um manifesto sobre a necessidade de um feminismo anticapitalista, antirracista, antiLGBTfóobico e muito próximo da perspectiva ecológica. Feminismo não é só a luta por cargos e representatividade, é sobre o mundo em que se vive e se atua. ‘Feminismo para os 99%: um manifesto’ será lançado pela Editora Boitempo. 

O Manifesto faz parte de um movimento global a ser lançado no dia 8 de março próximo em diversos países, como Itália, França, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina e Suécia. Na edição brasileira, a participação importante de Talíria Petrone, deputada federal e militante feminista negra, responsável pelo prefácio, e Joênia Wapichana, primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal, advogada, militante das causas indígenas e dos direitos humanos, no texto de orelha.

Em seu prefácio, Talíria Petrone faz as perguntas que se tornam a base de uma luta. ‘Com quais mulheres os feminismos diversos dialogam? De que mulheres tratam os feminismos? Quais mulheres seguem ainda guetificadas e marginalizadas nos feminismos?’. E, em seguida, afirma que ‘o feminismo das 99% não prescinde desses questionamentos, justamente porque reconhece sua urgência’.

‘E nosso feminismo só será mesmo urgente se for por inteiro palpável e real para a maioria das mulheres brasileiras e do mundo. Se for popular e verdadeiramente emancipador. Esse precisa ser um compromisso teórico, político e prático do feminismo para as 99%. Esse manifesto é um chamado para um feminismo vivo e pela vida, pela dignidade, pela felicidade da maioria das mulheres’, conclui.

Sobre as autoras

Cinzia Arruzza é professora associada de filosofia na New School for Social Research, na cidade de Nova York. Ela é autora de Dangerous Liaisons: The Marriages and Divorces of Marxism and Feminism (Merlin Press, 2013) e de A Wolf in the City: Tyranny and the Tyrant in Plato’s Republic (OUP, 2018). Foi uma das principais organizadoras da Greve Internacional das Mulheres nos Estados Unidos e integra o coletivo editorial da Viewpoint Magazine.

Tithi Bhattacharya é professora associada e diretora de estudos globais na Universidade de Purdue (Indiana, Estados Unidos). Ela é autora de The Sentinels of Culture: Class, Education, and the Colonial Intellectual in Bengal (OUP, 2005) e editora de Mapping Social Reproduction Theory (Pluto Press, 2017). Foi uma das principais organizadoras da Greve Internacional das Mulheres nos Estados Unidos e integra o coletivo editorial da Viewpoint Magazine.

Nancy Fraser é professora de filosofia e política na cadeira Henry and Louise A. Loeb da New School for Social Research, na cidade de Nova York. Ela é autora, entre outros, de Fortunes of Feminism: From State-Managed Capitalism to Neoliberal Crisis (Verso, 2013) e Capitalism: A Conversation in Critical Theory (Polity, 2018), escrito com Rahel Jaeggi, que será publicado pela Boitempo em 2019. Grande apoiadora da Greve Internacional das Mulheres, cunhou a frase “feminismo para os 99%”.

Talíria Petrone é deputada federal eleita em 2018 pelo PSOL, professora de história licenciada da rede pública municipal de ensino do Rio de Janeiro, mestranda em serviço social na Universidade Federal Fluminense (Uff) com pesquisa sobre o papel das mulheres nas lutas urbanas. Foi eleita vereadora da cidade de Niterói, Rio de Janeiro, em 2016, com uma plataforma política feminista, LGBT, negra e popular.

Joênia Wapichana é deputada federal por Roraima, eleita em 2018. Pertence ao povo indígena Wapichana, comunidade indígena Truarú, do Estado de Roraima. Tem mestrado pela Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, que cursou com uma bolsa da fundação Fullbright. Formada em direito pela Universidade Federal de Roraima, em 1997, é considerada a primeira mulher indígena graduada em direito e a exercer a profissão em favor dos povos indígenas. Coordenou o departamento jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR) de 1999 a 2018. Em 2018 recebeu o Prêmio das Nações Unidas de Direitos Humanos.

Ficha técnica

Título: Feminismo para os 99%: um manifesto

Título original: Feminism for the 99%: a manifesto

Autoras: Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser

Tradução: Heci Regina Candiani

Prefácio: Talíria Petrone

Orelha: Joênia Wapichana

Páginas: 128 páginas

Preço: R$ 32,00 (impresso) | R$ 24,00 (digital)

Formato (largura x altura): 16 x 23 cm

ISBN (impresso): 978-85-7559-680-7

ISBN (digital): 978-85-7559-681-4

Editora: Boitempo

Redação

2 Comentários

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  1. Eu , Eduardo , pertenço a um Grupo Literário Feminino aqui em Petrópolis, chamado “LEIA MULHERES ” , e tenho o maior prazer e orgulho de partilhar momentos maravilhosos , aprendendo sempre com estas maravilhosas mulheres que , com sua inteligência , luta e sensibilidade , fazem deste mundo um lugar menos complexo para vivermos .
    Parabéns a todas elas , a todas as que vivem para buscar o verdadeiro crescimento espiritual , sem preconceitos ou diferenças de gêneros.
    Somos todos iguais !

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