Abril inicia o desmonte da parte editorial e transfere para Caras

Jornal GGN – A Editora Abril divulgou na sexta-feira (11) comunicado informando que transferirá dez de seus títulos de revistas para a Editora Caras.
 
Pelo acordo fechado, a nova responsável pela produção de conteúdo, circulação e venda de publicidade das revistas ficará com alguns dos títulos mais tradicionais da Abril. São eles: “Aventuras na História”, “Bons Fluidos”, “Manequim”, “Máxima”, “Minha Casa”, “Minha Novela”, “Recreio”, “Sou+Eu”, “Vida Simples” e “Viva Mais”. Os serviços de assinaturas, distribuição e gráfica continuarão com o Grupo Abril.
 
Fabio Barbosa, presidente do Grupo Abril/ Reprodução
 
As redações e seus profissionais serão transferidos gradativamente para a Editora Caras até dezembro de 2014. O rearranjo, afirma o anúncio oficial, permitirá à companhia concentrar o foco no fortalecimento de suas marcas e dará à Editora Caras ganhos de produtividade e sinergia. 
 
Dos dez títulos, três têm circulação superior a 100 mil exemplares por edição: Manequim, Minha Casa e Máxima, segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC). No entanto, a média de circulação da maioria das revistas que agora pertencem à Caras tem caído nos últimos meses. 
 
A transferência das revistas faz parte dos planos da Abril de reestruturar suas operações para tornar sua estrutura mais enxuta e eficiente e mais concentrada nas áreas de educação e logística.
 
No fim do ano passado, a Abril vendeu sua emissora de TV, que transmitia até setembro a programação da MTV, para o grupo Spring, responsável pela versão brasileira das revistas Rolling Stone e América Economia. O valor da transação não foi revelado. A Editora Abril também começou a reorganizar neste ano a DGB, holding voltada à distribuição de revistas e logística do Grupo Abril, que opera com seis empresas, e vai se concentrar em três apenas, com a fusão da Dinap, Fernando Chinaglia e Magazine Express.
 
A Editora Caras é comandada pelo empresário argentino Jorge Fontevecchia e tem parte do capital controlado pela família Civita, fundadora e proprietária da Abril.

Já a Editora Abril está sob o comando do executivo Fábio Colletti Barbosa, que já presidiu o Banco Santander no Brasil, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e o Banco Real. Preside o Grupo Abril desde agosto de 2011, quando deu início a uma enorme reestruturação, que incluiu o encerramento das atividades de alguns títulos tradicionais, entre outras medidas.

 
 
4 Comentários

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  1. Encolher ou morrer

    Paradoxalmente, o tamanho da Abril se transformou em problema a ser enfrentado num mercado em franca decadência.

    A editora já viveu outros momentos como esse, quando títulos de nicho (como Set, Fluir e outros foram transferidos para a Azul, outra editora em que a Abril tinha uma pequena participação societária no final dos anos 90).

    Mais recentemente, em meados do ano passado, diversos títulos que não tinham o “tamanho abril” foram extintos, numa manobra mais radical que a de agora.

    O que mais salta aos olhos é a transferência de Manequim, revista com mais de 50 anos, que tem uma circulação respeitável. Para melhorar, 70% da circulação é via assinaturas, o que garante uma sobrevida longa à revista, visto que a velocidade de queda no canal assinaturas é muito menor que no canal avulsas. Uma provável explicação é o custo de produção maior (a revista tem moldes em tamanho A2 encartados), somado ao baixo valor agregado pela publicidade.

    Não custa lembrar que publicidade é a principal fonte de receitas da Abril.

    Pouca publicidade também explica a saída dos outros títulos. Bons Fluídos, Vida Simples e Aventuras na História são revistas de nicho. As outras são populares, criadas graças à expansão da baixa classe média promovida pelo “sapo barbudo” (ironia mode on).

    Pelo movimento, não me assustarei se, em breve, os outros títulos do núcleo “popular” (Ana Maria e Tititi) forem transferidos também.

    Esse não é o começo nem o fim do processo de enxugamento. Enquanto a editora não conseguir gerar receita em volume adequado via internet, o encolhimento não vai parar.

  2. A editora irá se especializar

    A editora irá se especializar em logística: distribuírão aquilo que ninguém quer, as revistas do grupo. E quanto aos livros didáticos, eles serão distribuídos por fibra ótica. Recomendo aos Civitas que invistam em imóveis.

    Se Dilma for reeleita, em quatro anos, aquele prédio imponente visto da marginal pinheiros será conhecido como a antiga sede da editora abril. 

  3. Quando fecham a revistinha do esgoto?

    Estaá se desmilinguindo, ficando fininha e paradinha nas bancas. Usa tão somente leitores viciados, pobres vítimas, como eu fui um dia até que as nauseas do mau cheiro e da podridão foram mais fortes. Não vai longe e vai ser um ganho para asociedade a sua extinção. Comemoremos.

     

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