Clima econômico da América Latina registrou suave melhora

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina aumentou de 70 para 72 pontos entre outubro de 2015 e janeiro de 2016, segundo cálculos elaborados pela Fundação Getúlio Vargas em parceria com o Instituto Ifo. Com o resultado, o índice consolida a acomodação na faixa entre 71 e 74 registrada nas últimas quatro edições da pesquisa, considerado um patamar muito baixo em termos históricos. Em janeiro, a alta do indicador é explicada por acréscimos de dois pontos tanto no Indicador da Situação Atual (ISA) quanto no Indicador de Expectativas (IE). Ambos, no entanto, continuam na zona desfavorável do ciclo, característica de períodos de recessão.

No plano mundial, a tendência de queda no ICE, iniciada em julho de 2015, foi mantida e o indicador atingiu o patamar de 97 pontos, em janeiro. À exceção do Japão, todas as principais economias desenvolvidas registraram recuo. Mesmo com a queda, a maioria deles encontra-se na zona favorável do ciclo ou próximos a ela. Entre os BRICS, o clima econômico melhorou no Brasil (ICE de 47 pontos), mas ainda é o pior do grupo. A queda no ICE da China deve-se, majoritariamente, à piora do IE, que passou de 86 para 78 pontos, enquanto o ISA subiu de 62 para 66 pontos.

Os resultados divulgados pela pesquisa acompanham o que foi publicado no “World Economic Outlook” divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A projeção do crescimento da economia mundial de 3,4%, feita em outubro, foi revista para 3,2%, na publicação de janeiro de 2016. Logo, o cenário externo, embora melhor do que em 2015, mostra uma recuperação muito lenta da economia mundial.

Todos os países selecionados para análise da América Latina registraram melhora no clima econômico, com exceção de Chile e México. No Chile, o resultado confirma os prognósticos de baixo crescimento para o país, que é dependente do preço do cobre. No México, a queda do preço do petróleo, com impacto negativo sobre as receitas fiscais, e a expectativa de aumento na taxa de juros nos Estados Unidos levaram a uma piora nas expectativas. A melhora do ICE deve ser analisada com cautela.

A situação atual mantém-se estável em relação à sondagem de outubro e em nível favorável na Bolívia (120 pontos) e na Colômbia (108 pontos). A situação atual melhorou, mas continua desfavorável na Argentina, México e Peru. O Brasil registra o menor nível possível do indicador (20 pontos) desde julho de 2015, assim como a Venezuela, que repete esse comportamento desde janeiro de 2013. O indicador é desfavorável e piorou na margem para o Chile, Equador, Uruguai e Paraguai (este na zona “neutra”, 100 pontos). Logo, predomina uma avaliação desfavorável na região.

O destaque da Sondagem de janeiro é a melhora no indicador das expectativas em todos os países, exceto México e Peru, que continuou na zona favorável. Nesse caso, a Argentina sobressai, com o avanço do IE de 94 para 166 pontos entre outubro e janeiro. Os especialistas, portanto, aprovaram as medidas inicias do novo governo e revelaram grande otimismo com o futuro cenário da economia argentina. O IE do Uruguai, embora na zona desfavorável, avançou em 86%, um reflexo do resultado argentino. O mesmo pode ser dito em relação às outras economias pequenas do Mercosul: Bolívia (melhora em 50%); e, o Paraguai (35%, que passou para uma zona favorável de expectativas).

No Brasil, o IE passou de 68 pontos para 74 pontos. A Argentina é o terceiro principal mercado de exportação dos produtos brasileiros e o segundo para manufaturas. A desvalorização da moeda brasileira, junto com o anúncio de eliminação das barreiras protecionistas na Argentina, pode ter sido um dos fatores que influenciaram a melhora das expectativas. A Venezuela permaneceu com o pior indicador das expectativas, o que ocorre desde julho de 2013.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador