Do Estadão
Financiamento de R$ 548 milhões concedido à empresa de construção naval do grupo EBX venceu na última sexta-feira, após ter sido prorrogado por duas vezes
Irany Tereza e Mariana Durão
RIO – O empréstimo ponte de R$ 548 milhões concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à OSX, empresa de construção naval do grupo EBX, de Eike Batista, venceu na última sexta-feira e foi executado pelo banco estatal, segundo fontes que acompanham o processo.
O banco Votorantim, que concedeu fiança bancária ao empréstimo, já teria honrado o pagamento. A instituição se transforma, assim, em credor da empresa, que no último dia 11 formalizou pedido de recuperação judicial, assumindo um passivo de R$ 4,5 bilhões.
Financiamento. O empréstimo do BNDES, concedido para as obras no estaleiro de Eike no Porto do Açu, em São João da Barra, no Rio, venceu inicialmente em agosto, e já havia sido prorrogado duas vezes, para outubro e novembro. Fazia parte de um financiamento maior, de longo prazo, que foi suspenso.
O Votorantim – que registrou prejuízo de R$ 159 milhões no terceiro trimestre – vai provisionar a dívida em seu balanço financeiro do quarto trimestre.
De acordo com fontes ligadas ao banco, não há grande preocupação acerca de um eventual calote de Eike por dois motivos: no caso da OSX, há ativos suficientes para fazer caixa e honrar todo o passivo, e a dívida representa menos de 1% dos ativos totais do banco.
A empresa de construção naval tem quatro plataformas, pretende vender três delas e uma será alocada no campo de Tubarão Martelo, última aposta de Eike de encontrar petróleo em volume suficiente para evitar a falência da combalida OGX.
Santander. Nesta segunda-feira, Jesús Zabalza, presidente do Santander Brasil, que também integra o grupo de bancos credores das empresas X, foi sucinto ao ser indagado sobre a exposição às dívidas do conglomerado. “Nós não falamos nunca de clientes. A exposição é bem pequena. É inexpressiva para o capital do Santander”, disse a jornalistas, após participar do lançamento do III Encontro Internacional de Reitores Universia, apoiado pela instituição, no Rio de Janeiro.
O executivo afirmou que até agora “nenhuma” garantia dada por meio de fiança bancária a empréstimos do grupo EBX, do empresário Eike Batista, foi executada. No último dia 5, o Santander garantiu a renovação de um empréstimo-ponte de R$ 461,4 milhões do estaleiro da OSX no porto do Açu, em São João da Barra (RJ).
O empréstimo é da Caixa Econômica Federal e foi rolado por 12 meses, a partir de 19 de outubro. A OSX estava também tentando adiamento por um ano com o BNDES, mas não conseguiu. Nem o BNDES nem o Votorantim se manifestaram sobre o assunto.
OGX. Está mais próxima uma decisão judicial sobre o pedido de recuperação da OGX. A petroleira entregou no fim da semana passada os documentos pendentes para a análise da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O Ministério Público (MP) apontou, em parecer sobre o caso, a ausência da demonstração de resultados acumulados dos últimos três anos e do relatório de fluxo de caixa e sua projeção, como exige a Lei de Falências e Recuperação de Empresas.
Agora o juiz Gilberto Clovis Farias Matos está munido de toda a documentação necessária para decidir se aceita ou não o processo. / COLABOROU: VINICIUS NEDER
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o banco votorantim não
o banco votorantim não pertence ao Banco do Brasil? se for, porque o governo esta novamente jogando dinheiro para o Eike? porque ele e a cara desse governo que tanto prometia mas que murchou mais rapido que cresceu!
Vitória de Pirro?
A ação deste banco visa preservar os ativos do Eike, principalmente o estaleiro. A chegada de fundos novos (como Mubadala, por exemplo), tende a trazer maiores garantias acima dos negócios – em geral – que eram do Eike Batista. Eike ficou hoje mais pobre, mas os seus projetos estão aí, fisicamente, e a partir de agora serão geridos por outros capitais e com novas garantias. Tudo isso em benefício do Brasil e do seu povo. Se o Governo está dando uma mãozinha, o está fazendo corretamente. Deixar o grupo se afundar não iria dar em nada, mas apenas numa vitória de “pirro”, que era aquele general que pensava provavelmente como o seu descendente, que assina essa bobagem acima.
Não acompanho de perto, mas
Não acompanho de perto, mas em consonancia com teu comentário, entendo que o governo aprendeu com a questão da Varig.
Muito estranho. Ano passado o Banco claudicava
“O Banco do Brasil (BB) e o Grupo Votorantim farão um aporte de R$ 3 bilhões no Banco Votorantim, braço financeiro das empresas da família Ermírio de Moraes. Os detalhes da operação estão sendo finalizados pelos dois sócios, e a decisão sobre o aporte será anunciada nas próximas semanas. Segundo fontes do governo, a injeção de recursos vai servir para cobrir parte do prejuízo do Votorantim, que foi de quase R$ 600 milhões no primeiro trimestre desse ano, e capitalizar a instituição para fazer novos empréstimos e superar a onda de resultados negativos.”http://oglobo.globo.com/economia/banco-votorantim-recebera-aporte-de-3-bi-5121611#ixzz2l5RTiX9W
Banco Votorantim? Banco do
Banco Votorantim? Banco do Brasil vc quer dizer…
Há mais bancos “honrando” a
Há mais bancos “honrando” a fiança para os emprestimos de Eike, porque a imprensa financeira não divulga?
A divida só trocou de lugar,
A divida só trocou de lugar, o Banco Votorantim é controlado pelo Banco do Brasil, no final da linha sobra para o contribuinte.
Ninguém paga nada
Só muda a posição contábil do débito para crédito a receber.
Só o jorro do petróleo salva esta aventura.
BANCO DO BRASIL, ACIONISTA DO VOTORANTIM, ESTATIZA
Realmente, foi essa a fórmula usada pelo governo para evitar mais críticas ao BNDEs, pela frouxura com que entupiu Eike Batista de dinheiro público (esse sim é dinheiro público…), transferindo ao Banco do Brasil, através do banco Votorantim, o prejuízo. Vai dar processo judicial?