Copa do Mundo deve ajudar pouco exportações brasileiras

Apesar de atrair a atenção internacional sobre o país, a Copa do Mundo deve ajudar pouco as exportações brasileiras. Com menos dias úteis, que comprometem a produção, o torneio provocará atrasos em embarques e reduzirá as vendas externas em junho e julho.
 
Segundo o professor Paulo Pacheco, especialista em Comércio Exterior da faculdade Ibmec, o impacto da Copa sobre as vendas externas é temporário. A tendência é que, depois da competição, ocorra um movimento de compensação, com embarques acima do normal no início do segundo semestre.
 
“Como os exportadores estão amarrados por contratos, são obrigados a vender a mercadoria de qualquer maneira. Depois da Copa, as empresas vão correr atrás do prejuízo para suprir os clientes”, diz o professor.
 
De acordo com Pacheco, apenas se os portos brasileiros parassem durante a Copa, haveria prejuízo imediato. “Não tenho informações de que nenhum porto vá parar em dias de jogos do Brasil. Talvez operem com escala reduzida, mas não podem parar porque uma paralisação significaria prejuízos para os navios e para os armazenadores, que pagariam mais taxas”, explica.

 
Embora o impacto nos embarques seja momentâneo, o professor adverte que existe outro efeito negativo da Copa do Mundo sobre as vendas para o exterior. Por causa do número menor de dias úteis, o torneio fará a produção industrial cair neste e no próximo mês, reduzindo o excedente a ser exportado.
 
“Esse é um efeito indireto, que não tem como ser medido na balança comercial. De qualquer forma, menos produção significa menos PIB [Produto Interno Bruto] e, por consequência, menos excedente de bens no mercado”, alega Pacheco.
 
Mesmo com a menor atividade econômica e os atrasos nos embarques, a Copa do Mundo traz oportunidades para as empresas brasileiras. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex–Brasil), órgão federal que promove produtos e serviços brasileiros no exterior, montará, em cinco cidades-sede – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza – estandes nos estádios para vender os produtos brasileiros a empresários estrangeiros que virão para o torneio.
 
Ao todo, 12 partidas nas cinco cidades terão os estandes da Apex–Brasil. Segundo Diogo Akitaya, coordenador de Marketing de Relacionamento do órgão, a Copa representa uma oportunidade de negócios porque os estrangeiros não virão ao Brasil apenas para os jogos. Convidados por companhias nacionais parceiras da Apex-Brasil, os visitantes ficarão de quatro dias a uma semana em cada cidade.
 
“Eles visitarão fábricas e empresas brasileiras e farão reuniões de negócios ao longo de toda a visita no Brasil. As áreas de hospitality [hospedagem] durante as partidas são apenas parte da ação, para criar um relacionamento de qualidade entre os empresários brasileiros e estrangeiros”, explica Akitaya.
 
Segundo o coordenador da Apex–Brasil, a ação na Copa das Confederações, no ano passado, rendeu US$ 3 bilhões em exportações e investimentos estrangeiros diretos no Brasil nos 12 meses seguintes à competição. O órgão não tem estimativa de recursos que o projeto deve atrair após a Copa do Mundo, mas espera ampliar o volume em relação ao ano passado.
 
Mesmo com o estímulo aos negócios com empresas estrangeiras, o esforço do governo na Copa das Confederações representou pouco mais de 1% dos US$ 242,2 bilhões exportados pelo país em 2013. “Se pegarmos o ano como um todo, não vejo como a Copa do Mundo possa ter grande impacto sobre as exportações. No máximo, os efeitos positivos, como a maior visibilidade do país, compensam os negativos, como a queda da produção industrial”, avalia Paulo Pacheco, do Ibmec.
 
Para o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, o impacto da Copa do Mundo sobre a balança comercial (diferença entre exportações e importações) é imprevisível. “O país vai exportar menos por causa dos dias parados, mas também vai importar menos. Então, não dá para fazer nenhuma estimativa sobre o saldo comercial”, alega.
Redação

8 Comentários

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  1. Até a EBC adotou o Mas…
    Apesar de atrair a atenção internacional sobre o país, a Copa do Mundo deve ajudar pouco as exportações brasileiras. Com menos dias úteis, que comprometem a produção, o torneio provocará atrasos em embarques e reduzirá as vendas externas em junho e julho.———————– Atrai a atenção  do mundo mas……até a agência  de comunicação do governo adotou o famoso “ta bom mas….”….tipo  o repórter que após vasculhar o aeroporto a procura de um defeito, achou um e marchetou: Não tem sabonete no banheiro!

  2. A copa do mundo não vai

    A copa do mundo não vai acabar com a inimputabilidade tucana nem fará com que parem de sabotar o País. Viram o Álvaro? Estava desapontado com o suposto atraso de um mês na CPI. Não terminaria a tempo, antes das eleições. Daí, dizer que a CPI perderia seu efeito. Ou objeto. É mole? Logo, a copa também não acabará com a cara dura nem com a calvície.

  3. RIDÍCULO

    Mas quem é que estava achando que a divulgação do Brasil com a Copa do mundo iria impactar imediatamente as exportações brasileiras ainda este ano? Se acharem esse cara manda para um psiquiatra porque o sujeito é louco.

    Claro que a questão da exposição do Brasil no mercado internacional não vai aparecer assim de um dia para outro. É uma questão estratégica que não se avalia através da balança comercial de um único ano.

    Coisas assim só podem sair de uma mente insana ou como fruto de muita má-fé, sendo que as alternativas não são mutuamente excludentes.

  4. Caxirola!!

    O que prejudicou muito as exportações neste período de Copa foi a rejeição pela FIFA da Caxirola do Carlinhos Brown e da Presidenta Dilma como instrumento oficial do Torneio.

    O Brasil iria inundar o mundo com caxirolas, imaginem se cai no gosto dos 1,3 bilhão de chineses? Seria o equilibrio da balança comercial, muitos bilhões de dollars americanos….

  5. Reportagem tosca e

    Reportagem tosca e manipulada.

    Fala de exportações apenas no setor de comércio e não menciona o setor de serviços?

    A conta turismo da balança comercial vai bombar… turista que entra é dólar entrando como exportação.

    Além disso, o comércio e serviços internos também vão bombar…

    Cada uma, viu !!

     

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